_Era esse o motivo de você estar tão diferente ultimamente, não é?
_Sophia... -ele se abaixou para perto de mim- eu, eu me arrependo profundamente, sei que o que eu fiz não foi certo-.
_O que você fez? -Falei irritada e alto demais-.
_Eu... eu, é... -ele dizia pausadamente-. Sabe a...hum... a Stella?
_Você me traiu? -disse deduzindo o que ele não conseguiu dizer-.
_Estava sendo tão difícil... -ele disse passando a mão no cabelo e com a cabeça baixa-.
_Fala pra mim Luan, você me traiu! -Disse não sabendo se afirmava ou perguntava-. Fala olhando pra mim, olhando em meus olhos... Fala que você teve coragem de fazer isso comigo.
_Sophia, me perdoa! Eu estava num momento difícil, eu não estava sabendo lidar com isso...
_Eu estou invalida e você não sabe lidar com isso? E com ela? Há quanto tempo?
_Uns dias antes de você fazer a cirurgia... Eu não tive coragem de falar antes.
_Foi por isso que um dia você me pediu desculpas... não foi por não estar aqui comigo, e sim por fazer o que fez. -As lágrimas corriam incessavelmente-. Eu disse pra você não fazer isso comigo, eu disse que não queria ser mais uma. Eu disse que você poderia sair desse relacionamento como bem quisesse e quando quisesse, mas não me traísse. Eu confiava em você.
_Eu te amo!
_Quem ama não traí.
_Mas perdoa...
_Justo agora Luan? Comigo assim? Eu já tinha muitas coisas pra me preocupar, agora isso? Não precisa mais passar por isso, eu sei que não é fácil namorar uma invalida, ainda mais você...que é famoso.
_Não tem nada a ver com esse negocio de ser famoso, eu não sei... -ele engasgou, literalmente- o que deu em mim, eu não devia. Eu me arrependo, eu não estava mais aguentando carregar isso comigo, e eu tinha que te falar não era o certo esconder.
_Ainda bem que você me contou, uma hora ou outra eu iria saber. E você que eu odeio saber das coisas que se referi a mim pela boca dos outros.
_Sophia... -ele colocou a mão dele sobre a minha mas eu afastei-.
Fiquei olhando pra ela, sem graça quando ela simplesmente rejeitou o meu toque. Eu já não sabia mais o que fazer, queria simplesmente abraça-lá e esquecer tudo isso. Mas eu vi e senti o quanto ela ficou magoada comigo, vi que não seria fácil reconquistar sua confiança, já que da primeira vez foi tão difícil, não esperava que essa vez fosse mais fácil.
_Luan... -ela disse limpando os olhos- eu preciso que você me dê licença...
_Mas você não disse se...
_Se eu te desculpo? -ela disse me interrompendo- Eu quero que saiba que eu estou magoada com você, e não quero mais pensar nisso. Eu quero que você vá embora daqui! -Disse gritando por fim-.
Senti meu coração aos pedaços.
_Você está...terminado... comigo? -disse gaguejando-.
_Estou falando pra você ir embora! -Gritou mais uma vez-.
Sai dali pior do que quando eu cheguei. Não olhei pra trás pra vê-lá, não queria arriscar não tirar a cena que veria da minha cabeça depois quando eu começasse a me martirizar.
_Luan?
_Oi? -vi que era Otávio, e respirei fundo esperando uma briga-.
_O que aconteceu? Ouvi Sophia gritar com você.
_Eu acho que a gente terminou.
_É... -ele pareceu sem graça, ou tão feliz que ficou sem jeito de demonstrar- você acha?
_Ela me disse pouca coisa.
_Talvez não tenha terminado. Conheço minha filha, sei que quando ela está nervosa ela prefere não dizer nada, porque acabaria dizendo por impulso e se arrependeria depois.
_Talvez seja isso mesmo. -forcei um sorriso-.
_Quer que eu fale com ela?
_Não, não precisa. -Fiquei com vergonha só de pensar em Sophia contando os motivos da nossa primeira briga-. Acho que ela não mudaria de ideia.
_O senhor está bem? -Traduzindo: que diabos você está falando comigo numa boa? Mas não disse, claro-.
_Estou sim. Estou em horário de almoço.
_Cadê a dona Cristina?
_Foi ao supermercado, volta daqui a pouco. Por que você não espera ela chegar?
_Ah, acho que não da!
_Por que? Fica pra almoçar com a gente. Nosso primeiro almoço em família.
_É... então eu vou ali em casa pra avisar minha mãe, pra ela não ficar esperando.
_Tudo bem, vou esperar. Mas venha mesmo!
Fechei a porta meio que ainda absorvendo tudo que tinha acabado de acontecer. Desde a conversa com Sophia até a conversa com Otávio.
Entrei em casa e corri para o banheiro enxaguar o rosto na tentativa de aliviar a tensão que eu estava sentindo. Queria ter encontrado alguém em casa, mas minha mãe tinha deixado um bilhete dizendo que tinha saído e já voltava. Achei meio engraçado o bilhete que ela deixara em cima da minha cara, fazia tanto tempo que ela não fazia isso. Foi a primeira vez no dia, que eu consegui rir um pouco.
Vi que já tinham se passado 15 minutos e fiquei pensando se iria ou não pra esse almoço, que segundo Otávio era de família. Queria entender o que estava se passando na cabeça dele pra me tratar daquele jeito, mas não foi preciso pensar muito pra perceber a saia justa que ele tinha me deixado. A situação constrangedora que ele me colocou justo no momento que eu e Sophia não estávamos bem.
Bati na porta e fui recebido por Cristina.
_Que bom que você veio! -Ela sorriu e me abraçou-. Vem, estamos te esperando. Como você está? -disse sentando-se e apontando para que eu fizesse o mesmo-.
_Estou bem. -Menti-.
_Otávio foi buscar Sophia, demora um pouco. Mas ela vem logo.
Tinha me arrependido totalmente de estar ali, aquele não era o dia nem o momento certo pra isso. Sophia apareceu na porta minutos depois com Otávio, seu rosto se fechou na primeira olhada que deu em mim. Aquilo não era um bom sinal.
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Esperamos que vocês estejam gostando.
Esperamos também os comentários -que são importantíssimos- de vocês.
Eu acreditava que nada iria mudar...
segunda-feira, 28 de outubro de 2013
domingo, 20 de outubro de 2013
ɞ Capítulo Setenta E Cinco ʚ
Acordei com uma mensagem de Luana, ela perguntou se eu tinha visto o que o Luan tinha postada em sua rede social, corri para o instagram para ver o que era.
Li cada frase com lágrimas nos olhos. Em cada palavra, ela fazia com que eu gostasse cada vez mais dele, cada gesto de carinho, ficava guardado em um lugar reservado em meu coração que era só dele e que ninguém tiraria.
''Te amo'' foi a única coisa que eu consegui mandar no torpedo para ele, pensei em escrever na foto, mas se eu mandasse por lá todos veriam e eu queria que só ele soubesse, que essas poucas palavras, apesar de curtas tinham um significado imenso.
Não conseguia mais dormir depois que eu vi a foto, não somente por estar contente que mesmo longe, o Luan me tinha em seu pensamento e principalmente em seu coração. Mas também por saber que hoje seria um dia muito importante para o meu futuro. A cirurgia. Estava com medo pra falar a verdade, como o médico disso, depois dessa cirurgia poderia-se saber quanto por cento eu teria de voltar a andar e também como seria a intensidade dos meus tratamentos. Queria ter Luan aqui comigo, ele passava uma confiança incrível que eu jamais entenderia, mas eu entendo também que os motivos dele estar com atraso no trabalho, era por minha causa. Se eu não tivesse inconsciente naqueles dias, teria mandado com certeza ele cumprir com sua agenda. Mas de certa forma eu não o culpava. Ele estava ocupado.
Acordei as 09 horas, nem tinha percebido a hora que eu acabei dormindo, só sei que não demorou muito depois de mil pensamentos.
_Bom dia! -Luana e Gabriel entraram no quarto com uma bandeja enorme no colo-
_Saiam daqui, acabei de acordar! -Joguei o edredom por cima da cabeça-.
_Sabemos que você é linda quando acorda! -Gabriel disse tirando o edredom da minha cabeça-.
_Eu nem escovei os dentes!
_Come primeiro, e depois você escova. -Gabriel falou-.
_Não, não é assim que eu faço. Eu acordo, escovo os dentes e depois como.
_Mas não tem lógica, você poupa tempo do meu jeito! -ele riu e sentou do meu lado-.
_Fala ai, você tem ótimos amigos. Olha que bandeja maravilhosa que fizemos pra você! -Luana disse-.
_Quem vê pensa que eu vou comer tudo isso.
_Quanto egoísmo menina, viemos comer com você!
_Ah, desculpa! -tentei empurra-ló da cama-.
_Como você está, amiga? -Luana disse-.
_Bom, com medo.
_Quando você vai pro hospital? -Gabriel falou, após pegar uma maça-.
_13 horas.
_Por que tão cedo?
_Não faço ideia.
_O Luan vem pra cá? -Gabriel perguntou meio dentre uma grande mordida na maça-.
_Não, ele não pode. Daqui alguns dias só.
_Vamos estar aqui pra ajudar na sua recuperação. -Ele disse- não vamos sair do seu lado um minuto só!
Continuamos a comer, era bom estar com eles. Era eles que passavam a maior parte do dia comigo, posso dizer que se meus pais passavam antigamente 8 horas comigo -na mesma casa, sem falar comigo essas horas todas- hoje em dia, eles estão comigo quase 12 horas -e falando comigo-. Incrível como quando acontece coisas ruins, as pessoas se unem. Sempre desejei aquela união, mas queria que fosse por outros motivos.
Minha mãe me ajudou a arrumar as coisas para ir para o hospital, a cada minuto que se aproximava de estar lá, meu coração apertava mais. Luan tinha me ligado, senti que ele estava estranho, devia estar tão nervoso quanto eu. Foram comigo para o hospital: pai, mãe, Luana e Gabriel.
