_Bom, tivemos algumas suspeitas do que havia acontecido com você após o acidente. O acidente causou um estrago enorme, não só no seu carro, mas em você também... -Seus olhos sobre mim era um olhar penoso- Suspeitamos que você não iria ficar com apenas aranhões, até que no entanto, você teve que passar pro vários procedimentos. E até mesmo uma cirurgia.
_Por favor doutor, fala de uma vez... -minha mãe implorou, não só por ela, mas por mim também-.
_Você vai ficar bem, espero que não se esqueça disso.
_Tá... -foi o que eu consegui dizer apenas-.
_Chegou até em mim, que você se questionou sobre suas pernas, o porquê delas estarem dormentes. Certo?
_Certo, não é Doutor?
_Não Sophia... após a primeira cirurgia, suas pernas ficaram dormentes sim, mas por causa do remédio, a cirurgia foi feita logo após sua entrada no hospital. Passaram-se vários dias, e suas pernas deixaram de ficar dormente. Agora elas estão assim porque você teve uma lesão medular. Ou seja, você perdeu o controle e a sensibilidade dos seus membros inferiores.
Não, eu ainda estava em coma. Eu estava em coma e estava prestes a acordar daquele acidente, eu estava sonhando...ou melhor, tendo pesadelo. Eu estava tendo pesadelo, e logo eu iria acordar, sair dessa cama e voltar pra casa e andando.
_Ela o que? -meu pai disse o que eu não consegui dizer.
Eu olhei em minha volta e vi pessoas tão desoladas, perplexas e desacreditadas quanto eu. Nosso espanto foi tanto, que demonstramos isso com o silêncio, com o semblante mais apavorado que alguém já viu na vida.
_Ela está Paralitica.
Vi que não era somente eu que entrava em uma grise interna. Que entrava num choro sem fim. Eu não acreditara no que tinha acabado de ouvir. Minha vontade era de pegar aqueles exames e mostrar para ele que ele estava errado, que os efeitos da dormência de minhas pernas ainda continuava, e que logo acabaria. Eu estava em choque. Como iria continuar assim? Minhas pernas são tudo pra mim,sem elas ficarei também sem uma das coisas que eu mais amava na vida. O hipismo.
_Ela ainda teve sorte de não ficar tetraplégica, pois ela teve lesões na região lombar que geralmente causa a tetraplegia... Eu sei que vocês estão em choque, mas ainda temos esperanças. Não é o fim Sophia, você ainda pode continuar a andar...
_Quando? Eu nunca mais vou levantar de uma cadeira de rodas, se eu sair é só para morrer e ir para o caixão! -Gritei sem medo de demonstrar toda minha fúria-.
_Você vai receber tratamentos após outra cirurgia que foi marcada. Sabemos que você quer andar logo, então ela será daqui alguns dias.
_Existe essa possibilidade? -Falou meu pai-.
_Sim, existe. Existem vários tipos de Paraplegia, a dela constatamos que é a reversível...
_Mas de quanto tempo?
_Bom, é reversível, mas não temos um tempo exato.
_Ou seja, eu nunca mais vou andar na vida. -Falei desolada-.
_Sophia, eu preciso conversar com os seus pais.
_Não me trate como uma criança, eu não sou uma.
_Eu sei que não é, mas você precisar absorver tudo. Vou deixa-lá aqui um instante com o Luan, e já volto.
Olhei para Luan após eles saírem da sala. Vi que ele ficou sentado e cabisbaixo no pequeno sofá que tinha no canto da sala. Eu queria saber o que se passava em sua cabeça, ser seus pensamentos, mas eu não estava conseguindo nem por em ordem os meus.
Ele se levantou e vi que seu rosto estava vermelho. Nunca tinha presenciado algo como aquele momento. Eu nunca fiquei tão desolada em toda minha vida, nunca senti tanto medo em minha vida.
_Ei... -Ele disse segurando minha mão-. Vai ficar tudo bem, você vai vê. -Uma lágrima caiu, naquele momento-.
_Você também não acredita nisso, não é?
_Eu acredito que tudo vai ficar bem.
_Luan, as coisas não eram pra ser assim.
_Você vai lutar, e eu vou estar com você.
_Eu não sei se quero lutar, as chances são poucas.
_Mas elas existem...
_Eu não sei o que vai ser de mim Luan...
_Poderia ter sido pior, meu amor. Você poderia ter me deixado aqui sozinho...
_Mas nesse momento, eu estaria cuidando de você.
_Eu vou estar ao seu lado, eu te prometo. Em todos os momentos, todos os dias...vou virar dois se for preciso, para estar aqui com você. Te ajudando.
_Eu tô com medo Luan...
_Não fica, eu estou aqui.
