sexta-feira, 30 de agosto de 2013

ɞ Capítulo Sessenta e Sete ʚ

Existem alguns momentos na vida em que a dor parece ser mil vezes maior do que você pode suportar. Mas eu precisava ser forte... Não por mim e sim pela Sophia.
Esse foi meu único pensamento com algum nexo após aquela ligação. A pior que eu já havia recebido; quando o celular tocou atendi rápido, estava preocupado com ela e senti o coração apertar quando uma voz bem diferente falou comigo. Não deram muitos detalhes, mas todo aquele barulho em volta indicava que algo não estava bem. Anotei o nome do hospital em que ela seria levada e lutei pra me manter firme.

_Luan! Luan, fala comigo cara! O que aconteceu? Tô ficando preocupado. -Roberval me chamou.

_A Sophia... Ela sofreu um acidente de carro vindo aqui pra cidade.

_Meu Deus! Como ela tá? Quem te avisou?

_Eu não sei mas parece que foi sério. -Senti um nó na garganta- Deve ter sido alguém do resgate e acho que o último número que ela atendeu foi o meu.

_E os pais dela? Você tem que avisar eles, porque provavelmente não tão sabendo ainda.

_Eu vou pro hospital agora do caminho você liga e avisa eles pra mim. -Falei enquanto pegava uma roupa bem discreta, um óculos e um boné.

_Tá bom. Te encontro lá em baixo em cinco minutos. -Roberval falou antes de fechar a porta.

Peguei minhas coisas e joguei na mala, troquei de roupa e desci para a recepção onde o pessoal estava.

_Nós vamos com você e o Guto vai ficar e resolver algumas coisas.

_Tudo bem Rober. Vamos logo.

O caminho parecia ser infinito, mas depois de tantos minutos chegamos ao hospital. Eram tantas pessoas entrando e saindo preocupadas com outras coisas que a minha presença ali passou totalmente despercebida e eu agradeci por isso.
Pedi informações sobre a Sophi, mas ninguém me falou nada apenas nos deixaram em uma sala de espera. E tudo que eu menos precisava naquele momento era ver o pai da Sophia e como se ele soubesse disso entrou na sala. Fingi que não o tinha visto e continuei com a cabeça baixa apoiada nas minhas mãos.

_O que esse moleque tá fazendo aqui? -Ele falou alto o suficiente pra que eu ouvisse.

Apenas levantei a cabeça e o encarei mas preferi ignorar, não precisava de mais problemas, porém Otávio estava disposto a me provocar.

_Sai daqui, vai embora. A culpa disso tudo é sua. -Ele parou na minha frente e apontou o dedo no meu rosto, ele estava alterado, parecia ter chorado.

_Olha Otávio, eu sei que aqui não é o lugar pra isso então por favor para.

Olhei ao redor para ver se alguém faria alguma coisa para controla-ló mas as pessoas que estavam ali, não estavam preocupados com um escândalo.

_Ta vendo esse cara aqui gente? -Otávio apontou para mim- esse cara é o infeliz que fez tudo isso acontecer. Estão vendo esse ''moleque'' atrás desse óculos escuro? Esse é o cara mais imprestável nessa vida, acha que só porque tem muito dinheiro no banco quer ser melhor que todo mundo e sai por ai iludindo a filha dos outros e no dia seguinte esquece que ela existe.

Senti uma facada em meu peito, como uma pessoa consegue tirar suas próprias conclusões em relação á alguém sem ao menos saber um pouco dela? Eu continuei de cabeça baixa esperando alguém fazer algo, eu não podia... não devia falar nada pra ele. Ele mal sabia das coisas, o que eu sinto por ela e ela por mim... Eu fechava os olhos com toda força que eu possuía e esperava eu acordar desse pesadelo...

_ Se minha filha morrer, a culpa vai ser sua! -ele berrou para que todos ali escutassem-.

_Sabe de uma coisa? -caminhei ao seu encontro, mas duas pessoas o seguravam para que ele se acalmasse e imediatamente senti mãos sobre mim também- Eu jurei por mim e pela Sophia que não iria falar nada e que não deixaria cair na sua conversa. Mas parabéns -tirei o óculos- eu não sei como a Sophia te aguenta, eu não sei como você consegue ter uma família tão bonita sendo uma pessoa tão sem caráter e tão machista e que se acha o dono da verdade e da razão...

_Luan... -Roberval disse na tentativa de me conter-.

_Se alguma coisa acontecer aqui, a culpa não será minha...e sim sua, eu quero que sua consciência pese e que você carregue esse remorso para toda sua vida. Eu tentei de todas as formas falar com você, tentar fazer você entender as coisas...mas a Sophia -uma lágrima escorreu- a Sophia sempre me dizia que iria falar com você, mas ela tinha medo -gritei- medo de você! Quem merece ter um pai dentro de casa e se sentir intimidada? Pelo pouco que eu sei de você...

_Você não sabe nada sobre mim. -Ele gritou-.

_Você é o cara que acha que dinheiro compra as coisas, compra amor, afeto, carinho e atenção. Você disse que eu tenho muito dinheiro no banco, sim eu concordo com você... mas sabe de uma coisa? Eu trocaria todo esse dinheiro, apenas para receber de quem me ama um abraço por dia, um gesto de carinho e atenção, estar com todos que eu amo a todo momento.Você é um cara tão mal vivido que eu com meus vinte e poucos anos sei que nessa vida, dinheiro é apenas ilusão... dinheiro um dia vai embora, mas sabe o que não vai? O amor das pessoas. O amor que você tentava comprar dela, seu dinheiro vai embora...você vai embora e ela vai ficar com as lembranças de um pai tão... pai? Me desculpa, pai pra mim é como o meu...Você não merece ser chamado de pai. Você não é homem, porque homem é quem honra esse papel.