_Doutor, a cirurgia é de risco? -Perguntei quando ele entrou no quarto dizendo que daqui a pouco seria a cirurgia-.
_Toda cirurgia é de risco. Será demorada, mas temos certeza que a recuperação será boa.
Não me lembro como a conversa acabou, tinha certeza que acabei dormindo por causa daquela gelatina e aquele suco que eles me ofereceram. Ótima maneira de sedar as pessoas. Acordei depois de algum tempo, meio cansada pra falar a verdade. Não sabia se passaram-se 1, 2 ou 3 horas depois da minha última conversa com alguém. Não tinha ninguém na sala junto comigo, o que eu estranhei bastante. Olhei pras minhas pernas, pouca coisa tinha mudado, a sensação era a mesma: de impotência. Mas dessa vez sabia que era por causa dos remédios. Olhei para uma cruz, com Jesus Cristo pregado na parede e fiz um pequena oração.
Algum tempo depois, recebi a enfermeira que estava de cara fechada e não tinha me respondido onde estaria meus pais. Depois de mais um tempo -o tempo passava lentamente, poderia ter se passado 30 minutos, a mais para mim parecia que tinha sido 3 horas- chegou meus pais e o médico. Ele disse algumas coisas, que sinceramente eu tinha entendido pouco, meus pensamentos estavam lentos, poderia ser os remédios que tinha recebido da enfermeira. Só sei que passei a noite e mais um pedaço do dia seguinte no hospital.
Fui para casa, e fui diretamente para o meu novo -e nada agradável- quarto que era inteiramente adaptado.
Os dias foram que prosseguiram foram monótonos, e depois de dias, eu tive a presença da pessoa que mais me fazia feliz.
_Senti tanto a sua falta! -Disse tentando abraçar Luan de um jeito que saiu como desajeitado-.
_Como você está, amor? -ele colocou minha franja de lado-.
_Eu tô me recuperando ainda....
_Quando você vai saber se a cirurgia foi boa ou não?
_Ela foi boa, mas os resultados ainda não tenho. Como foi seus dias?
_O mesmo de sempre.
_O que foi Luan?
_Nada amor... -ele deu um sorriso que não era dele, era forçado-.
_Luan, você tem alguma coisa pra me contar? Me conta. Você está tão diferente nos últimos dias...
_Sophia, o que eu fiz não foi certo. Mas, eu te amo.
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Comentem com o user de vocês amores, ai pra quem não mandamos os capítulos passaremos a mandar. Queremos sempre a opinião de vocês, esperamos que estejam gostando!
Li cada frase com lágrimas nos olhos. Em cada palavra, ela fazia com que eu gostasse cada vez mais dele, cada gesto de carinho, ficava guardado em um lugar reservado em meu coração que era só dele e que ninguém tiraria.
''Te amo'' foi a única coisa que eu consegui mandar no torpedo para ele, pensei em escrever na foto, mas se eu mandasse por lá todos veriam e eu queria que só ele soubesse, que essas poucas palavras, apesar de curtas tinham um significado imenso.
Não conseguia mais dormir depois que eu vi a foto, não somente por estar contente que mesmo longe, o Luan me tinha em seu pensamento e principalmente em seu coração. Mas também por saber que hoje seria um dia muito importante para o meu futuro. A cirurgia. Estava com medo pra falar a verdade, como o médico disso, depois dessa cirurgia poderia-se saber quanto por cento eu teria de voltar a andar e também como seria a intensidade dos meus tratamentos. Queria ter Luan aqui comigo, ele passava uma confiança incrível que eu jamais entenderia, mas eu entendo também que os motivos dele estar com atraso no trabalho, era por minha causa. Se eu não tivesse inconsciente naqueles dias, teria mandado com certeza ele cumprir com sua agenda. Mas de certa forma eu não o culpava. Ele estava ocupado.
Acordei as 09 horas, nem tinha percebido a hora que eu acabei dormindo, só sei que não demorou muito depois de mil pensamentos.
_Bom dia! -Luana e Gabriel entraram no quarto com uma bandeja enorme no colo-
_Saiam daqui, acabei de acordar! -Joguei o edredom por cima da cabeça-.
_Sabemos que você é linda quando acorda! -Gabriel disse tirando o edredom da minha cabeça-.
_Eu nem escovei os dentes!
_Come primeiro, e depois você escova. -Gabriel falou-.
_Não, não é assim que eu faço. Eu acordo, escovo os dentes e depois como.
_Mas não tem lógica, você poupa tempo do meu jeito! -ele riu e sentou do meu lado-.
_Fala ai, você tem ótimos amigos. Olha que bandeja maravilhosa que fizemos pra você! -Luana disse-.
_Quem vê pensa que eu vou comer tudo isso.
_Quanto egoísmo menina, viemos comer com você!
_Ah, desculpa! -tentei empurra-ló da cama-.
_Como você está, amiga? -Luana disse-.
_Bom, com medo.
_Quando você vai pro hospital? -Gabriel falou, após pegar uma maça-.
_13 horas.
_Por que tão cedo?
_Não faço ideia.
_O Luan vem pra cá? -Gabriel perguntou meio dentre uma grande mordida na maça-.
_Não, ele não pode. Daqui alguns dias só.
_Vamos estar aqui pra ajudar na sua recuperação. -Ele disse- não vamos sair do seu lado um minuto só!
Continuamos a comer, era bom estar com eles. Era eles que passavam a maior parte do dia comigo, posso dizer que se meus pais passavam antigamente 8 horas comigo -na mesma casa, sem falar comigo essas horas todas- hoje em dia, eles estão comigo quase 12 horas -e falando comigo-. Incrível como quando acontece coisas ruins, as pessoas se unem. Sempre desejei aquela união, mas queria que fosse por outros motivos.
Minha mãe me ajudou a arrumar as coisas para ir para o hospital, a cada minuto que se aproximava de estar lá, meu coração apertava mais. Luan tinha me ligado, senti que ele estava estranho, devia estar tão nervoso quanto eu. Foram comigo para o hospital: pai, mãe, Luana e Gabriel.
_Doutor, a cirurgia é de risco? -Perguntei quando ele entrou no quarto dizendo que daqui a pouco seria a cirurgia-.
_Toda cirurgia é de risco. Será demorada, mas temos certeza que a recuperação será boa.
Não me lembro como a conversa acabou, tinha certeza que acabei dormindo por causa daquela gelatina e aquele suco que eles me ofereceram. Ótima maneira de sedar as pessoas. Acordei depois de algum tempo, meio cansada pra falar a verdade. Não sabia se passaram-se 1, 2 ou 3 horas depois da minha última conversa com alguém. Não tinha ninguém na sala junto comigo, o que eu estranhei bastante. Olhei pras minhas pernas, pouca coisa tinha mudado, a sensação era a mesma: de impotência. Mas dessa vez sabia que era por causa dos remédios. Olhei para uma cruz, com Jesus Cristo pregado na parede e fiz um pequena oração.
Algum tempo depois, recebi a enfermeira que estava de cara fechada e não tinha me respondido onde estaria meus pais. Depois de mais um tempo -o tempo passava lentamente, poderia ter se passado 30 minutos, a mais para mim parecia que tinha sido 3 horas- chegou meus pais e o médico. Ele disse algumas coisas, que sinceramente eu tinha entendido pouco, meus pensamentos estavam lentos, poderia ser os remédios que tinha recebido da enfermeira. Só sei que passei a noite e mais um pedaço do dia seguinte no hospital.
Fui para casa, e fui diretamente para o meu novo -e nada agradável- quarto que era inteiramente adaptado.
Os dias foram que prosseguiram foram monótonos, e depois de dias, eu tive a presença da pessoa que mais me fazia feliz.
_Senti tanto a sua falta! -Disse tentando abraçar Luan de um jeito que saiu como desajeitado-.
_Como você está, amor? -ele colocou minha franja de lado-.
_Eu tô me recuperando ainda....
_Quando você vai saber se a cirurgia foi boa ou não?
_Ela foi boa, mas os resultados ainda não tenho. Como foi seus dias?
_O mesmo de sempre.
_O que foi Luan?
_Nada amor... -ele deu um sorriso que não era dele, era forçado-.
_Luan, você tem alguma coisa pra me contar? Me conta. Você está tão diferente nos últimos dias...
_Sophia, o que eu fiz não foi certo. Mas, eu te amo.
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Comentem com o user de vocês amores, ai pra quem não mandamos os capítulos passaremos a mandar. Queremos sempre a opinião de vocês, esperamos que estejam gostando!
terça-feira, 15 de outubro de 2013
ɞ Capítulo Setenta E Quatro ʚ
_Vai com Deus Luan. -Stella me abraçou, e foi embora-.
_É... você está pronto? -Roberval disse pausadamente após ela sair do quarto-.
_Cara, não precisa me olhar dessa jeito.
_Ué, eu só vim te chamar.
_Fica na sua! -Peguei meu celular em cima da cama, e sai-.
Não estava acreditando no que tinha acabado de fazer, não tinha traído só a Sophia, mas tinha traído a mim mesmo com a fraqueza do momento. Estava arrependido de todas as maneiras possíveis. O pior, é que eu não sabia se poderia contar pra Sophia, o certo seria, mas... ela já está tão mal com tudo que está acontecendo, que algo desse tipo, só faria com que as coisas piorassem.
_Alô?
_Oi Luan! -Ouvir sua voz doce, me fazia um bem inacreditável-. Como você está?
_Estou bem, só um pouco cansado! E você?
_Estou bem, só um pouco entendiada. Amanhã é a cirurgia.
_Amanhã? Pensei que seria daqui alguns dias.
_Não, amor. É amanhã. -Sua voz parecia desanimada-. Queria ter você aqui comigo.
_Me desculpa? -senti meu coração ficar em pedaços-.