Ele me deu um abraço desajeitado. Um abraço acolhedor e protetor. Naquele momento, me senti forte. Senti que nada iria me machucar, que ele estaria me protegendo.
quinta-feira, 19 de setembro de 2013
segunda-feira, 16 de setembro de 2013
ɞ Capítulo Sessenta e Nove ʚ
Não queria abrir os olhos, não queria saber o que tinha acontecido... minhas lembranças eram vagas, não conseguia me lembrar de muita coisa. Só sabia que meu corpo estava entorpecido, provavelmente de muita quantidade de remédios que eu devo ter tomado.
Não sabia distinguir se era dia ou noite, só sabia que fazia frio e tinha pouco cobertor sobre mim.
Senti que minhas mãos estava segurando outra. Tomei uma boa dose de coragem para abrir os olhos, não somente para ver quem estava ali comigo, mas também para acordar para a realidade, para dar continuação a minha vida... para enfrentar meu pai e para saber o que tinha acontecido.
_Luan... -disse apertando a mão daquele menino que se encontrava com a cabeça encostada na cama e com o cabelo todo bagunçado-.
_Sophia...Meu Deus. Eu não tô acreditando. Você ta bem? O que ta sentindo? -Acho que ele não percebeu que eu estava meio grogue e despejou várias perguntas ao mesmo tempo e se engasgando com todas elas-.
_Eu..não acredito que tudo isso aconteceu... -disse ao perceber sua preocupação e por perceber que o acidente foi muito mais intenso do que eu imaginava-. Cadê minha mãe e meu pai? Luan... me perdoa.
_Fica calma, você ta bem... -ele me olhava com os olhinhos brilhando-.
_Luan... -eu não queria aparentar fraqueza na sua frente, mas a situação estava tão complicada que eu deixei de me importar com o que ele estivesse pensando sobre mim...sobre minha falha-.
_Eu te amo tanto, eu senti tanto sua falta... -ele chorava tão desesperadamente, que eu não sabia como agir...-.
_Porque eu não posso levantar para te abraçar? -Disse segurando em seu rosto para que ele não pudesse desviar o olhar do meu-.
_Mas você pode... eu estava com tanta saudade.
_Minhas pernas... -coloquei as mão sobre elas- eu não estou sentindo-as.
Ele ficou tão perplexo quanto eu.
_Luan?
_Calma Sophia, são os remédios...
_Luan... o que aconteceu?
_Você ficou vários dias em como, meu amor... -ele apertou minhas mãos-.
_Dias? -disse quase sem acreditar no que acabara de ouvir-.
_Foram dias terríveis, foram dias da culpa me consumindo... foram dias imaginando o que aconteceria com você, conosco.
_Luan, eu não imaginava tudo isso...
_Calma, você precisa tomar mais remédios.
_Mas Luan, as minhas pernas... minhas pernas! -disse repetidas vezes- eu não estou sentindo-as.
_Olha, você confia em mim? -Disse tão nervoso quanto eu-.
_Confio... -falei após um grande suspiro-.
_Então ó -ele se aproximou o máximo que pôde de mim- suas pernas devem estar dormentes por causa de algum medicamento, eu vim aqui por vários dias e vi eles te dando muitas coisas e dando várias injeções em você... Então ta explicado, ta bom? Vai dar tudo certo.
_Eu queria levantar para te abraçar...
_Luan...Sophia! -A enfermeira me olhou espantada e só assim eu vi que o Luan tinha razão, o acidente foi de grande proporção-. Luan, você deveria ter nos avisado que ela acordou.
_Desculpa, é que ela acabou de acordar...
_Luan, seu horário acabou. Vou chamar os médicos e logo após os pais. Você verá ela apenas amanhã agora.
_Amanhã?
_É Luan, amanhã. Vem...
_Eu volto ta bom? Eu sempre voltarei pra você... -disse ele me dando um beijo e logo após outro na testa- eu te amo.
_Eu te amo muito!
Ele virou as costas e de repente uma sensação de medo se apoderou de mim, parece que ele tinha levado consigo toda minha fé, minha força e minha coragem.
Olhei para um relógio e vi que eram 19:30, esperei que meus pais estivessem no hospital para vim me vir, pois se demorassem muito, só iria conseguir vê-los amanhã. Já que o horário de visitas acaba as 20 horas (Com certeza o regulamento do hospital não tinha mudado desde a primeira vez que eu vim aqui um dia desses).
Quando estava quase pegando no sono, ouço a porta abrir.
_Minha filha... -minha mãe correu para o meu lado largando meu pai sozinho na porta-.
_Mãe... -senti as lágrimas tomarem conta dos meus olhos-.
_Como você está? Eu fiquei tão preocupada.
_Só com o corpo meio dormente...