_Eu não quero mais confusão nesse hospital. Ou vocês ficam quietos ou então eu vou ser obrigados a mandar vocês todos para a rua. -Disse o Doutor que chegou-.

_Desculpa... -disse me redimindo.

_Tenho duas notícias! -disse e rapidamente um circulo se fechou ao redor do Doutor-. Uma boa e outra infelizmente ruim...mas esse é o primeiro diagnóstico temos muitos outros a fazer agora, porém não queremos deixar vocês desamparados e sem notícias.

_Fala... -alguém disse e eu não reconheci quem era-.

_Bom, a notícia boa é que a Sophia vai melhorar...só que com o tempo.

_Melhorar do que? -Otávio disse-.

_Sua filha está em coma induzido e não temos previsão de quando ela irá acordar... -o silêncio predominou- mas como eu disse esse é o nosso primeiro disgnóstico. Temos muitos recursos e graças ao avanço tecnológico vamos ter a Sophia de volta. O acidente foi bem feio... -Vi que enquanto ele falava, Otávio se sentou e ficou cabisbaixo-. (...) ela vai ficar bem.

Corri para a primeira cadeira que vi, minhas pernas pareceram que perderam a vida...amoleceram de tal forma que eu pensei que iria cair de joelhos ali mesmo. A minha Sophia... a minha menina, tantos planos fizemos...

_Foi por sua culpa! -Gritou Otávio em meio as lágrimas interrompendo meus pensamentos-.

Tudo aconteceu em questão de segundos, e sem pensar levantei e fui em direção á ele e com toda a raiva e desespero que estava sentindo dei um murro nele que minhas mãos chegaram a doer. A força foi tanta que tirei sangue da sua boca.


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E ai, o que acharam do capítulo? Contem para nós, o que vocês acham que acontecerá nos próximos capítulos? Será que a Sophi terá mais algum problema? 
Beijos, esperamos que gostem e que comentem! 

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

ɞ Capítulo Sessenta e Seis ʚ

Faltava pouco mais de um mês para o Natal. Aquela altura Luan já havia anunciado que estava namorando e não foi nem um pouco fácil. Decidi que iria dar um tempo nas competições já que a faculdade exigia cada vez mais de mim e quando tinha algum tempo livre queria ficar perto de Luan.
O dia amanheceu bonito em Londrina, aquela quinta-feira prometia ser agitada. Teria minha ultima competição, numa cidade vizinha naquele dia, estava treinando bastante e Luan me apoiava em tudo. Era quase meio dia, quando meu celular tocou.

_Bom dia! -Falei risonha.

_Bom dia amor, preparada pro dia de hoje?

_Depende em qual parte, se for a competição tô tranquila, se for pela matéria na revista, nenhum pouco.

_Fica calma, as meninas já sabem que nós estamos juntos e até apoiam. -Luan falava calmo.

_Não é por elas, não mesmo. Suas fãs são incríveis! Mas é pelo meu pai...

_Eu ainda acho que você devia ter contado pra ele, eu ia ai, falava com ele... Talvez ele entendesse! Eu não sou esse monstro todo que ele acha.

_Eu sei, eu sei amor. Mas de qualquer jeito agora já era.

_Tomara que dê tudo certo. -Luan falou.

_Vai dar, eu tenho certeza. Te vejo na competição?

_Com certeza! Vou do hotel direto pra lá, vou torcer muito por você.

_Obrigada! Então até mais tarde.

_Beijo, eu te amo.

_Te amo mais. -Ri e desliguei.

Segundos depois ouvi a porta da sala ser aberta com força, e um barulho maior ainda saiu quando a fecharam.

_Sophia! -Meu pai gritou e pelo seu tom de voz as coisas estavam péssimas.

Desci as escadas e meu pai me encarou.

_O que foi? -Perguntei.

_O que foi? É isso. -Ele jogou a revista no chão perto do meu pé.

 As coisas seriam mil vezes mais complicadas do que nos piores momentos em que eu havia imaginado contar isso ao meu pai.

_Eu e o Luan estamos namorando a algum tempo pai. -Falei num tom de voz ainda calmo.

_Isso me parece obvio! Você não me contou, fiquei sabendo por uma revista! A minha secretária fez questão de comprar e me mostrar, todos os meus funcionários que te conhecem vieram me fazer mil perguntas sobre o Luan Santana. -Ele gritava.

_Mas você não me deu escolha pai! Desde o primeiro momento você resolveu simplesmente odiar o Luan por causa do acidente, você não podia nem sequer ouvir o nome dele aqui e queria que eu chegasse e falasse que eu gosto dele?

_Ah, então agora a culpa disso tudo é minha? -Ele falou irônico.

_Não tem ninguém culpado, aliás não precisa fazer todo esse escândalo.

_É por ele que você está abandonando o hipismo! -Meu pai voltou a gritar- Eu sempre banquei essa sua vidinha de luxo, com cavalos, estudos, viagens, tudo o que você sempre quis mas você simplesmente jogou tudo pro alto por causa de um cantorzinho que deve te trair com qualquer vadia que vê na rua.

_Não fala assim! -Gritei.- Eu amo o Luan, mas não estou abandonando o hipismo, muito menos por causa dele. Só to dando um tempo por causa da faculdade... E ele não me trai, eu sei disso e você também saberia se desse a ele a oportunidade de mostrar quem ele realmente é.

_Termina com ele. Vá morar em outro país, eu te dou a quantia em dinheiro que você quiser. -Meu pai falou.

_Como é que é? Você acha que tem algum dinheiro no mundo que compra os meus sentimentos ou os substitui? Eu posso ir morar na lua que não muda em nada o que eu sinto.

_Você só tem vinte e um anos, não sabe o que é gostar de alguém.

_E você tem quase cinquenta e nunca soube amar pai. Acha que o dinheiro está acima de qualquer coisa, que o dinheiro comprar o amor.