_E pelo o que?
_Bom... por tudo. Principalmente por não estar ai nesse momento tão importante, quando prometi que estaria sempre.
_E você está, está em meus pensamentos e em meu coração a cada minuto, a cada batida do meu coração. Quando eu fecho os olhos... Você está aqui comigo.
_Te amo, viu? Agora eu preciso desligar, vou entra na van, no caminho não pega muito bem. E depois vou pro Rio de Janeiro.
_Mas e as fotos de hoje, você não vai me mandar?
_É verdade, eu vou mandar!
_Vou escolher algumas, de todas as que você me mandou, pra fazer um álbum pra guardar pra mim!
_E nesse álbum terá fotos, nossas?
_Tenho certeza que sim.
Nos despedimos e segui para a van. Roberval me olhava de canto de olho, e senti que ele estava querendo dizer algo, mas não dizia. Pensei em falar pra ela, mas não seria por telefone dizer coisas desse tipo. O remorso já batia, e tomava conta de mim. Sentia vontade de voltar no tempo, e mudar o que tinha acontecido, em outros momentos tentava ignorar o que tinha acontecido. Se desse apagaria da memoria.
_Ta pensando no que? -Roberval interrompeu meus pensamentos-.
_Em nada.
_Como você fica tão concentrado, pra não pensar em nada?
_Como se você não soubesse no que eu estou pensando...
_E Luan!
_Não quero ouvir o que você tem a dizer, eu sei o que eu faço da minha vida.
_É bom que saiba mesmo, nem todo mundo perdoa o que as outras fazem. E ainda mais quando elas fazem bem ciente das coisas.
Aquela eu engoli seco. De certa forma, ele tinha razão.
Desci da van, e fui para o aeroporto, atendi uma galera que se encontrava ali e embarquei para o Rio de Janeiro. Fui para o hotel, e não tive tempo de descansar o tempo que eu queria, então, logo comecei a me arrumar para ir para o show.
Já no camarim, tirei a foto da roupa que eu estava -calça preta, camiseta preta, colete jeans claro e um tênis meio verde, meio amarelo- para mandar para Sophia, para saber se estava aprovado.
''Com certeza, está maravilhoso.'' Estava aprovado.
Fui para a coletiva de imprensa e como sempre, foi bastante agitado. Pra falar a verdade, eu estava bem disperso. Não estava elaborando as respostas direitos, quando tal pergunta me fez ficar de coração apertado:
_Sua namorada sofreu um acidente recentemente, como ela está e como o relacionamento de vocês está depois do ocorrido?
_ Bom, ela está bem. Está ainda um pouco abalada com o resultado do acidente, e logo ela fará mais alguns procedimentos que eu tenho certeza que tudo vai dar certo.
_E o relacionamento de vocês, como está?
_Estamos bem unidos, na verdade. Estou sempre tentando acompanha-lá, e vai dar tudo certo.
_Segundo algumas pessoas que te virão hoje, disseram que você está de cara fechada. E anda evitando algumas pessoas. O que está acontecendo Luan? -Outra pessoa perguntou-.
_Olha, eu tento atender todo mundo que eu consigo, é claro que não consigo atender todos. Eu não evito ninguém, pelo contrário, mesmo cansado eu procuro estar junto com as pessoas que vão para os lugares para me ver.
A coletiva continuou por mais 25 minutos, algumas das perguntas eram pretensiosas. Porém, já tinha experiência de saber contornar o assunto.
E do nada, Sophia tomou conta de meus pensamentos. Tive vontade de dizer para o mundo, o quanto eu a amava, o quanto ela era especial pra mim. Então, antes do show, escolhi uma das fotos que eu mais gostava -a que eu tinha mostrado para Stella- e fiquei usando os minutos que antecedia o começo do show, para pensar em algo tão bonito quanto ela. Não sei se ela gostaria, mas era o que eu estava sentindo e com certeza, enquanto o nosso amor vivesse, eu sempre sentiria.
''Eu queria poder te dizer sem palavras, eu queria poder te cantar sem canções, queria viver morando em sua teia, seu sangue correndo em minha veia, seu cheiro morando em meus pulmões... Cada dia que passo sem sua presença, sou um presidiário cumprindo sentença, sou um velho diário perdido na areia, esperando que você me leia, sou pista vazia esperando aviões...''
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Cadê nossas leitoras maravilhosas que viviam comentando? Será que teremos 6 comentários nesse capítulo? Digam o que estão achando! Capítulos emocionantes estão a espera de vocês!
_É... você está pronto? -Roberval disse pausadamente após ela sair do quarto-.
_Cara, não precisa me olhar dessa jeito.
_Ué, eu só vim te chamar.
_Fica na sua! -Peguei meu celular em cima da cama, e sai-.
Não estava acreditando no que tinha acabado de fazer, não tinha traído só a Sophia, mas tinha traído a mim mesmo com a fraqueza do momento. Estava arrependido de todas as maneiras possíveis. O pior, é que eu não sabia se poderia contar pra Sophia, o certo seria, mas... ela já está tão mal com tudo que está acontecendo, que algo desse tipo, só faria com que as coisas piorassem.
_Alô?
_Oi Luan! -Ouvir sua voz doce, me fazia um bem inacreditável-. Como você está?
_Estou bem, só um pouco cansado! E você?
_Estou bem, só um pouco entendiada. Amanhã é a cirurgia.
_Amanhã? Pensei que seria daqui alguns dias.
_Não, amor. É amanhã. -Sua voz parecia desanimada-. Queria ter você aqui comigo.
_Me desculpa? -senti meu coração ficar em pedaços-.
_E pelo o que?
_Bom... por tudo. Principalmente por não estar ai nesse momento tão importante, quando prometi que estaria sempre.
_E você está, está em meus pensamentos e em meu coração a cada minuto, a cada batida do meu coração. Quando eu fecho os olhos... Você está aqui comigo.
_Te amo, viu? Agora eu preciso desligar, vou entra na van, no caminho não pega muito bem. E depois vou pro Rio de Janeiro.
_Mas e as fotos de hoje, você não vai me mandar?
_É verdade, eu vou mandar!
_Vou escolher algumas, de todas as que você me mandou, pra fazer um álbum pra guardar pra mim!
_E nesse álbum terá fotos, nossas?
_Tenho certeza que sim.
Nos despedimos e segui para a van. Roberval me olhava de canto de olho, e senti que ele estava querendo dizer algo, mas não dizia. Pensei em falar pra ela, mas não seria por telefone dizer coisas desse tipo. O remorso já batia, e tomava conta de mim. Sentia vontade de voltar no tempo, e mudar o que tinha acontecido, em outros momentos tentava ignorar o que tinha acontecido. Se desse apagaria da memoria.
_Ta pensando no que? -Roberval interrompeu meus pensamentos-.
_Em nada.
_Como você fica tão concentrado, pra não pensar em nada?
_Como se você não soubesse no que eu estou pensando...
_E Luan!
_Não quero ouvir o que você tem a dizer, eu sei o que eu faço da minha vida.
_É bom que saiba mesmo, nem todo mundo perdoa o que as outras fazem. E ainda mais quando elas fazem bem ciente das coisas.
Aquela eu engoli seco. De certa forma, ele tinha razão.
Desci da van, e fui para o aeroporto, atendi uma galera que se encontrava ali e embarquei para o Rio de Janeiro. Fui para o hotel, e não tive tempo de descansar o tempo que eu queria, então, logo comecei a me arrumar para ir para o show.
Já no camarim, tirei a foto da roupa que eu estava -calça preta, camiseta preta, colete jeans claro e um tênis meio verde, meio amarelo- para mandar para Sophia, para saber se estava aprovado.
''Com certeza, está maravilhoso.'' Estava aprovado.
Fui para a coletiva de imprensa e como sempre, foi bastante agitado. Pra falar a verdade, eu estava bem disperso. Não estava elaborando as respostas direitos, quando tal pergunta me fez ficar de coração apertado:
_Sua namorada sofreu um acidente recentemente, como ela está e como o relacionamento de vocês está depois do ocorrido?
_ Bom, ela está bem. Está ainda um pouco abalada com o resultado do acidente, e logo ela fará mais alguns procedimentos que eu tenho certeza que tudo vai dar certo.
_E o relacionamento de vocês, como está?
_Estamos bem unidos, na verdade. Estou sempre tentando acompanha-lá, e vai dar tudo certo.
_Segundo algumas pessoas que te virão hoje, disseram que você está de cara fechada. E anda evitando algumas pessoas. O que está acontecendo Luan? -Outra pessoa perguntou-.
_Olha, eu tento atender todo mundo que eu consigo, é claro que não consigo atender todos. Eu não evito ninguém, pelo contrário, mesmo cansado eu procuro estar junto com as pessoas que vão para os lugares para me ver.
A coletiva continuou por mais 25 minutos, algumas das perguntas eram pretensiosas. Porém, já tinha experiência de saber contornar o assunto.
E do nada, Sophia tomou conta de meus pensamentos. Tive vontade de dizer para o mundo, o quanto eu a amava, o quanto ela era especial pra mim. Então, antes do show, escolhi uma das fotos que eu mais gostava -a que eu tinha mostrado para Stella- e fiquei usando os minutos que antecedia o começo do show, para pensar em algo tão bonito quanto ela. Não sei se ela gostaria, mas era o que eu estava sentindo e com certeza, enquanto o nosso amor vivesse, eu sempre sentiria.
''Eu queria poder te dizer sem palavras, eu queria poder te cantar sem canções, queria viver morando em sua teia, seu sangue correndo em minha veia, seu cheiro morando em meus pulmões... Cada dia que passo sem sua presença, sou um presidiário cumprindo sentença, sou um velho diário perdido na areia, esperando que você me leia, sou pista vazia esperando aviões...''
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sábado, 12 de outubro de 2013
ɞ Capítulo Setenta E Três ʚ
_É... -disse levantando constrangido- o que você ta fazendo aqui? -peguei e vesti a primeira camiseta que encontrei no guarda-roupa.