_Seu médico não virá hoje, só amanhã cedo. Ele está em cirurgia, e amanhã trará seus diagnósticos. -Disse meu pai interrompendo o que minha mãe ia dizer-.
_Entendi... -disse vendo que nada entre nós tinha mudado. Ele continuava sendo o mesmo, apesar de tudo-.
_Você vai ficar melhor querida...
_Eu espero...
Ficamos conversando por volta de 25 minutos, o horário como eu imaginava acabara logo. Eles me prometeram voltar amanhã cedo no primeiro horário. Fiquei feliz por saber que meus pais, tinham largado tudo para estar aqui comigo -bom, eu imaginava isso-.
Fiquei triste por ficar sozinha, precisava da presença de alguém ali comigo. Mas o sono logo veio e eu dormi sem nem fazer esforço como era de costume.
Acordei ás 09:30 e vi que meus pais estavam ali já, fiquei pensando quanto tempos eles ficaram me esperando acordar!
_Bom dia, minha vida! -minha mãe veio me abraçar-.
_Bom dia mãe! -sorri para ela- bom dia pai. -disse infelizmente secamente-.
_Bom dia... como você está?
_Tô melhorando, e o senhor?
_Não muito bem, pra falar a verdade. Já comecei o dia empacado.
_Otávio... -minha mãe nos interrompeu-.
_O que aconteceu?
_Ah, o cantorzinho está lá fora. Acredita que ele queria entrar primeiro que a gente? Até parece!
_Porque não entraram juntos?
_Porque somos seus pais e ele não é nada seu.
_Otávio, não! -Minha mãe o repreendeu-.
_Ele é meu namorado, queria você ou não. Aceitando ou não. Passei da fase em que você permitia meus namoros.
_Você depende de mim. Queria você ou não, aceitando ou não. -Ele me imitou na última frase-.
_Tudo bem, vou dar minha cara a tapa, não vou mais depender de você. Ou você aceita esse namoro, ou você não vai me ver dentro da sua casa.
_Vai sobreviver de vento? Vai pagar a faculdade como? Vai sustentar seu hipismo até quando? A água vai bater e você vai voltar...
_Tenho dinheiro que dá para eu voltar para casa das minhas primas, lá eu tenho certeza que não vão dizer que eu dependo deles.
_Sophia, não precisa de tudo isso... -minha mãe falou-.
_Cansei de viver assim, ou vocês aceitam o Luan ou eu pego minhas coisas e vocês só vão ficar sabendo que eu estou bem, pois nem para onde eu vou eu quero que vocês fiquem sabendo.
_Isso tudo é por causa dele? Vale mesmo a pena? Aonde já se viu, você mal o conhece. Ta pensando o que da vida? Bateu a cabeça forte demais, por isso ta com isso na cabeça? Você vai ser sempre dependente de mim, ou você aceita as minhas condições ou você pode morar do outro lado do planeta.
_No outro lado do planeta deve ser melhor que isso aqui, nesse inferno! Cansei de ser humilhada todos os dias, cansei de você fazer de mim o que você quiser. Você não quer uma filha, você quer mais alguém em quem possa mandar. Você está tão acostumado a mandar no seu trabalho, que quer fazer isso comigo também. Eu já tolerei demais, eu passei dos meus limites! -Gritei com ele-.
_Você é a pessoa mais ingrata desse mundo, você deveria ter aprendido já como são as coisas. E esse acidente, tomara que sirva pra você colocar alguma coisa na sua cabeça e tirar esse moleque da cabeça. Porque você é tão irresponsável quanto ele. É culpa de vocês, você estar aqui.
_Culpa dele? -berrei, literalmente- você está se tornando a pior pessoa do mundo pai. Ou melhor, eu nunca quis enxergar como você era. Se eu estou aqui hoje, se tudo isso aconteceu foi por sua culpa. Por esse seu pensamento nojento, por você ter pensamentos de um homem da caverna. Mas eu aposto que até eles, pensam mais que você. Sai desse terno, para de se achar um pouco. Eu não vou mais me submeter á suas gracinhas. Você nunca gostou de mim, e se você sentir um pouco de afeto sobre mim, o menor que seja, me aceita em primeiro lugar e depois aceita o Luan... eu não aguento mais tudo isso, eu não aguento. Cheguei no meu limite. -disse exausta-.
O silêncio predominou.
_Acabou o momento de vocês, desculpem. Temos outra visita. -A enfermeira nos disse ao abrir a porta-.
_É o Luan? -disse falando para enfermeira mais olhando para meu pai-.
_Sim, ele pode entrar?
_Pode sim! Não é mesmo, pai?
_É que... a gente precisa conversar... -disse ele pausadamente-.
_Tem certeza que ele não pode entrar pai?