_Mas foi graças ao meu dinheiro que você fez tudo que fez até hoje.

_E foi graças a esse seu dinheiro nojento que eu cresci sem a presença dos meus pais, que eu passei vários aniversários sem vocês, que eu almocei a vida toda praticamente sozinha, que eu passava mal e ai pro hospital com a Ivone e vocês nem ficavam sabendo! -Limpei as lágrimas.

_Quanto drama. -Meu pai falou seco.

_Drama é o que você faz em relação ao meu namoro!

_Você não entende Sophia! Quem você é? E quem você vai ser? Você tem todo um futuro brilhante pela frente, e depois que ficar com esse cara vai ser só mais uma namoradinha de um famoso, só mais uma vadia que ele levou pra cama.

_Eu te odeio! Eu te odeio Otávio! Te odeio com todas as minhas forças. -Gritei e meu pai deu um tampa em meu rosto.

Aquela foi a gota d'água, corri até o meu quarto peguei uma mochila qualquer e coloquei roupas, peguei minha bolsa com meus documentos, a chave do carro, dinheiro e desci.

_Sophia. -Meu pai gritou quando me viu correndo porta a fora.

Peguei o carro e sai em alta velocidade do condomínio, mas assim que cheguei na rua reduzi a velocidade. Meu telefone tocava insistentemente, era Luan. Tentava parar de chorar e respirava fundo tentando me acalmar mas era em vão, olhei meu rosto no retrovisor e ele estava inchado e completamente vermelho, era possível ver as marcas dos dedos do meu pai.
Andei quase oito quilômetros, já estava na saída da cidade e meu telefone continuava chamando. Parei no sinal e atendi.

_Oi Luan. -Falei em meio aos soluços.

_Sophia? Sophia? Por que você tá chorando? Por que você não atendeu? -A voz de Luan era preocupada.

_Meu pai... Eu... Ai foi horrível. -Comecei a chorar.

_Onde você tá Sophi?

_Tô no carro, parada no sinal.

_Sophia você tá muito nervosa pra dirigir.

_Eu sei, vou desligar porque o sinal abriu e já te ligo.

_Tudo bem, eu vivo você.

_Eu te vivo Luan.

O sinal finalmente ficou verde, com a imagem do meu pai na minha cabeça, pisei fundo no acelerador, sem perceber que um caminhão ainda atravessava correndo o cruzamento.
O outro veículo se chocou contra o meu com um estrondo ensurdecedor, espalhando cacos de vidros e lascas de metal por toda parte. A armação da porta, destroçada e retorcida, explodiu para dentro em direção ao meu corpo no mesmo instante em que o air bag foi acionado. Me debati contra o cinto de segurança. a cabeça sendo jogada de um lado para o outro à medida que o carro começava a girar pelo cruzamento. Vou morrer, pensei, mas não consegui reunir fôlego suficiente para produzir qualquer som.
Quando o carro enfim parou, precisei de um instante para entender que ainda estava respirando.
A última coisa que me lembro foi de levar a mão ao meu rosto e depois ver que ela estava suja de sangue. E assim fui perdendo a consciência...

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Oi leitoras! A fic agora vai tomar um rumo diferente... 
Não vou falar muito pra não estragar a "surpresa"
Enfim comentem? seis comentários e postamos o próximo capítulo
☺ ♥

domingo, 11 de agosto de 2013

ɞ Capítulo Sessenta e Cinco ʚ

Sai enfurecido dali, com raiva por saber que a Sophia tinha omitido esses detalhes comigo. Fiquei com dó de Bruna, por não saber disso. Fui a procura de Sophia mais rápido que nunca, a raiva fluía sobre minhas veias, e eu estava louco para saber a explicação.
Avistei ela, e ao lado suas primas dançando.

_Ei..-puxei seu braço-.

_Não acredito -ela se virou surpresa- você está aqui! -Ela se jogou em meus braços, e esqueci da raiva e afaguei seu cabelo-.

_Vem cá...-puxei seu braço e fomos para um canto-.

_Luan, você ta me apertando!

_Desde quando você conhece o Bruno?

_Luan...

_Eu acho que se eu sou seu namorado, esses detalhes tem que ser contados. E a Bruna? você não pensa nela? Se eu estou me sentindo traído, imagina ela? Eu acho que, você não deveria ter escondido isso de mim!

_Luan, para! A Bruna sabe, e não existe nada entre nós! Ele é um amigo...

_Que legal, além de ser traído por você, agora também por ela?

_Luan, você não ta vendo que assim você está estragando meu dia? Para! -ela virou as costas e saiu-.

Seu olhar ao virar as costas, foi devastador. Me senti um completo idiota por esse ciúme. Mas eu estava, ainda estou...não sei que estou sentindo, mas o sentimento de traição invadia meu peito. Eu não era orgulhoso, ainda estava com raiva mas essa raiva não era maior do que meu amor por ela. Fui atrás dela e vi que ela estava sentada cabisbaixa.

_Ei...-levantei seu rosto- me perdoa?

_Eu...-seus olhos estavam vermelhos, ela chorava-.

_Vem cá...-levantei-a e á a abracei- me perdoa por ser um completo idiota, me perdoa por meu ciúme...-sussurrei em seu ouvido, ela olhou em meus olhos e me beijou-.

_Luan, você tem que entender que se eu não contei nada é porque não fazia diferença pra mim, ele pra mim agora é um grande amigo, como sempre foi. E além do que, ele é namorado da Bruna...sua irmã! Você não acha realmente que eu iria trair ela desse jeito e mais ainda, você?

_É que o ciúme me deixou cego...me perdoa, eu não sabia nem o que fazer na hora.

_A Bruna também não tem culpa, ela ficou do mesmo modo que você... -ele arqueou a sobrancelha-. só que menos nervosa, a Bruna é compreensiva ela esperou eu responder.