_Não está me reconhecendo não, é?
_Desculpa, espera só um minuto.
Fui para o banheiro e peguei o short que tinha ali. Vesti e dei uma passada de mão no cabelo pra ajeitar. Não fazia a mínima ideia de quem tinha acabado de entrar no quarto, mas a pessoa era bem familiar.
_Pronto... Voltei.
_E então, lembra de mim? -ela se aproximou, e sentou em uma cadeira que eu nem lembrava de ter visto-.
_Olha, desculpa. Mas não consigo lembrar. -Confessei-.
_É a Stella Luan...
_Não precisa dizer mais nada, é claro que eu lembro de você agora! -Abracei-a-.
_As vezes é chato você ver muita gente, acaba esquecendo de algumas.
_Não é chato, acredite. Mas eu tento lembrar do máximo de gente que puder. Mas me conta, o que veio fazer aqui?
_Ah, a Lorena...Lembra da Lorena? -Arqueei a sombrancelia- Ta, você não lembra dela. Mas ela estava na mesma balada que a gente aquela vez, e ela acabou ficando com o Roberval. E ele mandou sms pra ela, e acabei vindo junto pra te ver...
_Ah, que bom!
_Desculpa entrar sem bater, o Roberval me disse que você já estaria pronto e então eu subi.
_É, era pra eu estar pronto mesmo. Mas acabei me atrasando.
_Me conta Luan, como anda a sua vida? -Ela disse me puxando para sentar ao seu lado-.
_Ah, na mesma. Tudo que você já deve imaginar.
_Namorando muito?
_Sim.
_Pegador desde sempre, né? -ela riu-.
_Não, mas agora é pra valer. Estou namorando mesmo, faz faz algum tempo.
_E você nem me conta nada? Me mostre uma foto dela.
_Aqui -peguei o celular e mostrei a foto que eu mais gostava de nós dois-. O nome dela é Sophia, tem 20 anos e mora em Londrina. No meu condomínio, da para acreditar? Coisa de Deus.
_Nossa, ela é muito linda Luan. Parabéns e parabéns também pelo namoro de vocês. Você merece ser feliz. E ela com certeza deve estar feliz, por tê-lo.
_Não sei se ela está feliz, pra falar a verdade. -Pela primeira vez, lembrei de como as coisas estavam e como a realidade machucava algumas vezes-.
_O que está acontecendo, Luan?
_Ah, nada não.
_Você pode confiar em mim, tô vendo que você precisa desabafar.
_Realmente eu preciso, queria fazer isso com a minha mãe como sempre fiz. Mas vou demorar pra vê-la.
_Então me conta...
_É que a Sophia sofreu um acidente há alguns dias.
_Mas ela está bem?
_Está sim. Porém está numa cadeira de rodas, e ela tem sim chance de voltar a andar. Mas ainda pode demorar a acontecer ou não pode acontecer.
_E você está sofrendo com isso?
_Sofro com o sofrimento dela, vejo que ela está infeliz. Eu tento fazer de tudo para que ela se sinta bem, como se nada tivesse acontecido...Mas não posso ignorar o que aconteceu e principalmente ela não consegue ignorar. Eu não sei mas o que eu faço, esses são só os primeiros dias. Eu queria estar com ela lá, mas eu tenho que estar aqui. Me torturo pensando nas coisas, eu só... eu só queria estar com ela. Mas a distância impede.
_Vai vê-la sempre que puder.
_Eu vou fazer isso, claro. Mas tô vendo que não verei ela pelos próximos dias. Perdi muito compromisso, e mesmo quando estou em casa aparece mais algum e eu tenho que sair independente da hora pra cumprir a agenda. Agora ta tudo acumulado, e nesses dias ela fará a cirurgia e eu não estarei com ela. E será nesse momento que tudo pode se resolver, pra bem ou não.
_Você está fazendo tudo que pode, tenho certeza. Mas Luan, ela com certeza é uma pessoa que sabe como sua vida é, ela sabe como você vive e como sua rotina é de imprevistos. Ela vai saber lidar com isso.
_A Sophia é maravilhosa, você precisa conhecê-la.
_Tenho certeza que é sim. -Ela sorriu-.
_Obrigada por ter aparecido, você não sabe como eu precisava falar isso pra alguém. Estou me sentindo melhor. -Sorri e ela fez o mesmo-. Preciso me arrumar agora, bora ir na rádio com a gente?
_O Roberval já tinha chamado... Mas aceito sim! -Ela riu-. Vou descer pra você se arrumar.
_Tudo bem.
Tirei a roupa que estava e coloquei um camiseta polo xadrez vermelha, uma calça jeans e um tênis azul que eu tinha acabado de comprar. Desci e na recepção já estava todo mundo esperando, cumprimentei a Lorena que era amiga da Stella, e fomos para a van. Eles foram na frente e eu fui atender as pessoas que se encontravam ali. Era gratificante demais, sempre ir em algum lugar e ter pessoas que estão a sua espera. No caminho para a rádio, fiquei olhando os presentes que tinha ganhado. Ganhei uma camiseta preta que tinha uma cruz na frente, iria usar com certeza. Li algumas das cartas, e acabei entrando no twitter pra seguir a dona da carta. Mas antes de seguir, acabei vendo que ela estava online, e vi que estava postando algumas coisas. Como o caminho era longo, decidi ler o que ela postava.
Ela estava contando como foi me ver, a alguns minutos antes. Pela forma que falava, percebi que estava muito feliz. E saber que eu era o motivo de sua felicidade, era maravilhoso. Queria poder guardar o sorriso dela num cantinho especial do meu coração.
Cheguei na rádio, e terminei de arrumar as coisas para começar. Foi maravilhoso como sempre, apesar de ser para uma quantidade menor de pessoas, as que estavam ali não deixaram a desejar. Fez valer a pena cada minuto.
_Parabéns! Foi maravilhoso. -Stella me abraçou no termino da apresentação-.
_Obrigado! Vocês vão para o hotel agora?
_É, vamos sim né Lô? -ela olhou para a amiga- temos que pegar nossas coisas que estão lá.
_De lá a gente vai pra onde, testa?
_Pra cidade maravilhosa!
_Bora lá então!
Voltamos para o hotel, e lá as coisas já estavam arrumadas para irmos para o Rio.
_Vim me despedir de você. -Stella abriu a porta e entrou no quarto-.
_Ah, sim. Logo a gente se vê! -Sorri e abracei-a-.
_Com certeza!
Ela me abraçou e depois me encarou, puxando minha cabeça em sua direção. Confesso, que no começo resisti. Mas aos poucos, desisti de resistir e continuei com os beijos. Os beijos eram urgentes, suas mãos eram rápidas e percebi que aos íamos caminhando para a direção da cama.
_Luan, está pronto? -Santo Roberval, esse sabe exatamente aparecer na hora certa-.
________________________________________________
O que será que vai acontecer agora ein? Queremos saber o que vocês estão achando!
Agradecemos pelos comentários! E sejam muito bem vinda as leitoras novas. Esperamos que continue nos acompanhando. Beijos!
Nossa Senhora Aparecida, rogai por nós, nos cubra com seu manto de amor guiando nossos passos e iluminando nossos caminhos.
_Não está me reconhecendo não, é?
_Desculpa, espera só um minuto.
Fui para o banheiro e peguei o short que tinha ali. Vesti e dei uma passada de mão no cabelo pra ajeitar. Não fazia a mínima ideia de quem tinha acabado de entrar no quarto, mas a pessoa era bem familiar.
_Pronto... Voltei.
_E então, lembra de mim? -ela se aproximou, e sentou em uma cadeira que eu nem lembrava de ter visto-.
_Olha, desculpa. Mas não consigo lembrar. -Confessei-.
_É a Stella Luan...
_Não precisa dizer mais nada, é claro que eu lembro de você agora! -Abracei-a-.
_As vezes é chato você ver muita gente, acaba esquecendo de algumas.
_Não é chato, acredite. Mas eu tento lembrar do máximo de gente que puder. Mas me conta, o que veio fazer aqui?
_Ah, a Lorena...Lembra da Lorena? -Arqueei a sombrancelia- Ta, você não lembra dela. Mas ela estava na mesma balada que a gente aquela vez, e ela acabou ficando com o Roberval. E ele mandou sms pra ela, e acabei vindo junto pra te ver...
_Ah, que bom!
_Desculpa entrar sem bater, o Roberval me disse que você já estaria pronto e então eu subi.
_É, era pra eu estar pronto mesmo. Mas acabei me atrasando.
_Me conta Luan, como anda a sua vida? -Ela disse me puxando para sentar ao seu lado-.
_Ah, na mesma. Tudo que você já deve imaginar.
_Namorando muito?
_Sim.
_Pegador desde sempre, né? -ela riu-.
_Não, mas agora é pra valer. Estou namorando mesmo, faz faz algum tempo.
_E você nem me conta nada? Me mostre uma foto dela.
_Aqui -peguei o celular e mostrei a foto que eu mais gostava de nós dois-. O nome dela é Sophia, tem 20 anos e mora em Londrina. No meu condomínio, da para acreditar? Coisa de Deus.
_Nossa, ela é muito linda Luan. Parabéns e parabéns também pelo namoro de vocês. Você merece ser feliz. E ela com certeza deve estar feliz, por tê-lo.
_Não sei se ela está feliz, pra falar a verdade. -Pela primeira vez, lembrei de como as coisas estavam e como a realidade machucava algumas vezes-.
_O que está acontecendo, Luan?
_Ah, nada não.
_Você pode confiar em mim, tô vendo que você precisa desabafar.
_Realmente eu preciso, queria fazer isso com a minha mãe como sempre fiz. Mas vou demorar pra vê-la.
_Então me conta...
_É que a Sophia sofreu um acidente há alguns dias.
_Mas ela está bem?