_Pode sim... -Ouvi aquelas palavras e senti um alivio enorme no peito, não era apenas um ''pode sim'' significava também que o Luan e eu estaríamos bem agora. Estaríamos juntos e felizes sem ninguém e nada para nos atrapalhar.
Meus pais saíram do quarto, e eu logo contei entusiasmada para Luan o que tinha acabado de falar com os meus pais, ele ficou tão feliz quanto eu. Tão contente e radiante que eu não aguentava mais ficar naquele hospital, queria apenas levantar dali e viver intensamente cada minuto da minha vida.
_Bom dia... -o médico disse interrompendo nossa conversa- como está a nossa paciente?
_Morrendo de vontade de escovar o dente pra falar a verdade, mas os remédios estão me fazendo mal, não me deixam levantar...
_Bom, vim falar sobre isso.
_Aqui estão os papeis... Mas espera só um minuto, vou chamar seus pais. -Ele voltou após alguns minutos com eles-. Bom Sophia, não tenho uma notícia muito boa para te dar.
A perplexidade se encontrava tanto em mim, quanto nos meus pais e em Luan.
Não sabia distinguir se era dia ou noite, só sabia que fazia frio e tinha pouco cobertor sobre mim.
Senti que minhas mãos estava segurando outra. Tomei uma boa dose de coragem para abrir os olhos, não somente para ver quem estava ali comigo, mas também para acordar para a realidade, para dar continuação a minha vida... para enfrentar meu pai e para saber o que tinha acontecido.
_Luan... -disse apertando a mão daquele menino que se encontrava com a cabeça encostada na cama e com o cabelo todo bagunçado-.
_Sophia...Meu Deus. Eu não tô acreditando. Você ta bem? O que ta sentindo? -Acho que ele não percebeu que eu estava meio grogue e despejou várias perguntas ao mesmo tempo e se engasgando com todas elas-.
_Eu..não acredito que tudo isso aconteceu... -disse ao perceber sua preocupação e por perceber que o acidente foi muito mais intenso do que eu imaginava-. Cadê minha mãe e meu pai? Luan... me perdoa.
_Fica calma, você ta bem... -ele me olhava com os olhinhos brilhando-.
_Luan... -eu não queria aparentar fraqueza na sua frente, mas a situação estava tão complicada que eu deixei de me importar com o que ele estivesse pensando sobre mim...sobre minha falha-.
_Eu te amo tanto, eu senti tanto sua falta... -ele chorava tão desesperadamente, que eu não sabia como agir...-.
_Porque eu não posso levantar para te abraçar? -Disse segurando em seu rosto para que ele não pudesse desviar o olhar do meu-.
_Mas você pode... eu estava com tanta saudade.
_Minhas pernas... -coloquei as mão sobre elas- eu não estou sentindo-as.
Ele ficou tão perplexo quanto eu.
_Luan?
_Calma Sophia, são os remédios...
_Luan... o que aconteceu?
_Você ficou vários dias em como, meu amor... -ele apertou minhas mãos-.
_Dias? -disse quase sem acreditar no que acabara de ouvir-.
_Foram dias terríveis, foram dias da culpa me consumindo... foram dias imaginando o que aconteceria com você, conosco.
_Luan, eu não imaginava tudo isso...
_Calma, você precisa tomar mais remédios.
_Mas Luan, as minhas pernas... minhas pernas! -disse repetidas vezes- eu não estou sentindo-as.
_Olha, você confia em mim? -Disse tão nervoso quanto eu-.
_Confio... -falei após um grande suspiro-.
_Então ó -ele se aproximou o máximo que pôde de mim- suas pernas devem estar dormentes por causa de algum medicamento, eu vim aqui por vários dias e vi eles te dando muitas coisas e dando várias injeções em você... Então ta explicado, ta bom? Vai dar tudo certo.
_Eu queria levantar para te abraçar...
_Luan...Sophia! -A enfermeira me olhou espantada e só assim eu vi que o Luan tinha razão, o acidente foi de grande proporção-. Luan, você deveria ter nos avisado que ela acordou.
_Desculpa, é que ela acabou de acordar...
_Luan, seu horário acabou. Vou chamar os médicos e logo após os pais. Você verá ela apenas amanhã agora.
_Amanhã?
_É Luan, amanhã. Vem...
_Eu volto ta bom? Eu sempre voltarei pra você... -disse ele me dando um beijo e logo após outro na testa- eu te amo.
_Eu te amo muito!
Ele virou as costas e de repente uma sensação de medo se apoderou de mim, parece que ele tinha levado consigo toda minha fé, minha força e minha coragem.
Olhei para um relógio e vi que eram 19:30, esperei que meus pais estivessem no hospital para vim me vir, pois se demorassem muito, só iria conseguir vê-los amanhã. Já que o horário de visitas acaba as 20 horas (Com certeza o regulamento do hospital não tinha mudado desde a primeira vez que eu vim aqui um dia desses).