_Desculpa por te machucar...

_Você ta aqui, agora está tudo bem...

_Minha dama de vermelho linda...-peguei em sua mão, e a rodei-. vim aqui, para comemorar...Te trouxe um presente para a comemoração, mas agora ela também servirá como um pedido de desculpas...-. Tirei do bolso do blazer um embrulho e a entreguei...

_Que linda essa pulseira Luan, obrigada! -ela esticou os braços para que eu pudesse coloca-lá-.

_Não sei se reparou, mas ela tem dezesseis pingentes...E eles significam o dia em que nos conhecemos, o dia em que você entrou na minha vida e fez de mim uma pessoa melhor...

Nos beijamos ali mesmo, sem importar com quem tivesse ou com o que achariam, naquele momento tê-la em meus braços era o mais importante.


Ele estava tão lindo ali, com aquele blazer branco e uma camiseta rosa -eu amava quando ele usava aquela cor, ele ficava mais lindo do que era-. Estar abraçada e sentindo sua respiração leve junto a minha, fez com que o que tinha acabado de acontecer, ficasse para trás. Eu não o culpava por essa explosão, vi que de certa forma eu errei em não contar. Mas Luan era bem compreensivo -apesar de explosivo, as vezes- e me entendeu.
A pulseira que ele acabara de me dar, era linda. Tão perfeita com aqueles pingentes pequenos e fofos delicadinhos, que a tornavam magnificas.

_Ah... -ele parou no meio da dança-. estava esquecendo do principal. -ele deu uma gargalhada gostosa-.

Fomos para um lado do salão que desse para conversarmos bem...

_Bom... -ele pegou meu braço- cada um desses pingentes significam algo que me lembram você, e que eu quero para nós-.

_Ai Luan... -meu coração parecia que tinha mil borboletas e meu coração batia sem rumo-.

_Esse pingente -ele pegou uma estrela- significa o brilho dos seus olhos. Foram eles, que me prenderam a você desde o primeiro dia que te conheci. -ele sorriu, e eu retribui a espera da continuação- Esse número dezesseis é bem óbvio né? -ele sorriu-.

_E esse número cinco?

_Uma vez, você me disse que gostaria de ter cinco filhos, e que queria a casa bem cheia. Bom, eu vou adorar ter três mocinhas com um olhar encantador e um sorriso contagiante feito o seu.

_Porque três meninas? Quero quatro!

_Ta louca? Cinco muié pra eu tomar conta? Três ta ótimo, os meninos vão me ajudar a cuidar de vocês!

_Vai ter tempo, agora termina de falar. Esse cavalinho, é o Argus? indiquei o pingente para ele-.

_Esse cavalinho, é sim o Argus. -Ele sorriu- Argus é o que te acompanha a tempos, te proporcionou momentos bem bacanas e inesquecíveis e bom... ele é uma das suas felicidades, e se você está feliz eu fico 10 vezes mais. -Ele nem esperou a resposta -que eu nem tinha elaborado uma, pra ser sincera e já recomeçou a falar-. Lembra do que eu lhe disse para fazer quando sentisse saudade de mim?

_Claro...

_Então, quando a saudade apertar, olhe para a Lua -ele indicou o pingente- olhe para o mesmo céu que dividimos, e assim tudo se tornará mais fácil de compreender. E esse casal aqui, ta vendo? Esses somos nós dois, agora, amanhã...amanhã mais uma vez, e até o último suspiro meu.

_Você ta enganado. -ele ficou surpreso-. Você e eu, seremos para além dessa vida!

_E esse coração...é o meu.-Ele indicou um pingente perfeito em forma de coração-.  E esse outro pingente em forma de chave, significa que só você tem a chave do meu coração... Esse ''L'' é a inicial do meu nome e esse ''S'' é a inicial do seu. Esse símbolo do infinito, é que eu quero que sejamos o quanto dure o nosso amor, e o simbolo da paz, é a paz que eu desejo para nós dois. Essa clave, tem o significado da inspiração que você me proporciona. Essa flor, é o primeiro presente que eu te dei...lembra?

_Você é incrível...

_Calma, tem mais... Bom, essa casinha é o chalé lá no RS, lá é o lugar que mas me faz pensar em você. Essa coroa, é porque você é a minha princesa!

_Você é perfeito...eu nem sei como agradecer!

_Você é afobada, calma...

_Tem mais? Pelas minhas contas já deram dezesseis pingentes.

_E você sabe o que ela forma?

_O que?

_Para mim, uma aliança.

Ele roubou todas as minhas palavras. Fiquei martelando, pensando no que falar mas sinceramente, Luan me surpreendia demais.
Joguei-me em seus braços, e nos beijamos.

_Te amo. -sussurrei-.

_Eu amo você, mil vezes mais. -Ele disse-.

Nem estava prestando atenção nas músicas, mas os primeiros acordes da música que iniciou fez com que eu puxasse Luan para dançar...

_Você conhece essa música? -falei-.

_Han...conheço, mas não consigo lembrar o nome...

_Just a Kiss...

_A primeira música que ouvimos juntos...

_No carro ainda, não é?

_Sim, e eu sempre a ouço para lembrar de você!

Ele esticou o braço para que eu pudesse rodar, após rodar, voltei para perto dele. Para sentir seu perfume, seu toque, sua respiração... para sentir o amor que ali existia entre nós.


quinta-feira, 8 de agosto de 2013

ɞ Capítulo Sessenta e Quatro ʚ

Sexta-feira chegou, e para a minha surpresa bem rápido, não sei se era por eu ter passado todos os dias ao lado de Luan ou pelo fato do casamento de Amanda ser amanhã e eu estar super ansiosa. Além do que, segunda-feira já começaria tudo de novo, faculdade, hípica... então, apesar de cansativos, eu estava ansiosa para voltar. Para ver meus colegas que eu via apenas lá, e fazer o que eu amava.