_Está sim. Porém está numa cadeira de rodas, e ela tem sim chance de voltar a andar. Mas ainda pode demorar a acontecer ou não pode acontecer.
_E você está sofrendo com isso?
_Sofro com o sofrimento dela, vejo que ela está infeliz. Eu tento fazer de tudo para que ela se sinta bem, como se nada tivesse acontecido...Mas não posso ignorar o que aconteceu e principalmente ela não consegue ignorar. Eu não sei mas o que eu faço, esses são só os primeiros dias. Eu queria estar com ela lá, mas eu tenho que estar aqui. Me torturo pensando nas coisas, eu só... eu só queria estar com ela. Mas a distância impede.
_Vai vê-la sempre que puder.
_Eu vou fazer isso, claro. Mas tô vendo que não verei ela pelos próximos dias. Perdi muito compromisso, e mesmo quando estou em casa aparece mais algum e eu tenho que sair independente da hora pra cumprir a agenda. Agora ta tudo acumulado, e nesses dias ela fará a cirurgia e eu não estarei com ela. E será nesse momento que tudo pode se resolver, pra bem ou não.
_Você está fazendo tudo que pode, tenho certeza. Mas Luan, ela com certeza é uma pessoa que sabe como sua vida é, ela sabe como você vive e como sua rotina é de imprevistos. Ela vai saber lidar com isso.
_A Sophia é maravilhosa, você precisa conhecê-la.
_Tenho certeza que é sim. -Ela sorriu-.
_Obrigada por ter aparecido, você não sabe como eu precisava falar isso pra alguém. Estou me sentindo melhor. -Sorri e ela fez o mesmo-. Preciso me arrumar agora, bora ir na rádio com a gente?
_O Roberval já tinha chamado... Mas aceito sim! -Ela riu-. Vou descer pra você se arrumar.
_Tudo bem.
Tirei a roupa que estava e coloquei um camiseta polo xadrez vermelha, uma calça jeans e um tênis azul que eu tinha acabado de comprar. Desci e na recepção já estava todo mundo esperando, cumprimentei a Lorena que era amiga da Stella, e fomos para a van. Eles foram na frente e eu fui atender as pessoas que se encontravam ali. Era gratificante demais, sempre ir em algum lugar e ter pessoas que estão a sua espera. No caminho para a rádio, fiquei olhando os presentes que tinha ganhado. Ganhei uma camiseta preta que tinha uma cruz na frente, iria usar com certeza. Li algumas das cartas, e acabei entrando no twitter pra seguir a dona da carta. Mas antes de seguir, acabei vendo que ela estava online, e vi que estava postando algumas coisas. Como o caminho era longo, decidi ler o que ela postava.
Ela estava contando como foi me ver, a alguns minutos antes. Pela forma que falava, percebi que estava muito feliz. E saber que eu era o motivo de sua felicidade, era maravilhoso. Queria poder guardar o sorriso dela num cantinho especial do meu coração.
Cheguei na rádio, e terminei de arrumar as coisas para começar. Foi maravilhoso como sempre, apesar de ser para uma quantidade menor de pessoas, as que estavam ali não deixaram a desejar. Fez valer a pena cada minuto.
_Parabéns! Foi maravilhoso. -Stella me abraçou no termino da apresentação-.
_Obrigado! Vocês vão para o hotel agora?
_É, vamos sim né Lô? -ela olhou para a amiga- temos que pegar nossas coisas que estão lá.
_De lá a gente vai pra onde, testa?
_Pra cidade maravilhosa!
_Bora lá então!
Voltamos para o hotel, e lá as coisas já estavam arrumadas para irmos para o Rio.
_Vim me despedir de você. -Stella abriu a porta e entrou no quarto-.
_Ah, sim. Logo a gente se vê! -Sorri e abracei-a-.
_Com certeza!
Ela me abraçou e depois me encarou, puxando minha cabeça em sua direção. Confesso, que no começo resisti. Mas aos poucos, desisti de resistir e continuei com os beijos. Os beijos eram urgentes, suas mãos eram rápidas e percebi que aos íamos caminhando para a direção da cama.
_Luan, está pronto? -Santo Roberval, esse sabe exatamente aparecer na hora certa-.
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O que será que vai acontecer agora ein? Queremos saber o que vocês estão achando!
Agradecemos pelos comentários! E sejam muito bem vinda as leitoras novas. Esperamos que continue nos acompanhando. Beijos!
Nossa Senhora Aparecida, rogai por nós, nos cubra com seu manto de amor guiando nossos passos e iluminando nossos caminhos.
terça-feira, 8 de outubro de 2013
ɞ Capítulo Setenta E Dois ʚ
Acordei pela manhã e tive vontade de correr para abrir as cortinas como toda as manhãs. Mas esta manhã foi diferente de todas as outras. Acordei, olhei para minha perna e tentei movê-las. Em vão. Decidi logo em seguida que não queria chorar logo cedo, acreditava que quando isso acontecia pela manhã o resto do dia seria baseado em lágrimas. Mas vendo a situação em que eu me encontrava, percebi que isso não passava de mais uma daquelas coisas bobas que a gente acreditava que fazia diferença na nossa vida. No dia anterior, Luan e eu ficamos ali... juntos. Enquanto acariciava seu rosto de leve, fiquei pensando no futuro que teríamos. Nosso futuro estava como uma neblina: não conseguia ver muito, não sabia o que nos aguardava.
Caminhávamos sem saber onde estávamos pisando. Essa semana, ele teria que passar longe. Eu o entendia, claro. Mas queria que ele estivesse ali comigo.
_Preciso terminar o que esses dias eu não consegui fazer, minha assessora está enlouquecendo de tanto que eu estou faltando nas coisas...
_Tudo bem, eu te entendo... -Eu o entendia mesmo, não estava fazendo drama-.
_Agora, eu só vou terminar o que semana passada eu não consegui. Mas prometo que vou voltar. Você vai me esperar?
_Para todo o sempre.
_Você acredita nessas coisas de para sempre, mesmo? -ele disse ficando sério de uma vez-.
_Ah... e você, acredita?
_Sinceramente?
_Com toda a sinceridade que você tiver.
_Quando eu era criança, eu acreditava no para sempre. Depois, tive minha fase de adolescente revoltado. Você passou por isso, tenho certeza. Nesse momento, eu não acreditava. Mas, então eu passei a viver diferente de qualquer outro adolescente. Passei a ter uma rotina totalmente diferente, passei a conviver com pessoas que queriam apenas estar ao meu lado, queria apenas a minha atenção. Confesso pra você, que demorei a entendê-las. Passei dias, de verdade, passei dias tentando entender o que elas sentiam por mim. Teve momentos, que eu pensei que era apenas a vontade de estar do lado de alguém, em outros, estar ao lado de alguém que tinha fama. Mas, você deve estar pensando: o que isso tem a ver com o ''para sempre''.
_É.. confesso, o que tem a ver? -ri.
_Bom, eu descobri que elas não queriam apenas estar ao meu lado por estar, ou então estar ao meu lado por fama. Elas estavam ali por amor, sabe aqueles amor de mãe e filho? Nunca tinha escutado falar de outro sentimento tão puro, tão belo e sincero como este. Mas então, eu passei a ter comigo fãs. Cara, os meus
fãs não são só simples fãs. Eles são os melhores que eu já vi, é sério. Não é porque são meus fãs, mas eu falo isso porque eu já fui fã, e eu não me interessava tanto como elas se interessam por mim. Eu nunca passaria o que elas passam por mim. Sabe o que fazem elas fazerem isso? Um amor puro, sincero e um amor que não é egoísta. Um amor que me fez acreditar no para sempre.
_Queria que boa parte de suas fãs ouvissem o que eu acabei de ouvir. Você sabe como lidar com elas, não é? Isso que é maravilhoso em você. Você as trata igual por igual.
_Eu poderia ficar um dia todo falando de como eu me sinto em relação á elas, tentando descrever o que elas são pra mim. Mas sabe quando o amor é demais e você procura palavras para descrever o que você sente, mas nada chega tão perto? É assim... eu não tenho fãs, eu tenho anjos. Fãs são anjos que veio a terra
para cuidar e fazer alguém a pessoa mais feliz do mundo. E eu sou a pessoa mais feliz do mundo por terem anjos comigo.
Acordei pela manhã, e vi que o sol já estava forte. Acho que já não era tão manhã assim... olhei para o relógio e marcavam 15:52 hrs. Até que por hoje, eu acordei cedo. Sem ninguém me chamando, ou telefonando... Um dia comum. Não tão comum para um cara que faz show a semana toda, dorme as 05 da madrugada basicamente, e vê todos os dias muitas pessoas que gostam de você.
Olhei pro lado e vi que meu café da manhã estava ali, pelo visto logo eu teria que ir para algum lugar... uma rádio, ou gravar um programa, ou voar pra outro estado. Mas, sinceramente. Eu não queria estar aqui, eu queria estar era com ela... Sophia. Sophia estava sendo forte, tão forte que eu nunca pensei que seria. Ela está encarando bem a situação, pelo menos quando eu estou perto. E eu, ah...eu também estou tentando encarar a situação, mas a realidade é que eu não consigo. Tento ajudar, tento fazer de tudo... Mas faltam forças, quando estou longe penso que tudo está na pior. Mas vê-la deitada, ou sentada em uma cadeira de rodas parecia o mesmo. Mas, como sempre ela fazia arder em meu coração o amor que eu sentia por ela.
_Luan...você vai precisar se desdobrar em três hoje! -Roberval chegou falando sem rodeios-.
_Já me desdobrei em mais, boi.
_Você tem um programa de 2 horas para gravar, uma rádio de 1 hora e 30 minutos e um show.
_Pelo menos é tudo aqui, né?
_Só a rádio, o show e o programa é no Rio de Janeiro.
_Porque está tudo tão acumulado? Geralmente, vocês distribuem essas coisas na semana. -Falei passando a mão no rosto na tentativa de espantar a sonolência-.