Quando estava quase pegando no sono, ouço a porta abrir.
_Minha filha... -minha mãe correu para o meu lado largando meu pai sozinho na porta-.
_Mãe... -senti as lágrimas tomarem conta dos meus olhos-.
_Como você está? Eu fiquei tão preocupada.
_Só com o corpo meio dormente...
_Seu médico não virá hoje, só amanhã cedo. Ele está em cirurgia, e amanhã trará seus diagnósticos. -Disse meu pai interrompendo o que minha mãe ia dizer-.
_Entendi... -disse vendo que nada entre nós tinha mudado. Ele continuava sendo o mesmo, apesar de tudo-.
_Você vai ficar melhor querida...
_Eu espero...
Ficamos conversando por volta de 25 minutos, o horário como eu imaginava acabara logo. Eles me prometeram voltar amanhã cedo no primeiro horário. Fiquei feliz por saber que meus pais, tinham largado tudo para estar aqui comigo -bom, eu imaginava isso-.
Fiquei triste por ficar sozinha, precisava da presença de alguém ali comigo. Mas o sono logo veio e eu dormi sem nem fazer esforço como era de costume.
Acordei ás 09:30 e vi que meus pais estavam ali já, fiquei pensando quanto tempos eles ficaram me esperando acordar!
_Bom dia, minha vida! -minha mãe veio me abraçar-.
_Bom dia mãe! -sorri para ela- bom dia pai. -disse infelizmente secamente-.
_Bom dia... como você está?
_Tô melhorando, e o senhor?
_Não muito bem, pra falar a verdade. Já comecei o dia empacado.
_Otávio... -minha mãe nos interrompeu-.
_O que aconteceu?
_Ah, o cantorzinho está lá fora. Acredita que ele queria entrar primeiro que a gente? Até parece!
_Porque não entraram juntos?
_Porque somos seus pais e ele não é nada seu.
_Otávio, não! -Minha mãe o repreendeu-.
_Ele é meu namorado, queria você ou não. Aceitando ou não. Passei da fase em que você permitia meus namoros.
_Você depende de mim. Queria você ou não, aceitando ou não. -Ele me imitou na última frase-.
_Tudo bem, vou dar minha cara a tapa, não vou mais depender de você. Ou você aceita esse namoro, ou você não vai me ver dentro da sua casa.
_Vai sobreviver de vento? Vai pagar a faculdade como? Vai sustentar seu hipismo até quando? A água vai bater e você vai voltar...
_Tenho dinheiro que dá para eu voltar para casa das minhas primas, lá eu tenho certeza que não vão dizer que eu dependo deles.
_Sophia, não precisa de tudo isso... -minha mãe falou-.
_Cansei de viver assim, ou vocês aceitam o Luan ou eu pego minhas coisas e vocês só vão ficar sabendo que eu estou bem, pois nem para onde eu vou eu quero que vocês fiquem sabendo.
_Isso tudo é por causa dele? Vale mesmo a pena? Aonde já se viu, você mal o conhece. Ta pensando o que da vida? Bateu a cabeça forte demais, por isso ta com isso na cabeça? Você vai ser sempre dependente de mim, ou você aceita as minhas condições ou você pode morar do outro lado do planeta.
_No outro lado do planeta deve ser melhor que isso aqui, nesse inferno! Cansei de ser humilhada todos os dias, cansei de você fazer de mim o que você quiser. Você não quer uma filha, você quer mais alguém em quem possa mandar. Você está tão acostumado a mandar no seu trabalho, que quer fazer isso comigo também. Eu já tolerei demais, eu passei dos meus limites! -Gritei com ele-.
_Você é a pessoa mais ingrata desse mundo, você deveria ter aprendido já como são as coisas. E esse acidente, tomara que sirva pra você colocar alguma coisa na sua cabeça e tirar esse moleque da cabeça. Porque você é tão irresponsável quanto ele. É culpa de vocês, você estar aqui.
_Culpa dele? -berrei, literalmente- você está se tornando a pior pessoa do mundo pai. Ou melhor, eu nunca quis enxergar como você era. Se eu estou aqui hoje, se tudo isso aconteceu foi por sua culpa. Por esse seu pensamento nojento, por você ter pensamentos de um homem da caverna. Mas eu aposto que até eles, pensam mais que você. Sai desse terno, para de se achar um pouco. Eu não vou mais me submeter á suas gracinhas. Você nunca gostou de mim, e se você sentir um pouco de afeto sobre mim, o menor que seja, me aceita em primeiro lugar e depois aceita o Luan... eu não aguento mais tudo isso, eu não aguento. Cheguei no meu limite. -disse exausta-.
O silêncio predominou.