_Manda um abraço para eles Sophi. -Minha mãe disse após eu fazer o check-in e indo para o avião rumo ao Rio de Janeiro.

_Pode deixar mãe! -Viagem de negócios, já estava acostumada a ouvir isso-.

_Diga a eles que pedimos desculpas, eles sabem que não podemos ir... não é por falta de vontade, mas o trabalho anda exigindo muito de nós... -meu pai disse.

_Como sempre exigiu, né? -as palavras escaparam de minha boca, e meu pai me deu um olhar de repreensão e ao mesmo tempo significava que ele não queria discutir aquilo... pela milésima vez-.

_Chega lá, e vê se dorme. Você vai chegar tarde, não quero saber que você amanheceu com os olhos vermelhos amanhã...

_Ta bom mãe, ta bom... -senti que meu celular vibrou no bolso da calça, olhei para ver quem era e involuntariamente surgiu um sorriso em meus lábios.
''Queria poder ir me despedir de você, te abraçar e principalmente estar ao seu lado. Nos vemos segunda-feira, se Deus quiser...já estou com saudades, te amo''.
Luan deixava meu coração descompensado com apenas duas frases.

Despedi de meus pais mais uma vez, e fui para o avião. Uma hora e 20 minutos estava na cidade maravilhosa, estava na minha terra. Fui recebida pelas melhores primas e amigas do mundo, claro a Amanda não estava, por motivos óbvios. Pegamos um táxi, e fomos para a casa do tio Roberto, a casa estava cheia de parentes, aquele clima de descontração e felicidade era contagiante e contrariando minha mãe fui dormir tarde e rezei para o dia seguinte até o anoitecer meus olhos não ficassem acabados.
No dia seguinte, a euforia e a ansiedade era tanta que levantamos cedo. Amanda, já estava no pique faz tempo, conversei com ela pelo telefone e pude perceber seu nervosismo.

_Te vejo no altar...-disse á ela.

_Eu também vou te ver, madrinha linda! -ela riu e após desligamos os telefones.

Fomos todas as mulheres da casa no mesmo salão, fazer tudo o que tínhamos direito. Maquiagem, escova, manicure e pedicure.
Terminamos de nos arrumar, e as meninas estavam deslumbrantes. Não é porque é minha família não, mas Deus foi generoso ein? Estavam linda de dar inveja.
Me olhei no espelho, e modesta a parte eu estava bem elegante com meu vestido vermelho, adorei tanto as rendas que tive que pedir para algumas das meninas tirar uma foto dele para guardar e por no meu diário que eu costumava escrever.


_Ta tudo tão perfeito...-disse no carro e antes de me encontrar com Bruno-.

_Está mesmo, quero meu casamento como esse. A Amanda caprichou. -Isadora falou-.

_Ta chegando, daqui a pouco é você a entrar -Nicole disse e parecia bem nervosa-.

_O Bruno ta ali fora já? -falei preocupada.

_Está sim, e com a namorada dele... -Nic disse.

_Ela é linda né? -falei-.

_Bem linda mesmo. -Concordarão.

_Será que ela não vai ficar com ciúminho de ver vocês dois no altar?. -Isadora disse rindo.

_Ela sabe que meus sentimentos por Bruno estão bem resolvidos.

_E você só tem olhos para o Luan...-Nicole acrescentou-.

_Só falta ele para isso aqui ficar mais perfeito...-falei com um certo aperto no coração-.

_Vamos entrar, boa sorte! -Elas disseram-.

_Obrigada! -sorri e também desci do carro-.

Ali fora, não tinha mais nenhum convidado. Somente os padrinhos, os pais dos noivos e o noivo.

_Você ta linda. -Bruno colocou o braço para trás para que eu pudesse colocar meu braço nele...-.

_Obrigada. -sorri-.

A moça deu um sinal para nós, e de repente vi a igreja toda nos olhando e senti minhas bochechas corando. A decoração estava maravilhosa, nunca tinha ido em um casamento tão lindo e perfeito... parecia aqueles casamentos de filmes de hollywood. Enquanto caminhávamos rumo ao altar, reconheci algumas pessoas que não via a anos, vi também aquelas que só tinha visto a última vez antes de eu ir para Londrina e vi os sorrisos -enormes por sinal- das minhas primas. Meu olhar passou por Bruna, e vi que o seu olhar em nós não era de desaprovação ou ciúme era de uma pessoa que estava feliz ao estar ali presente em ver a concretização de um amor. Logo após entraram a Juliana -mãe de Amanda- e o pai de Pedro, e depois Pedro com sua mãe.
Depois dos exatos 15 minutos, olhei para o fundo da igreja e vi um sorriso estonteante, um olhar que brilhava... um vestido branco dos sonhos e alguém que visivelmente estava transbordando felicidade.
Amanda estava linda, muito mais que eu pensei... Todos olharão boquiaberto, principalmente Pedro, que enquanto ela caminhava a seu encontro, uma lágrima desceu de seus olhos, a noiva viu e gesticulou com a boca ''tô chegando, me espera''. Pronto, aquilo fez com que eu chorasse...Eu era emotiva demais, e em casamentos triplicava.
Roberto entregou Amanda no altar para ele e ele a recebeu com um beijo na mão.
O Casamento prosseguiu conforme o esperado, e sem nenhum imprevisto. Tudo foi lindo e maravilhoso, e eu passei a cerimônia toda quase chorando. Bruno me olhava com um olhar desesperador, mas eu me contive é claro, para não rir.
Após o casamento, todos foram cumprimentar e desejar felicidades ao noivos -que por sinal, ficavam lindos juntos-.
Fomos todos para a festa. Meu Deus, quem foi que fez aquela decoração? Estava tão lindo quanto a igreja. Com toda a certeza do mundo, Amanda estava orgulhosa.