_Você faltou em muitos compromissos ultimamente, era o que dava pra fazer. Luan, você não pode mais fazer isso.
_Eu não vou faltar, eu sei.
_E se continuar nesse ritmo, você vai sair com fama de irresponsável.
_Acordou bem ein? Ta com vontade de brigar, por que não pode. Ta com falta de muié? -levantei e fui tomar banho-.
_Para de fugir da realidade Luan, o que anda acontecendo com você?
_Você anda pegando no meu pé demais, nunca vi igual. -Gritei do banheiro-.
_Já volto, vou na recepção. E por favor, toma esse banho logo que a gente já está atrasado!
Tomei meu banho normalmente, demorei uns 15 minutos a mais só de pirraça.
Acabei de tomar banho, fui pro quarto trocar de roupa... Mas estava com um pouco de preguiça, então vesti a cueca me enrolei na toalha de novo e me joguei na cama. Todo largado.
A porta se abriu, como sempre Roberval não perdia aquele costume não bater.
Mas... não era ele. Eu conheço esse rosto, mas não estou lembrado de onde...
_Luan? -Ela disse surpresa ao me ver-.
Falem pra nós, o que vocês estão achando? É desmotivante não termos o retorno da parte de vocês. E pra quem escreve, isso é muito importante.
Será que teremos bastantes comentários, nesse capítulo? Se tivermos, postaremos em breve o próximo.
Agradecemos a paciência.
Caminhávamos sem saber onde estávamos pisando. Essa semana, ele teria que passar longe. Eu o entendia, claro. Mas queria que ele estivesse ali comigo.
_Preciso terminar o que esses dias eu não consegui fazer, minha assessora está enlouquecendo de tanto que eu estou faltando nas coisas...
_Tudo bem, eu te entendo... -Eu o entendia mesmo, não estava fazendo drama-.
_Agora, eu só vou terminar o que semana passada eu não consegui. Mas prometo que vou voltar. Você vai me esperar?
_Para todo o sempre.
_Você acredita nessas coisas de para sempre, mesmo? -ele disse ficando sério de uma vez-.
_Ah... e você, acredita?
_Sinceramente?
_Com toda a sinceridade que você tiver.
_Quando eu era criança, eu acreditava no para sempre. Depois, tive minha fase de adolescente revoltado. Você passou por isso, tenho certeza. Nesse momento, eu não acreditava. Mas, então eu passei a viver diferente de qualquer outro adolescente. Passei a ter uma rotina totalmente diferente, passei a conviver com pessoas que queriam apenas estar ao meu lado, queria apenas a minha atenção. Confesso pra você, que demorei a entendê-las. Passei dias, de verdade, passei dias tentando entender o que elas sentiam por mim. Teve momentos, que eu pensei que era apenas a vontade de estar do lado de alguém, em outros, estar ao lado de alguém que tinha fama. Mas, você deve estar pensando: o que isso tem a ver com o ''para sempre''.
_É.. confesso, o que tem a ver? -ri.
_Bom, eu descobri que elas não queriam apenas estar ao meu lado por estar, ou então estar ao meu lado por fama. Elas estavam ali por amor, sabe aqueles amor de mãe e filho? Nunca tinha escutado falar de outro sentimento tão puro, tão belo e sincero como este. Mas então, eu passei a ter comigo fãs. Cara, os meus
fãs não são só simples fãs. Eles são os melhores que eu já vi, é sério. Não é porque são meus fãs, mas eu falo isso porque eu já fui fã, e eu não me interessava tanto como elas se interessam por mim. Eu nunca passaria o que elas passam por mim. Sabe o que fazem elas fazerem isso? Um amor puro, sincero e um amor que não é egoísta. Um amor que me fez acreditar no para sempre.
_Queria que boa parte de suas fãs ouvissem o que eu acabei de ouvir. Você sabe como lidar com elas, não é? Isso que é maravilhoso em você. Você as trata igual por igual.
_Eu poderia ficar um dia todo falando de como eu me sinto em relação á elas, tentando descrever o que elas são pra mim. Mas sabe quando o amor é demais e você procura palavras para descrever o que você sente, mas nada chega tão perto? É assim... eu não tenho fãs, eu tenho anjos. Fãs são anjos que veio a terra
para cuidar e fazer alguém a pessoa mais feliz do mundo. E eu sou a pessoa mais feliz do mundo por terem anjos comigo.
Acordei pela manhã, e vi que o sol já estava forte. Acho que já não era tão manhã assim... olhei para o relógio e marcavam 15:52 hrs. Até que por hoje, eu acordei cedo. Sem ninguém me chamando, ou telefonando... Um dia comum. Não tão comum para um cara que faz show a semana toda, dorme as 05 da madrugada basicamente, e vê todos os dias muitas pessoas que gostam de você.
Olhei pro lado e vi que meu café da manhã estava ali, pelo visto logo eu teria que ir para algum lugar... uma rádio, ou gravar um programa, ou voar pra outro estado. Mas, sinceramente. Eu não queria estar aqui, eu queria estar era com ela... Sophia. Sophia estava sendo forte, tão forte que eu nunca pensei que seria. Ela está encarando bem a situação, pelo menos quando eu estou perto. E eu, ah...eu também estou tentando encarar a situação, mas a realidade é que eu não consigo. Tento ajudar, tento fazer de tudo... Mas faltam forças, quando estou longe penso que tudo está na pior. Mas vê-la deitada, ou sentada em uma cadeira de rodas parecia o mesmo. Mas, como sempre ela fazia arder em meu coração o amor que eu sentia por ela.
_Luan...você vai precisar se desdobrar em três hoje! -Roberval chegou falando sem rodeios-.
_Já me desdobrei em mais, boi.
_Você tem um programa de 2 horas para gravar, uma rádio de 1 hora e 30 minutos e um show.
_Pelo menos é tudo aqui, né?
_Só a rádio, o show e o programa é no Rio de Janeiro.
_Porque está tudo tão acumulado? Geralmente, vocês distribuem essas coisas na semana. -Falei passando a mão no rosto na tentativa de espantar a sonolência-.
_Você faltou em muitos compromissos ultimamente, era o que dava pra fazer. Luan, você não pode mais fazer isso.
_Eu não vou faltar, eu sei.
_E se continuar nesse ritmo, você vai sair com fama de irresponsável.
_Acordou bem ein? Ta com vontade de brigar, por que não pode. Ta com falta de muié? -levantei e fui tomar banho-.
_Para de fugir da realidade Luan, o que anda acontecendo com você?
_Você anda pegando no meu pé demais, nunca vi igual. -Gritei do banheiro-.
_Já volto, vou na recepção. E por favor, toma esse banho logo que a gente já está atrasado!
Tomei meu banho normalmente, demorei uns 15 minutos a mais só de pirraça.
Acabei de tomar banho, fui pro quarto trocar de roupa... Mas estava com um pouco de preguiça, então vesti a cueca me enrolei na toalha de novo e me joguei na cama. Todo largado.
A porta se abriu, como sempre Roberval não perdia aquele costume não bater.
Mas... não era ele. Eu conheço esse rosto, mas não estou lembrado de onde...
_Luan? -Ela disse surpresa ao me ver-.
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Falem pra nós, o que vocês estão achando? É desmotivante não termos o retorno da parte de vocês. E pra quem escreve, isso é muito importante.
Será que teremos bastantes comentários, nesse capítulo? Se tivermos, postaremos em breve o próximo.
Agradecemos a paciência.
terça-feira, 1 de outubro de 2013
ɞ Capítulo Setenta E Um ʚ
Para a minha surpresa, pensei que iria embora naquele mesmo dia. Mas continuei no hospital até o dia seguinte.
_Sophia, demos aos seus pais o horário e o dia da cirurgia de semana que vem, esperamos que você fique de repouso e que por favor não tente nada. Você pode acabar agravando a situação. A partir da cirurgia e de como você ficará poderemos decidir a intensidade dos seus novos tratamentos.
_Tudo bem Doutor, não vou tentar nada não... até porque não quero ficar pior do que já estou, se é que isso ainda é possível.
_Você vai ficar bem logo. -Para a minha surpresa ele sorriu na tentativa que eu fizesse o mesmo, mas foi em vão-.
_Sophia, já compramos sua cadeira de rodas. -Meu pai disse com a voz diferente do normal, percebi que ele tinha ficado tão abalado quanto eu-.
_Não achamos nenhuma motorizada, mas vamos comprar. -Falou minha mãe, na tentativa de me animar-.
_De qualquer jeito eu vou ter que ficar sentada, que diferença terá? O bom é que meus braços terão algo pra fazer. -Falei sarcasticamente-.
Meu pai abriu a porta e voltou com a cadeira. Me senti meio atordoada ao ver ela, eu sabia que teria que usa-lá, mas vê-lá ali e saber que era para mim me aterrorizava um pouco. Nunca em nenhum momento da minha vida, passou pela minha cabeça que um dia eu estaria ali...no colo do meu pai, para me sentar numa cadeira de rodas. Inválida e com poucas chances de voltar a um dia a ficar de pé.
Luan continuava a me visitar, tive algumas conversas com minha mãe desde que acordei, e segundo ela desde o dia do acidente não teve um dia, mesmo por pouco tempo que ele não esteve ali para saber como eu estava. Fiquei pensando como ele estava se desdobrando, e como ele com certeza estaria muito mais cansado com essa rotina de ir me visitar; tadinho, isso era apenas o começo daquela nossa nova vida, de uma vida que eu não sabia se iria aguentar. Digo isso, pois sempre vivi solta por ai, sempre fui uma pessoa muito ativa, e ainda mais que eu era imperativa demais, não podia ficar parada um minuto sequer. Como por exemplo, como vou conseguir viver sem o hipismo? Eu praticava o hipismo por muitos motivos, mas dentre alguns, eu me sentia mais forte quando estava montada, sentia que nada poderia me parar. Agora, teria que aprender a viver com as minhas limitações.