_Acabou o momento de vocês, desculpem. Temos outra visita. -A enfermeira nos disse ao abrir a porta-.
_É o Luan? -disse falando para enfermeira mais olhando para meu pai-.
_Sim, ele pode entrar?
_Pode sim! Não é mesmo, pai?
_É que... a gente precisa conversar... -disse ele pausadamente-.
_Tem certeza que ele não pode entrar pai?
_Pode sim... -Ouvi aquelas palavras e senti um alivio enorme no peito, não era apenas um ''pode sim'' significava também que o Luan e eu estaríamos bem agora. Estaríamos juntos e felizes sem ninguém e nada para nos atrapalhar.
Meus pais saíram do quarto, e eu logo contei entusiasmada para Luan o que tinha acabado de falar com os meus pais, ele ficou tão feliz quanto eu. Tão contente e radiante que eu não aguentava mais ficar naquele hospital, queria apenas levantar dali e viver intensamente cada minuto da minha vida.
_Bom dia... -o médico disse interrompendo nossa conversa- como está a nossa paciente?
_Morrendo de vontade de escovar o dente pra falar a verdade, mas os remédios estão me fazendo mal, não me deixam levantar...
_Bom, vim falar sobre isso.
_Aqui estão os papeis... Mas espera só um minuto, vou chamar seus pais. -Ele voltou após alguns minutos com eles-. Bom Sophia, não tenho uma notícia muito boa para te dar.
A perplexidade se encontrava tanto em mim, quanto nos meus pais e em Luan.
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Desculpem a demora. Esperamos que gostem e que comentem!
quarta-feira, 4 de setembro de 2013
ɞ Capítulo Sessenta e Oito ʚ
Parece que Sophia era quem dava cor para o mundo, e vê-la ali...inconsciente parecia que os dias não passavam, que os dias não tinham sentido. Quando estava ao seu lado, tudo o que eu mais desejava era ver o brilho de seus olhos, seu sorriso contagiante e provar da sua vontade de viver. Eu a olhava e não conseguia acreditar que tudo aquilo tinha acontecido, que nossas vidas foram interrompidas de tal forma. Eu fazia planos para nós antes de dormir, e agora tudo o que restava era aquela menina imóvel na cama de um hospital e a vontade de trazê-lá de volta pra mim...
Eu já não conseguia dormir, dia após dias era pesadelos que se fazia presente em minhas noites. Eu não conseguia afastar aqueles pensamentos... Eu não podia fazer nada e isso era o que estava acabando comigo. São nesses momentos que eu tinha certeza que dinheiro não comprava nada, que ele não passava de uma mera ilusão.
Minha relação com Otávio ia de mal a pior, lembro-me que desde o dia que eu o agredi minha relação com a mãe de Sopia também mudara. Parecia que Otávio tinha o poder de estragar tudo aquilo que ele colocava as mãos.
_Eu quero que você se afaste dela Luan, foi por sua causa que tudo isso aconteceu. Eu estava cega, não queria acreditar mas agora com a minha filha assim, consigo ver que você não é o que ela merece.
_Por favor...Eu preciso continuar aqui perto dela...tenta me entender.
_Eu quero que você me prometa, que quando ela acordar você vai se afastar dela. Só prometendo que eu vou permitir que você continue vê-lá.
_Eu...prometo. -Não, eu não prometo. Eu tinha esperanças de que quando Sophia acordasse tudo iria mudar. E que ela conseguiria mudar a opinião deles...E para eu estar ali ao lado dela foi preciso mentir, mesmo contra minha vontade. Mas estar ao lado dela, valeria qualquer esforço-.
Foi então, que desde aquele dia eu entrava e saia do quarto dela sem nenhuma palavra dos pais dela. Eu ficava uns 30 minutos sempre que podia. Eu sentava ao seu lado e segurava sua mão e contava para ela como eram os meus dias, meus show's...era disso que ela gostava de ouvir, e tinha também as fotos que eu mostraria tudo para ela depois. Em certos momentos, eu sentia que a minha menina estava melhorando, que ela me ouvia e que ela iria sair dessa. Eu nunca pensei que um dia eu passaria por algo parecido, e não sabia lidar com aquilo... foi em meus fãs -como sempre- que eu buscava refúgio, era bom receber palavras de conforto de quem nos quer bem... elas me entendia como nunca. Eu nunca iria conseguir entender a relação que nos tínhamos. Era surreal.
_Você poderia estar indo para uma cidade comigo agora, indo acompanhar um dia de rotina meu. -Disse enquanto passava a mão em seu rosto-. Você iria amar ver as meninas te dando carinho. Você nem provou do verdadeiro assedio delas, elas são perfeitas...são tão parecidas com você. -Uma lágrima escapou-. Volta pra mim...-apertei sua mão-.