Estava no Rio de Janeiro, e sem nenhum compromisso. Tinha acabado de chegar de um show, e estava bem de madrugada...nesse momento, a festa do casamento estava ainda rolando.
Levantei, peguei o celular e pensei em ligar para a Sophia para perguntar se poderia ir até ela.
Não, pensei... voltei a me jogar na cama.
Eu precisava ver ela hoje, e esse seria o momento. Hoje era dia dezesseis, e esse dia era importante eu não saberia se iria vê-la atarde, o que era improvável.

_Bruna, me passa o endereço de onde é a festa? Ta bom, aham anoitei. Não, não conta nada pra Sophi...Tudo bem, tchau.

Falei para o Roberval chamar o motorista da van, e foi ele quem me levou para a festa. Cheguei lá, e vi as luzes, aquilo ainda estava bem animado...
Cheguei, entrei na portaria e fui barrado. Como assim? Eu ri por dentro.

_Eu sou o Luan Santana, sou amigo dos noivos.... e como estava fazendo show, só deu pra chegar agora...

_Tudo bem, desculpa. -O segurança disse sem graça- pode entrar. -Como sempre agradeço, hoje também agradeci por ser famoso e saber que o tal do ''Luan Santana'' tem sim, prioridades. E sim é bom, claro-.

Entrei no salão e vi que não tinha tanta gente, mas tinha um pouco. Ainda estava movimentado. Parei o primeiro rapaz que vi. Perguntei a ele se ele sabia onde a Sophia estava, e enquanto ele respondia vi que a câmera que estava em sua mão, mostrava uma foto da Sophia e de Bruno no altar. Desde quando eles se conheciam a tal ponto de chegarem a ser padrinhos de casamento?

_O que essa moça é desse rapaz? -disse como se não quisesse nada-.

_Hoje em dia eu não sei, mas antigamente eles eram namorados.

_Ah, obrigado. -Eu explodi por dentro-.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

ɞ Capítulo Sessenta e Três ʚ

Os dias se passaram lentamente, com momentos bons e ruins. Ruim somente por nunca ter me acostumado com a ausência de Luan e bom por saber que daqui há alguns dias eu estaria perto dele, no aconchego de seus braços, o lugar que se tornou minha morada preferida. Todas as noites eu peço que Deus me ajude a entender e aceitar as coisas que eu não posso mudar. Como, por exemplo, essa saudade absurda que eu sinto dele, e essa vontade incontrolável de correr os milhares de quilômetros que nos separam apenas para dizer um ''eu te amo'' olhando em seus olhos.
Mesmo com sua ausência, eu procurava sempre me manter ocupada para que a saudade desse um tempo, e parasse de me perturbar. Porém era em vão.
O Casamento de Amanda estava chegando e como eu seria madrinha, estava cada vez mais preocupada em busca de um vestido a altura. Eu era complicada demais para roupas em ocasiões especiais, e nesse casamento eu estava literalmente me descabelando.

_Entra... -disse abrindo a porta para a Bruna-.

_Me desculpa estar aqui na sua casa a essa hora. -disse ela abrindo um sorriso enorme-.

_Esse seu sorriso... me conte, o que está preparando?

_Bom, amanhã quero você em casa para almoçar com a gente.

_Tudo bem, aceito o convite. Mas qual o motivo desse almoço senhorita?

_É surpresa pra você, só a Mamusca sabe. Então, quero te ver lá linda e maravilhosa, ok? -ela disse entusiasmada.

_Tudo bem, estarei lá sem falta.

Acordei logo cedo e olhei logo para o celular para ver se tinha alguma mensagem de Luan, mas não tinha nenhuma. Pelo que eu o conheço, ele não mandou só pelo fato de não querer me acordar. Já era para ele estar em casa, mas com essa rotina de imprevisto, só Deus sabia o momento que ele voltaria para casa.
Levantei e fui para o guarda-roupa arrumar algo para ir no almoço que Bruna me convidara, estava ansiosa e curiosa ao mesmo tempo, tentei persuadi-lá a me contar porém era em vão.
Tomei um bom banho e fui vestir a roupa que tinha escolhido -uma regata vermelha, uma saia branca e um cinto fino por cima e uma sapatilha dourada-. Fiz alguns cachos em meus cabelos e como era um almoço passei apenas pó, um bom rímel e um batom. Coloquei o restante dos acessórios e fui para a casa de Bruna.
Toquei a campainha e fui recebi por um sorriso maravilhoso, um sorriso que fazia com que meu mundo todo ficasse perfeito. Joguei-me em seus braços e nos beijamos ali mesmo, nem se quer nos importamos com as pessoas que estavam ali nos observando.

_Eu estava com tanta saudades de você... -disse abraçando-o mais uma vez-.

_Você não faz ideia do quanto eu preciso de você, todos os meus dias ao meu lado.

_Luan, vai deixar a menina na porta? -Marizete falou.

Entrei e cumprimentei a todos.

_E então, posso saber o motivo desse almoço? -disse após dar um abraço em Bruna.

_Calma, o motivo já chega.

Fiquei sentada no sofá junto com o restante da família a espera de algo, ou alguém. A maior parte do tempo, falava com Luan. Ele me contava todos os detalhes, todos os momentos e me contava algumas das surpresas que estava fazendo para nós, seus fãs.
A campainha tocou, todos nós levantamos e a Bruna foi correndo abrir a porta.

_Pronto,chegou quem faltava. -Disse ela envolvida nos braços do...Bruno?

_Oi gente... -seu olhar parou em mim, e sorriu alegremente-.

_Gente, esse é o Bruno... meu namorado!

_Não acredito! -Falei demostrando todo meu aprovamento e felicidade ao saber desse namoro-.