Sai do hospital empurrada por Luan, aquela cena jamais vou esquecer. Na minha direta estava minha mãe, na esquerda meu pai e atrás de mim o cara que me completava. Quantas vezes desejei aquele momento, todos nós reunidos. Mas nunca pensei que quando fosse acontecer esse momento, eu estaria naquela situação.
Meu pai mais uma vez me pegou no colo e me colocou dentro do carro. Minhas pernas perderam força, perderam vida. Era estranho tentar mover um músculo e não conseguir. Por mais que eu tente descrever qual é a sensação, jamais chegaria ao ponto exato. Esperei pela entrada de Luan no carro, mas vi que ele entrou no seu e foi atrás de nós junto para o condomínio. Luan e a sua gentiliza de não querer forçar a barra com os meus pais.
A última vez que eu sai de casa, nunca pensei em retornar em uma cadeira de rodas, mas cá estamos nós.
_Licença ... -meu pai disse ao envolver os braços sobre mim, para colocar-me na cadeira-. Prontinho.
_Surpresa! -Gritaram quando entramos na sala-.
E não foi uma surpresa somente para mim, foi surpresa para nós todos. Os que gritaram, e para nós que chegamos. Estavam grande parte dos meus amigos ali. Encontravam-se ali Luana, Gabriel, Bruna, Bruno, Marizete, Amarildo, minha treinadora e meus colegas do hipismo também.
_Sophia... -Bruna correu para meu rumo- Luan, porque você não me avisou que... você ta na cadeira por causa da cirurgia, não é?
_Aqui estão as flores da sua família lá do Rio... -disse a empregada logo parando ao me ver sentada em uma cadeira de rodas-.
_Obrigada. -Disse ao pegar as flores e ler o pequeno cartão que contia ali.
''Esperamos que você fique bem. Estamos torcendo pela sua melhora. Não conseguimos ir ai, por termos visitas em casa. Estamos morrendo de saudades de você. Fica com Deus, te amamos.''
_Ninguém vai falar nada? O que aconteceu? -Bruna disse exaltada-.
_Desculpa Bruna. -Expliquei-. É... eu estou melhorando, mas a questão de eu estar na cadeira não é por causa da cirurgia, sim é, mas é porque agora eu não vou... -as lágrimas escaparam contra a minha vontade-. Eu não vou mais...andar. -Disse por fim relutando com as palavras-.
Ouvi suspiros atrás de mim, e ecoaram pela sala toda. Nunca me senti tão envergonhada por terem pena de mim.
_Gente, desculpa, eu não quero ser indelicada. Espero que vocês me entendam, mas eu vou subir...quer dizer, vão me levar para o meu quarto, eu estou cansada. Podem continuar a comemoração pela minha volta, mas desculpem. Eu não estou me sentindo bem...
_Filha, você pode dormir aqui no quarto de visitas.
_Eu quero o meu quarto mãe...
_Vamos ter que desmonta-ló e trazê-lo para cá.
_Não mãe, eu não quero meu quarto aqui embaixo. -Disse nervosa-.
_Podem deixar que eu a levo pra lá. -Luan percebendo meu nervosismo nos interrompeu-.
_Obrigada Luan.
Luan ficou bons minutos parado na frente da cadeira tentando pensar um modo de me pegar sem que me machucasse...
_Você não vai me machucar, pode ficar tranquilo. -Falei não só pra ele, mas para a plateia que nos observava em silêncio-.
Com as mãos fortes ele passou uma das mão por minhas costas e passou a outra por debaixo das minhas pernas. Me levantou e colocou contra seu peito. Passei a mão por volta do seu pescoço, para me arrumar para que ficasse mais fácil para ele a subida das escadas.
Para nossa sorte, após subirmos as escadas a porta estava entreaberta.
Com toda delicadeza do mundo, ele me colocou na cama. Não cansado apenas de fazer aquilo, jogou o edredom por cima de mim.
_Você não pode ficar doentinha agora, precisa ficar boa para fazer a cirurgia.
_Desculpa o trabalho que eu te dou.
_Eu faço por amor. -Ele disse se deitando em meu colo, com o corpo torto na cama-. E amor, é o que não falta.
_Sophia, demos aos seus pais o horário e o dia da cirurgia de semana que vem, esperamos que você fique de repouso e que por favor não tente nada. Você pode acabar agravando a situação. A partir da cirurgia e de como você ficará poderemos decidir a intensidade dos seus novos tratamentos.
_Tudo bem Doutor, não vou tentar nada não... até porque não quero ficar pior do que já estou, se é que isso ainda é possível.
_Você vai ficar bem logo. -Para a minha surpresa ele sorriu na tentativa que eu fizesse o mesmo, mas foi em vão-.
_Sophia, já compramos sua cadeira de rodas. -Meu pai disse com a voz diferente do normal, percebi que ele tinha ficado tão abalado quanto eu-.
_Não achamos nenhuma motorizada, mas vamos comprar. -Falou minha mãe, na tentativa de me animar-.
_De qualquer jeito eu vou ter que ficar sentada, que diferença terá? O bom é que meus braços terão algo pra fazer. -Falei sarcasticamente-.
Meu pai abriu a porta e voltou com a cadeira. Me senti meio atordoada ao ver ela, eu sabia que teria que usa-lá, mas vê-lá ali e saber que era para mim me aterrorizava um pouco. Nunca em nenhum momento da minha vida, passou pela minha cabeça que um dia eu estaria ali...no colo do meu pai, para me sentar numa cadeira de rodas. Inválida e com poucas chances de voltar a um dia a ficar de pé.
Luan continuava a me visitar, tive algumas conversas com minha mãe desde que acordei, e segundo ela desde o dia do acidente não teve um dia, mesmo por pouco tempo que ele não esteve ali para saber como eu estava. Fiquei pensando como ele estava se desdobrando, e como ele com certeza estaria muito mais cansado com essa rotina de ir me visitar; tadinho, isso era apenas o começo daquela nossa nova vida, de uma vida que eu não sabia se iria aguentar. Digo isso, pois sempre vivi solta por ai, sempre fui uma pessoa muito ativa, e ainda mais que eu era imperativa demais, não podia ficar parada um minuto sequer. Como por exemplo, como vou conseguir viver sem o hipismo? Eu praticava o hipismo por muitos motivos, mas dentre alguns, eu me sentia mais forte quando estava montada, sentia que nada poderia me parar. Agora, teria que aprender a viver com as minhas limitações.
Sai do hospital empurrada por Luan, aquela cena jamais vou esquecer. Na minha direta estava minha mãe, na esquerda meu pai e atrás de mim o cara que me completava. Quantas vezes desejei aquele momento, todos nós reunidos. Mas nunca pensei que quando fosse acontecer esse momento, eu estaria naquela situação.
Meu pai mais uma vez me pegou no colo e me colocou dentro do carro. Minhas pernas perderam força, perderam vida. Era estranho tentar mover um músculo e não conseguir. Por mais que eu tente descrever qual é a sensação, jamais chegaria ao ponto exato. Esperei pela entrada de Luan no carro, mas vi que ele entrou no seu e foi atrás de nós junto para o condomínio. Luan e a sua gentiliza de não querer forçar a barra com os meus pais.
A última vez que eu sai de casa, nunca pensei em retornar em uma cadeira de rodas, mas cá estamos nós.
_Licença ... -meu pai disse ao envolver os braços sobre mim, para colocar-me na cadeira-. Prontinho.
_Surpresa! -Gritaram quando entramos na sala-.
E não foi uma surpresa somente para mim, foi surpresa para nós todos. Os que gritaram, e para nós que chegamos. Estavam grande parte dos meus amigos ali. Encontravam-se ali Luana, Gabriel, Bruna, Bruno, Marizete, Amarildo, minha treinadora e meus colegas do hipismo também.
_Sophia... -Bruna correu para meu rumo- Luan, porque você não me avisou que... você ta na cadeira por causa da cirurgia, não é?
_Aqui estão as flores da sua família lá do Rio... -disse a empregada logo parando ao me ver sentada em uma cadeira de rodas-.
_Obrigada. -Disse ao pegar as flores e ler o pequeno cartão que contia ali.
''Esperamos que você fique bem. Estamos torcendo pela sua melhora. Não conseguimos ir ai, por termos visitas em casa. Estamos morrendo de saudades de você. Fica com Deus, te amamos.''
_Ninguém vai falar nada? O que aconteceu? -Bruna disse exaltada-.
_Desculpa Bruna. -Expliquei-. É... eu estou melhorando, mas a questão de eu estar na cadeira não é por causa da cirurgia, sim é, mas é porque agora eu não vou... -as lágrimas escaparam contra a minha vontade-. Eu não vou mais...andar. -Disse por fim relutando com as palavras-.
Ouvi suspiros atrás de mim, e ecoaram pela sala toda. Nunca me senti tão envergonhada por terem pena de mim.
_Gente, desculpa, eu não quero ser indelicada. Espero que vocês me entendam, mas eu vou subir...quer dizer, vão me levar para o meu quarto, eu estou cansada. Podem continuar a comemoração pela minha volta, mas desculpem. Eu não estou me sentindo bem...
_Filha, você pode dormir aqui no quarto de visitas.
_Eu quero o meu quarto mãe...
_Vamos ter que desmonta-ló e trazê-lo para cá.
_Não mãe, eu não quero meu quarto aqui embaixo. -Disse nervosa-.
_Podem deixar que eu a levo pra lá. -Luan percebendo meu nervosismo nos interrompeu-.
_Obrigada Luan.
Luan ficou bons minutos parado na frente da cadeira tentando pensar um modo de me pegar sem que me machucasse...
_Você não vai me machucar, pode ficar tranquilo. -Falei não só pra ele, mas para a plateia que nos observava em silêncio-.
Com as mãos fortes ele passou uma das mão por minhas costas e passou a outra por debaixo das minhas pernas. Me levantou e colocou contra seu peito. Passei a mão por volta do seu pescoço, para me arrumar para que ficasse mais fácil para ele a subida das escadas.
