quinta-feira, 19 de setembro de 2013

ɞ Capítulo Setenta ʚ

_Bom, tivemos algumas suspeitas do que havia acontecido com você após o acidente. O acidente causou um estrago enorme, não só no seu carro, mas em você também... -Seus olhos sobre mim era um olhar penoso- Suspeitamos que você não iria ficar com apenas aranhões, até que no entanto, você teve que passar pro vários procedimentos. E até mesmo uma cirurgia.

_Por favor doutor, fala de uma vez... -minha mãe implorou, não só por ela, mas por mim também-.

_Você vai ficar bem, espero que não se esqueça disso.

_Tá... -foi o que eu consegui dizer apenas-.

_Chegou até em mim, que você se questionou sobre suas pernas, o porquê delas estarem dormentes. Certo?

_Certo, não é Doutor?

_Não Sophia... após a primeira cirurgia, suas pernas ficaram dormentes sim, mas por causa do remédio,  a cirurgia foi feita logo após sua entrada no hospital. Passaram-se vários dias, e suas pernas deixaram de ficar dormente. Agora elas estão assim porque você teve uma lesão medular. Ou seja, você perdeu o controle e a sensibilidade dos seus membros inferiores.

Não, eu ainda estava em coma. Eu estava em coma e estava prestes a acordar daquele acidente, eu estava sonhando...ou melhor, tendo pesadelo. Eu estava tendo pesadelo, e logo eu iria acordar, sair dessa cama e voltar pra casa e andando.

_Ela o que? -meu pai disse o que eu não consegui dizer.

Eu olhei em minha volta e vi pessoas tão desoladas, perplexas e desacreditadas quanto eu. Nosso espanto foi tanto, que demonstramos isso com o silêncio, com o semblante mais apavorado que alguém já viu na vida.

_Ela está Paralitica.

Vi que não era somente eu que entrava em uma grise interna. Que entrava num choro sem fim.  Eu não acreditara no que tinha acabado de ouvir. Minha vontade era de pegar aqueles exames e mostrar para ele que ele estava errado, que os efeitos da dormência de minhas pernas ainda continuava, e que logo acabaria. Eu estava em choque. Como iria continuar assim? Minhas pernas são tudo pra mim,sem elas ficarei também sem uma das coisas que eu mais amava na vida. O hipismo.

_Ela ainda teve sorte de não ficar tetraplégica, pois ela teve lesões na região lombar que geralmente causa a tetraplegia... Eu sei que vocês estão em choque, mas ainda temos esperanças. Não é o fim Sophia, você ainda pode continuar a andar...

_Quando? Eu nunca mais vou levantar de uma cadeira de rodas, se eu sair é só para morrer e ir para o caixão! -Gritei sem medo de demonstrar toda minha fúria-.

_Você vai receber tratamentos após outra cirurgia que foi marcada. Sabemos que você quer andar logo, então ela será daqui alguns dias.

_Existe essa possibilidade? -Falou meu pai-.

_Sim, existe. Existem vários tipos de Paraplegia, a dela constatamos que é a reversível...

_Mas de quanto tempo?

_Bom, é reversível, mas não temos um tempo exato.

_Ou seja, eu nunca mais vou andar na vida. -Falei desolada-.

_Sophia, eu preciso conversar com os seus pais.

_Não me trate como uma criança, eu não sou uma.

_Eu sei que não é, mas você precisar absorver tudo. Vou deixa-lá aqui um instante com o Luan, e já volto.

Olhei para Luan após eles saírem da sala. Vi que ele ficou sentado e cabisbaixo no pequeno sofá que tinha no canto da sala. Eu queria saber o que se passava em sua cabeça, ser seus pensamentos, mas eu não estava conseguindo nem por em ordem os meus.
Ele se levantou e vi que seu rosto estava vermelho. Nunca tinha presenciado algo como aquele momento. Eu nunca fiquei tão desolada em toda minha vida, nunca senti tanto medo em minha vida.

_Ei... -Ele disse segurando minha mão-. Vai ficar tudo bem, você vai vê. -Uma lágrima caiu, naquele momento-.

_Você também não acredita nisso, não é?

_Eu acredito que tudo vai ficar bem.

_Luan, as coisas não eram pra ser assim.

_Você vai lutar, e eu vou estar com você.

_Eu não sei se quero lutar, as chances são poucas.

_Mas elas existem...

_Eu não sei o que vai ser de mim Luan...

_Poderia ter sido pior, meu amor. Você poderia ter me deixado aqui sozinho...

_Mas nesse momento, eu estaria cuidando de você.

_Eu vou estar ao seu lado, eu te prometo. Em todos os momentos, todos os dias...vou virar dois se for preciso, para estar aqui com você. Te ajudando.

_Eu tô com medo Luan...

_Não fica, eu estou aqui.

Ele me deu um abraço desajeitado. Um abraço acolhedor e protetor. Naquele momento, me senti forte. Senti que nada iria me machucar, que ele estaria me protegendo.

4 comentários:

Anônimo disse...

Nossa coitados , cap tristinho :(


@Reisantanarj

Anônimo disse...

Que capitulo triste amor :( .... Posta maaaaaiiissss essa sua fic é muito viciante! E não tem nada melhor do que ler uma fica perfeita como.a sua com um ventiladir ligado em um dia de um calor da porra!! Como hje (20/09/13) aqui em Uberlândia!!
@MyWorld_LuanR

Anônimo disse...

continua por favor

Anônimo disse...

não gostei desse capítulo triste dmais, posta mais @ls_dasgauchas