_Ô Cara, cuida da minha irmã viu? Se não fizer isso, eu ranco todos os seus ossos -Luan disse e todos nós rimos-. É verdade, fica rindo ai...

_Vou fazê-la muito feliz, assim como ela tem proporcionado a mim momentos que jamais esquecerei. -Bruno disse olhando especialmente para Marizete e Amarildo.

_Obrigada por fazê-la feliz! -Marizete deu um abraço acolhedor nele.

_Faça ela feliz, ela merece mais do nunca. -Amarildo disse cumprimentando-o.

Depois daquela breve apresentação e felicitações, fomos almoçar. A todo momento, a conversa que embalava nosso almoço, era uma daquelas que a barriga chegava doer. Marizete e Amarildo contava para mim e Bruno história da infância de Luan e Bruna, e claro enquanto ríamos eles ficaram constrangidos.
Aproveitei a oportunidade que Marizete chamou Bruno e Luan para ajudá-los fui conversar com Bruna que estava na beira da piscina.

_Fiquei muito feliz ao saber desse namoro. -disse enquanto sentava na espreguiçadeira-. Bruno é um rapaz ótimo, tenho certeza que vocês serão muito felizes.

_Desde quando você o conhece?

_É...desde a infância...já namoramos antes... -disse com receio.

_O que? -ela disse alto demais-.

_Pensei que soubesse...eu já tinha comentado dele antes.

_Mas não desse Bruno exatamente! -vi que ela disse isso com certa dúvida, ou até mesmo raiva-.

Luan e Bruno saíram exatamente nesse momento na porta, e vi que pararam para conversar.

_Sabe Bruna, eu tenho certeza dos meus sentimentos pelo Bruno. Nosso namoro já passou, e o que restou desse sentimento, foi a amizade que apesar de tudo, sempre existiu. Bruno é uma pessoa maravilhosa -disse tirando a franja do rosto e levantando a cabeça e olhando para Luan- Mas escrevi uma nova história para mim, e nela aparece seu irmão, que é uma pessoa que me completa...ou melhor dizendo, me transborda. Tudo que eu tenho e que me falta, o Luan vem completa e acrescenta. Hoje, ele se tornou meu tudo. A pessoa que faz com que eu acorde todos os dias, e faz meus dias valerem a pena...

_Me desculpa... -ela me abraçou- obrigada por além de tudo, ser uma boa amiga e ser a pessoa que faz meu irmão feliz.

Passamos o dia todo juntos, os três casais. Aquele momento estava tão perfeito e completo, que a única coisa que faltava era minhas primas e meus pais. Se eu os tenho junto a mim, tudo estava completo.


_Ei, até amanhã. -ele disse baixinho- eu te amo. -Nos beijamos ali mesmo na porta de casa com o risco dos meus pais verem-.

_Vem cá... -coloquei o dedo em sua boca, para que ele não perguntasse nada, puxei sua camiseta e subimos a escada para rumo ao meu quarto -morrendo de medo que meus pais acordassem-. Luan me olhava com a cara de um menino que estava fazendo arte, de certa forma, estávamos mesmo fazendo-.

_Ta doida? E se seus pais acordarem? -ele falou quando eu estava abrindo a porta do meu quarto, nesse momento agradeci pelo quarto dos meus pais serem bem longe do meu-.
Com uma de suas mãos ele segurou meu queixo e com a outra ajeitou uma mecha de cabelo que teimava em desarrumar o coque mal feito que improvisei, depois deslizou o polegar em minhas maças.Segurei firme na gola de sua camisa, fechando os olhos em seguida. Foi quando senti seus lábios tocando os meus e o corpo inteiro responder. Parecia que cada mínima parte de mim o reconhecia e, além disso, desejava aquele momento mais do que qualquer outra coisa. Joguei minhas mãos em seu pescoço e as suas percorriam minha nuca. Aquele, com certeza, foi o beijo mais apaixonado que já dei em toda minha vida e eu sentia o mesmo com relação a ele. Seu toque delicado, seu carinho, seu jeito de me tratar.
 Ele me olhou com doçura. E me abraçou. E eu fechei os olhos, porque só queria sentir os seus abraços. E então me deu um beijo na testa e sussurrou para que ninguém mais ouvisse: ''Eu te amo''.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

ɞ Sessenta E Dois ʚ

_Olha Bruno, ela chegou! -disse meu pai se levantando do sofá e Bruno fez o mesmo.

_Boa noite. -Bruno deu um sorriso estonteante.

_É...boa noite. -disse pausadamente e sem nem acreditar no que estava vendo. 

Fui ao encontro de Bruno e dei-lhe um abraço, e outro também em meu pai. 

_ Bruno chegou agora pouco Sophia, estava lhe contando as novidades. Porque você não continua a contar á ele as coisas que estão acontecendo. -''Tudo mesmo pai? Se nem mesmo você está sabendo''. Foi inevitável não pensar nisso após ouvir o que ele acabara de dizer-. Preciso dormir, amanhã o dia começa logo cedo. 

_ Pode ir tranquilo Ótavio, já estou indo também. 

_Fique a vontade, se quiser pode dormir essa noite aqui. Você é como um filho pra mim, já o considerava mesmo antes de vocês namorarem. -Fiquei meio constrangida dele tocar nesse assunto. 

_Muito obrigada! -Bruno nisso numa sinceridade bem visível-. Boa noite! 

_Boa noite pai! -disse dando um beijo em seu rosto. 

Pensei em caminhar com Bruno lá fora, mas pensei na possibilidade de Luan ver e interpretar errado então mudei de ideia. Me joguei no sofá para por em dia os assuntos que eu e Bruno tínhamos desde a última vez que não conversamos. 

_Quando você chegou aqui menino? -disse puxando seu braço pra sentar também no sofá. 

_Faz alguns dias já... 

_ E porque você não veio me visitar antes? 