Para nossa sorte, após subirmos as escadas a porta estava entreaberta.
Com toda delicadeza do mundo, ele me colocou na cama. Não cansado apenas de fazer aquilo, jogou o edredom por cima de mim.
_Você não pode ficar doentinha agora, precisa ficar boa para fazer a cirurgia.
_Desculpa o trabalho que eu te dou.
_Eu faço por amor. -Ele disse se deitando em meu colo, com o corpo torto na cama-. E amor, é o que não falta.
quinta-feira, 19 de setembro de 2013
ɞ Capítulo Setenta ʚ
_Bom, tivemos algumas suspeitas do que havia acontecido com você após o acidente. O acidente causou um estrago enorme, não só no seu carro, mas em você também... -Seus olhos sobre mim era um olhar penoso- Suspeitamos que você não iria ficar com apenas aranhões, até que no entanto, você teve que passar pro vários procedimentos. E até mesmo uma cirurgia.
_Por favor doutor, fala de uma vez... -minha mãe implorou, não só por ela, mas por mim também-.
_Você vai ficar bem, espero que não se esqueça disso.
_Tá... -foi o que eu consegui dizer apenas-.
_Chegou até em mim, que você se questionou sobre suas pernas, o porquê delas estarem dormentes. Certo?
_Certo, não é Doutor?
_Não Sophia... após a primeira cirurgia, suas pernas ficaram dormentes sim, mas por causa do remédio, a cirurgia foi feita logo após sua entrada no hospital. Passaram-se vários dias, e suas pernas deixaram de ficar dormente. Agora elas estão assim porque você teve uma lesão medular. Ou seja, você perdeu o controle e a sensibilidade dos seus membros inferiores.
Não, eu ainda estava em coma. Eu estava em coma e estava prestes a acordar daquele acidente, eu estava sonhando...ou melhor, tendo pesadelo. Eu estava tendo pesadelo, e logo eu iria acordar, sair dessa cama e voltar pra casa e andando.
_Ela o que? -meu pai disse o que eu não consegui dizer.
Eu olhei em minha volta e vi pessoas tão desoladas, perplexas e desacreditadas quanto eu. Nosso espanto foi tanto, que demonstramos isso com o silêncio, com o semblante mais apavorado que alguém já viu na vida.
_Ela está Paralitica.
Vi que não era somente eu que entrava em uma grise interna. Que entrava num choro sem fim. Eu não acreditara no que tinha acabado de ouvir. Minha vontade era de pegar aqueles exames e mostrar para ele que ele estava errado, que os efeitos da dormência de minhas pernas ainda continuava, e que logo acabaria. Eu estava em choque. Como iria continuar assim? Minhas pernas são tudo pra mim,sem elas ficarei também sem uma das coisas que eu mais amava na vida. O hipismo.
_Ela ainda teve sorte de não ficar tetraplégica, pois ela teve lesões na região lombar que geralmente causa a tetraplegia... Eu sei que vocês estão em choque, mas ainda temos esperanças. Não é o fim Sophia, você ainda pode continuar a andar...
_Quando? Eu nunca mais vou levantar de uma cadeira de rodas, se eu sair é só para morrer e ir para o caixão! -Gritei sem medo de demonstrar toda minha fúria-.
_Você vai receber tratamentos após outra cirurgia que foi marcada. Sabemos que você quer andar logo, então ela será daqui alguns dias.
_Existe essa possibilidade? -Falou meu pai-.
_Sim, existe. Existem vários tipos de Paraplegia, a dela constatamos que é a reversível...
_Mas de quanto tempo?
_Bom, é reversível, mas não temos um tempo exato.
_Ou seja, eu nunca mais vou andar na vida. -Falei desolada-.
_Sophia, eu preciso conversar com os seus pais.
_Não me trate como uma criança, eu não sou uma.
_Eu sei que não é, mas você precisar absorver tudo. Vou deixa-lá aqui um instante com o Luan, e já volto.
Olhei para Luan após eles saírem da sala. Vi que ele ficou sentado e cabisbaixo no pequeno sofá que tinha no canto da sala. Eu queria saber o que se passava em sua cabeça, ser seus pensamentos, mas eu não estava conseguindo nem por em ordem os meus.
Ele se levantou e vi que seu rosto estava vermelho. Nunca tinha presenciado algo como aquele momento. Eu nunca fiquei tão desolada em toda minha vida, nunca senti tanto medo em minha vida.
_Ei... -Ele disse segurando minha mão-. Vai ficar tudo bem, você vai vê. -Uma lágrima caiu, naquele momento-.
_Você também não acredita nisso, não é?
_Eu acredito que tudo vai ficar bem.
_Luan, as coisas não eram pra ser assim.
_Você vai lutar, e eu vou estar com você.
_Eu não sei se quero lutar, as chances são poucas.
_Mas elas existem...
_Eu não sei o que vai ser de mim Luan...
_Poderia ter sido pior, meu amor. Você poderia ter me deixado aqui sozinho...
_Mas nesse momento, eu estaria cuidando de você.
_Eu vou estar ao seu lado, eu te prometo. Em todos os momentos, todos os dias...vou virar dois se for preciso, para estar aqui com você. Te ajudando.
_Eu tô com medo Luan...
_Não fica, eu estou aqui.
Ele me deu um abraço desajeitado. Um abraço acolhedor e protetor. Naquele momento, me senti forte. Senti que nada iria me machucar, que ele estaria me protegendo.
_Por favor doutor, fala de uma vez... -minha mãe implorou, não só por ela, mas por mim também-.
_Você vai ficar bem, espero que não se esqueça disso.
_Tá... -foi o que eu consegui dizer apenas-.
_Chegou até em mim, que você se questionou sobre suas pernas, o porquê delas estarem dormentes. Certo?
_Certo, não é Doutor?
_Não Sophia... após a primeira cirurgia, suas pernas ficaram dormentes sim, mas por causa do remédio, a cirurgia foi feita logo após sua entrada no hospital. Passaram-se vários dias, e suas pernas deixaram de ficar dormente. Agora elas estão assim porque você teve uma lesão medular. Ou seja, você perdeu o controle e a sensibilidade dos seus membros inferiores.
Não, eu ainda estava em coma. Eu estava em coma e estava prestes a acordar daquele acidente, eu estava sonhando...ou melhor, tendo pesadelo. Eu estava tendo pesadelo, e logo eu iria acordar, sair dessa cama e voltar pra casa e andando.
_Ela o que? -meu pai disse o que eu não consegui dizer.
Eu olhei em minha volta e vi pessoas tão desoladas, perplexas e desacreditadas quanto eu. Nosso espanto foi tanto, que demonstramos isso com o silêncio, com o semblante mais apavorado que alguém já viu na vida.
_Ela está Paralitica.
Vi que não era somente eu que entrava em uma grise interna. Que entrava num choro sem fim. Eu não acreditara no que tinha acabado de ouvir. Minha vontade era de pegar aqueles exames e mostrar para ele que ele estava errado, que os efeitos da dormência de minhas pernas ainda continuava, e que logo acabaria. Eu estava em choque. Como iria continuar assim? Minhas pernas são tudo pra mim,sem elas ficarei também sem uma das coisas que eu mais amava na vida. O hipismo.
_Ela ainda teve sorte de não ficar tetraplégica, pois ela teve lesões na região lombar que geralmente causa a tetraplegia... Eu sei que vocês estão em choque, mas ainda temos esperanças. Não é o fim Sophia, você ainda pode continuar a andar...
_Quando? Eu nunca mais vou levantar de uma cadeira de rodas, se eu sair é só para morrer e ir para o caixão! -Gritei sem medo de demonstrar toda minha fúria-.
_Você vai receber tratamentos após outra cirurgia que foi marcada. Sabemos que você quer andar logo, então ela será daqui alguns dias.
_Existe essa possibilidade? -Falou meu pai-.
_Sim, existe. Existem vários tipos de Paraplegia, a dela constatamos que é a reversível...
_Mas de quanto tempo?
_Bom, é reversível, mas não temos um tempo exato.
_Ou seja, eu nunca mais vou andar na vida. -Falei desolada-.
_Sophia, eu preciso conversar com os seus pais.
_Não me trate como uma criança, eu não sou uma.
_Eu sei que não é, mas você precisar absorver tudo. Vou deixa-lá aqui um instante com o Luan, e já volto.
Olhei para Luan após eles saírem da sala. Vi que ele ficou sentado e cabisbaixo no pequeno sofá que tinha no canto da sala. Eu queria saber o que se passava em sua cabeça, ser seus pensamentos, mas eu não estava conseguindo nem por em ordem os meus.
Ele se levantou e vi que seu rosto estava vermelho. Nunca tinha presenciado algo como aquele momento. Eu nunca fiquei tão desolada em toda minha vida, nunca senti tanto medo em minha vida.
_Ei... -Ele disse segurando minha mão-. Vai ficar tudo bem, você vai vê. -Uma lágrima caiu, naquele momento-.
_Você também não acredita nisso, não é?
_Eu acredito que tudo vai ficar bem.
_Luan, as coisas não eram pra ser assim.
_Você vai lutar, e eu vou estar com você.
_Eu não sei se quero lutar, as chances são poucas.
_Mas elas existem...
_Eu não sei o que vai ser de mim Luan...
_Poderia ter sido pior, meu amor. Você poderia ter me deixado aqui sozinho...
_Mas nesse momento, eu estaria cuidando de você.
_Eu vou estar ao seu lado, eu te prometo. Em todos os momentos, todos os dias...vou virar dois se for preciso, para estar aqui com você. Te ajudando.
_Eu tô com medo Luan...
_Não fica, eu estou aqui.
Ele me deu um abraço desajeitado. Um abraço acolhedor e protetor. Naquele momento, me senti forte. Senti que nada iria me machucar, que ele estaria me protegendo.
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