_O Doutor está a sua espera juntamente com os pais dela em sua sala. Por favor, me acompanhe.-A enfermeira disse entrando no quarto atrapalhando meus pensamentos-.
Não sei se foi fruto da minha imaginação, mas senti firmeza em suas mãos...senti que ela tentava apertar meus dedos...
_Moça...
_O que foi?
_Ela...
_Ela vai ficar bem.Vem...
Eu não sabia explicar o que tinha acabado de acontecer, não sei se foi real ou não...
_Bom dia. -O Dr. me recebeu com aperto de mão- Bom, faz 15 dias que estamos fazendo exames na Sophia. Gostaria que vocês me acompanhassem até o quarto dela para que eu possa dizer quais são os resultados.
_Doutor...eu estava lá agora pouco...-disse pausadamente- eu acho que... é que...ela...
Passamos mais uma vez por aqueles corredores silenciosos que me causavam arrepios, um turbilhão de pensamentos me dominavam e eu não sabia o que estava esperando. Notícias boas ou ruins?.
Enquanto caminhava, sentia minhas pernas amolecerem e minhas mãos encharcadas de suor. Eu tentava imaginar o que os exames diziam, e eu só conseguia imaginar ela bem...
_Entrem... -e mas uma vez, ali estava eu...mal esperava pra sair daquele quarto junto dela- Bom, temos notícias boas para vocês. E outras que preferimos contar quando outros exames forem finalizados. Então, a Sophia é uma garota muito forte e recebeu o tratamento perfeitamente. Dentre os próximos dias já esperamos que ela acorde.
_Ai meu Deus... -Juliana disse-.
_Obrigada meu Deus. -Otávio disse num tom de alívio-.
E eu fui tomado pela surpresa, e aquela notícia me tirou todas as palavras. Tudo dentro de mim estava em festa.
_Como o Luan foi interrompido em seu momento de visita, quero que termine e deixe os pais entrarem aqui tudo bem Luan? -Dr. disse.
_Tá... -foi o que consegui dizer, apenas-.
Quando eles saíram corri para sentar ao lado dela. Para me acalmar e também para ser o primeiro a dizer mesmo que ela não escutasse, que ela estava fora de perigo.
Segurei sua mão e coloquei a cabeça na beirada da cama. Eu não sabia o que fazer, sentia vontade de gritar para os quatro cantos do mundo que tudo estava bem, eu queria gritar...pular. Eu queria tê-lá de volta.
Meus pensamentos começaram a virar borrões e não tinha mais coerência alguma no que pensava. Cochilei ali.
_Luan... -senti um aperto na minha mão-.
Pensei que aquela voz fosse em meus pensamentos...Mas eu quase não acreditei quando abri os olhos e vi seus olhos de encontro ao meu.
_Sophia...Meu Deus. -Dei um salto, e fui beija-lá..-Eu não tô acreditando. Você ta bem? O que você ta sentindo?
_Eu...não acredito que tudo isso aconteceu... -disse ela pausadamente e chorando-. Cadê minha mãe e meu pai? Luan me perdoa...
_Fica calma, você ta bem...
_Luan...
_Eu te amo tanto, eu senti tanto sua falta...-deixei que as lágrimas tomassem conta de mim-.
_Porque eu não posso levantar para te abraçar? -disse ela colocando as mãos em meu rosto-.
_Mas você pode... eu estava com tanta saudade.
_Minhas pernas Luan, eu...não estou sentindo-as.
Eu já não conseguia dormir, dia após dias era pesadelos que se fazia presente em minhas noites. Eu não conseguia afastar aqueles pensamentos... Eu não podia fazer nada e isso era o que estava acabando comigo. São nesses momentos que eu tinha certeza que dinheiro não comprava nada, que ele não passava de uma mera ilusão.
Minha relação com Otávio ia de mal a pior, lembro-me que desde o dia que eu o agredi minha relação com a mãe de Sopia também mudara. Parecia que Otávio tinha o poder de estragar tudo aquilo que ele colocava as mãos.
_Eu quero que você se afaste dela Luan, foi por sua causa que tudo isso aconteceu. Eu estava cega, não queria acreditar mas agora com a minha filha assim, consigo ver que você não é o que ela merece.
_Por favor...Eu preciso continuar aqui perto dela...tenta me entender.
_Eu quero que você me prometa, que quando ela acordar você vai se afastar dela. Só prometendo que eu vou permitir que você continue vê-lá.
_Eu...prometo. -Não, eu não prometo. Eu tinha esperanças de que quando Sophia acordasse tudo iria mudar. E que ela conseguiria mudar a opinião deles...E para eu estar ali ao lado dela foi preciso mentir, mesmo contra minha vontade. Mas estar ao lado dela, valeria qualquer esforço-.
