ɞ Capítulo Trinta e Seis ʚ

Milhões de pensamentos fizeram com que eu me afastasse dela, passaram mil coisas na minha cabeça, e a que mais me incomodava era o fato dela se afastar de mim após aquele ''quase beijo'' [e eu realmente não queria que ela se afastasse de mim]. Não consegui continuar com aquilo, para ela era como se fosse somente amigos, mais dentro de mim eu sabia que não era só isso, eu sabia que era algo a mais, sempre que chegava perto dela minhas mãos suavam e eu não sabia o que fazer, antes de vê-la imaginava mil coisas para dizer, meu coração batia em ritmo acelerado, minhas pernas pareciam que não era mais minhas, elas tremiam mais do que eu queria. Mesmo que tentasse, jamais conseguiria me afastar dela.

Ele tocou seus lábios no meu, com certeza ele sentia que eu estava tremendo. Antes que eu pudesse realmente desfrutar daquele começo de beijo, ele se afastou de mim, deu alguns passos para trás e ficou cabisbaixo, eu não sabia o que ele estava pensando ou então o porque que ele se afastou, queria desesperadamente perguntar porque daquela reação e também porque começou aquilo e não continuou. Certamente porque ele sabia que eu gostava dele mais que um amigo, e não queria me dar esperanças porque como eu ele sabia que aquilo não poderia dar certo, e como poderia? Ele me via somente como uma amiga, e mesmo que negasse eu sabia que ele só se aproximara de mim porque se sentia culpado pelo atropelamento, para ele eu não passava de uma peso, mais que coincidência : pra quem eu não era um peso?

_ Luan, já está tarde... -foi a única coisa que consegui dizer.

_ É verdade, vou te levar pra casa. -disse sem olhar pra mim-.

Caminhamos em silêncio para onde o carro estava, em outras ocasiões eu entraria no carro falando algo, mais naquele momento eu não conseguia dizer nada. Em toda trajetória ele não dizia nada, mal olhava pra mim. Ao contrário dele, eu não tirava os olhos, tentava incansavelmente imaginar coisas que ele poderia estar pensando, e em todos pensamentos eu me sentia mais curiosa. Aquele silêncio me incomodava, e acabei tomando liberdade para ligar o rádio, ao ouvir o começo daquela música, meu coração deu um solavanco, eu diria que ''Just a Kiss'' era a ''nossa música''.

Enquanto levava para casa, pensava nas consequência que aquela atitude impulsiva traria depois, não conseguia dizer nada, ou melhor estava tomando coragem para pedir desculpas para ela. Já ''roubei'' alguns beijos de outras mulheres, mais aquela mulher me deixava louco, ela era indecifrável eu sempre pensava duas vezes antes de dizer algo a ela, ou fazer..mais naquele momento, aquele beijo era a coisa certa a fazer.
Já tinha um ''texto'' feito em minha cabeça para dizer há ela, só que no momento em que eu tomei coragem pra dizer algo, ela ligara o rádio e me fez parar. Desde que há conheci, aquela música que estava tocando não saia do meu rádio, não saia do meu celular, eu escutava incansavelmente em busca de tê-la mais presente.
Olhei para ela, e ela retribuiu o olhar, aquele era o momento de dizer algo, mais com aquela música tocando eu não conseguiria dizer algo com sentindo, e possivelmente eu a beijaria, e então eu desliguei o rádio.

_ Sophia..

_ Oi? -ela me olhou apreensiva-.

_ Queria te pedir desculpas pelo que fiz a pouco com você.. você certamente está constrangida ou irritada, porque -ela iria dizer algo, porém eu disse na frente- porque somos só amigos.. -eu a olhei pra ver qual reação ela iria esboçar-. Você, não vai dizer algo?

_ Não..

_ Mais eu a interrompi, o que você iria dizer?!

_ Eu ia dizer pra você ficar tranquilo, e eu te desculpo..pois somos amigos! -dei ênfase na palavra ´´amigos´´.
_ Então está tudo bem?

_ Lógico que está -ela deu um sorriso, lindo por sinal.

Depois daquela breve desculpas, o clima ficou melhor, logo o assunto surgiu e começamos a falar sobre outras coisas.