_Liguei para o seu pai, mas ele disse que vocês estavam viajando...

_ Ah é, esqueci desse pequeno detalhe. Mas me conta, como estão as coisas por lá. Estou morrendo de saudades! 

_Ah, sempre a mesma né? Nada mudou, continua a mesma coisa de sempre.

_ A Isadora e a Nicole vieram aqui, me contaram umas coisas...Desde quando você parou de falar com elas? Não gostei de saber disso! -protestei. 

_Não foi bem assim, agora eu trabalho junto com o meu pai como estagiário, tem os estudos que como sempre bem pesados, então quando sobra um tempinho eu aproveito pra descansar. 

_Me fala uma coisa, você não está usando terno pra trabalhar não né? -disse super ansiosa pela resposta.

_Ah...-ele entortou a cabeça. 

_Não acredito! -soltei a risada mais escandalosa que tinha- eu preciso ver isso. Você odiava terno! 

_Odiava? Eu ainda odeio. É uma droga, aquela gravata parece que me sufoca. Não sei como estou aguentando usar aquilo. -ele disse rindo. 

_Eu lembro quando você tinha que ir naquelas festas formais de terno, seu pai praticamente o obrigava.

_Se é pra lembrar do passado, vamos falar do seu também não é? E quando você estava na pré-adolescência, que você odiava ir nas festas de salto? Você anda mancando. Era horrível, até eu que sou homem sei andar melhor que você naquela época.

_Idiota! -dei um tapa em seu braço- e saber que hoje em dia eu já não saio de casa mais sem sapato! -refleti.

_É, nem sempre as coisas irão permanecer sempre do mesmo modo.

_Pois é. -Falei sem graça.

_Mas me conta, já se acostumou com as coisas por aqui?

_Claro, sinto saudades das meninas, mas já me acostumei com as coisas.

_Que bom então, aqui é bem legal né?

_É sim, ainda não conheci tudo.Mas pretendo, com certeza.

_Se você quiser, amanhã cedinho eu te mostro as coisas. Quem não me conhece, pode pensar que eu sempre morei aqui. Conheço tudinho. -E era verdade mesmo-.

_Como eu não arrumei nada pra fazer amanhã, vou aceitar seu convite.

_Sério?Mas tem que ser cedo pra dar tempo de vermos tudo ainda amanhã.

_Ual, como você é exagerada! Mas amanhã cedinho eu passo aqui.

_Ta, vou estar te esperando na portaria. -Assim seria melhor.

_Queria ficar aqui a noite toda falando com você, mas tenho que ir...Preciso fazer umas ligações bem urgentes!

_Nossa gente! -disse levantando-. Que rapas importante!

_Que isso, ainda sou o de sempre.

Nos despedimos e em poucos minutos Bruno foi embora. Subi para meu quarto, tirei minha roupa, tomei um banho e tirei a maquiagem. Antes de dormir, peguei o celular para ver que horas era, e pelo visor vi que ali tinha uma mensagem do Luan.
''Espero que sua noite seja tão maravilhosa quanto você, tenha bons sonhos...E não se esqueça, distância nenhuma irá ser suficiente para impedir que meus pensamentos esteja sempre em você. Amo você, bebê''.
Sorri maravilhada com o que tinha acabado de ler, Luan tinha o poder de me surpreender com apenas palavras. Mas cá entre nós, que palavras ein?

_Obrigada Deus, por mais um dia! -Disse olhando para mim mesma no espelho.
Peguei o celular para ver se tinha recebido alguma mensagem, e como sempre a de Luan era as que mais fazia feliz.
''Vou estar te esperando daqui 15 dias, me espera? Já sinto sua falta. Te amo''.
Respondi a mensagem com aquela música que ele fez para mim... ''Nem que seja além dessa vida eu vou estar, te esperando. Te amo muito mais''.
Pronto, mensagem enviada. Corri para o banho, daqui alguns minutos tinha compromisso com Bruno.
Vesti uma regata, uma calça e uma sapatilha confortável. Prendi meu cabelo num rabo de cavalo e fui para a portaria esperá-lo.
Dentre alguns minutos, Bruno apareceu.

_ Demorei? -disse ele abrindo a porta do carro para eu entrar.

_Não, que isso. -sorri-.

Levei Bruno para vários lugares que eu amava, e em todos eles como sempre ele fazia um comentário que era impossível não rir. Senti falta da alegria de Bruno, da sua vontade de viver, da sua coragem para enfrentar cada novo dia que tínhamos. Senti, que mesmo depois do namoro ter acabado, eu ainda podia contar com a sua amizade. E graças a Deus, isso era algo essencial em minha vida.

_Onde é aqui? -Falou enquanto caminhávamos perto do lago.

_Lago Igapó. Não é lindo? Eu adoro isso aqui!

_Muito lindo, mesmo.

_Bruno, gostaria de muito de agradecer por esse dia maravilhoso. Pena que está acabando, né? Mas quero agradecer principalmente por sua amizade, saiba que ela é muito importante pra mim.

_Eu que agradeço, minha fã!

_Sua o que?

_Desculpa, autográfos depois.

_Tudo bem, última coisa que você ouviu eu falar pra você. Tchau!

_Larga de ser boba!

E sem eu menos esperar, ele pegou pelos meu braços e me rodou. Nós rodamos.  Meus pés saíram do chão. Pronto, ia cair e me machucar.

_Me solta!! -gritei.

E foi o que ele fez, me soltou. Aos poucos foi me soltando, e não sei como aconteceu caímos na grama.

_Ai.. -ele disse- minhas costas! Mas voltando ao assunto, eu é quem agradeço por ter sua amizade. Sempre tive um carinho imenso por você. -Ele falou enquanto continuávamos no chão. Eu simplesmente sorri. Precisava ainda dizer algo?


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Boa noite amores! 
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Beijos! :*