Foi então, que desde aquele dia eu entrava e saia do quarto dela sem nenhuma palavra dos pais dela. Eu ficava uns 30 minutos sempre que podia. Eu sentava ao seu lado e segurava sua mão e contava para ela como eram os meus dias, meus show's...era disso que ela gostava de ouvir, e tinha também as fotos que eu mostraria tudo para ela depois. Em certos momentos, eu sentia que a minha menina estava melhorando, que ela me ouvia e que ela iria sair dessa. Eu nunca pensei que um dia eu passaria por algo parecido, e não sabia lidar com aquilo... foi em meus fãs -como sempre- que eu buscava refúgio, era bom receber palavras de conforto de quem nos quer bem... elas me entendia como nunca. Eu nunca iria conseguir entender a relação que nos tínhamos. Era surreal.
_Você poderia estar indo para uma cidade comigo agora, indo acompanhar um dia de rotina meu. -Disse enquanto passava a mão em seu rosto-. Você iria amar ver as meninas te dando carinho. Você nem provou do verdadeiro assedio delas, elas são perfeitas...são tão parecidas com você. -Uma lágrima escapou-. Volta pra mim...-apertei sua mão-.
_O Doutor está a sua espera juntamente com os pais dela em sua sala. Por favor, me acompanhe.-A enfermeira disse entrando no quarto atrapalhando meus pensamentos-.
Não sei se foi fruto da minha imaginação, mas senti firmeza em suas mãos...senti que ela tentava apertar meus dedos...
_Moça...
_O que foi?
_Ela...
_Ela vai ficar bem.Vem...
Eu não sabia explicar o que tinha acabado de acontecer, não sei se foi real ou não...
_Bom dia. -O Dr. me recebeu com aperto de mão- Bom, faz 15 dias que estamos fazendo exames na Sophia. Gostaria que vocês me acompanhassem até o quarto dela para que eu possa dizer quais são os resultados.
_Doutor...eu estava lá agora pouco...-disse pausadamente- eu acho que... é que...ela...
Passamos mais uma vez por aqueles corredores silenciosos que me causavam arrepios, um turbilhão de pensamentos me dominavam e eu não sabia o que estava esperando. Notícias boas ou ruins?.
Enquanto caminhava, sentia minhas pernas amolecerem e minhas mãos encharcadas de suor. Eu tentava imaginar o que os exames diziam, e eu só conseguia imaginar ela bem...
_Entrem... -e mas uma vez, ali estava eu...mal esperava pra sair daquele quarto junto dela- Bom, temos notícias boas para vocês. E outras que preferimos contar quando outros exames forem finalizados. Então, a Sophia é uma garota muito forte e recebeu o tratamento perfeitamente. Dentre os próximos dias já esperamos que ela acorde.
_Ai meu Deus... -Juliana disse-.
_Obrigada meu Deus. -Otávio disse num tom de alívio-.
E eu fui tomado pela surpresa, e aquela notícia me tirou todas as palavras. Tudo dentro de mim estava em festa.
_Como o Luan foi interrompido em seu momento de visita, quero que termine e deixe os pais entrarem aqui tudo bem Luan? -Dr. disse.
_Tá... -foi o que consegui dizer, apenas-.
Quando eles saíram corri para sentar ao lado dela. Para me acalmar e também para ser o primeiro a dizer mesmo que ela não escutasse, que ela estava fora de perigo.
Segurei sua mão e coloquei a cabeça na beirada da cama. Eu não sabia o que fazer, sentia vontade de gritar para os quatro cantos do mundo que tudo estava bem, eu queria gritar...pular. Eu queria tê-lá de volta.
Meus pensamentos começaram a virar borrões e não tinha mais coerência alguma no que pensava. Cochilei ali.
_Luan... -senti um aperto na minha mão-.
Pensei que aquela voz fosse em meus pensamentos...Mas eu quase não acreditei quando abri os olhos e vi seus olhos de encontro ao meu.
_Sophia...Meu Deus. -Dei um salto, e fui beija-lá..-Eu não tô acreditando. Você ta bem? O que você ta sentindo?
_Eu...não acredito que tudo isso aconteceu... -disse ela pausadamente e chorando-. Cadê minha mãe e meu pai? Luan me perdoa...
_Fica calma, você ta bem...
_Luan...
_Eu te amo tanto, eu senti tanto sua falta...-deixei que as lágrimas tomassem conta de mim-.
_Porque eu não posso levantar para te abraçar? -disse ela colocando as mãos em meu rosto-.
_Mas você pode... eu estava com tanta saudade.
_Minhas pernas Luan, eu...não estou sentindo-as.
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Cadê vocês comentando? Da um desânimo pra gente isso... Não queremos leitoras fantasmas. Queremos saber a opinião de vocês!
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