segunda-feira, 28 de outubro de 2013

ɞ Capítulo Setenta E Seis ʚ

_Era esse o motivo de você estar tão diferente ultimamente, não é?

_Sophia... -ele se abaixou para perto de mim- eu, eu me arrependo profundamente, sei que o que eu fiz não foi certo-.

_O que você fez? -Falei irritada e alto demais-.

_Eu... eu, é... -ele dizia pausadamente-. Sabe a...hum... a Stella?

_Você me traiu? -disse deduzindo o que ele não conseguiu dizer-.

_Estava sendo tão difícil... -ele disse passando a mão no cabelo e com a cabeça baixa-.

_Fala pra mim Luan, você me traiu! -Disse não sabendo se afirmava ou perguntava-. Fala olhando pra mim, olhando em meus olhos... Fala que você teve coragem de fazer isso comigo.

_Sophia, me perdoa! Eu estava num momento difícil, eu não estava sabendo lidar com isso...

_Eu estou invalida e você não sabe lidar com isso? E com ela? Há quanto tempo?

_Uns dias antes de você fazer a cirurgia... Eu não tive coragem de falar antes.

_Foi por isso que um dia você me pediu desculpas... não foi por não estar aqui comigo, e sim por fazer o que fez. -As lágrimas corriam incessavelmente-. Eu disse pra você não fazer isso comigo, eu disse que não queria ser mais uma. Eu disse que você poderia sair desse relacionamento como bem quisesse e quando quisesse, mas não me traísse. Eu confiava em você.

_Eu te amo!

_Quem ama não traí.

_Mas perdoa...

_Justo agora Luan? Comigo assim? Eu já tinha muitas coisas pra me preocupar, agora isso? Não precisa mais passar por isso, eu sei que não é fácil namorar uma invalida, ainda mais você...que é famoso.

_Não tem nada a ver com esse negocio de ser famoso, eu não sei... -ele engasgou, literalmente- o que deu em mim, eu não devia. Eu me arrependo, eu não estava mais aguentando carregar isso comigo, e eu tinha que te falar não era o certo esconder.

_Ainda bem que você me contou, uma hora ou outra eu iria saber. E você que eu odeio saber das coisas que se referi a mim pela boca dos outros.

_Sophia... -ele colocou a mão dele sobre a minha mas eu afastei-.

  Fiquei olhando pra ela, sem graça quando ela simplesmente rejeitou o meu toque. Eu já não sabia mais o que fazer, queria simplesmente abraça-lá e esquecer tudo isso. Mas eu vi e senti o quanto ela ficou magoada comigo, vi que não seria fácil reconquistar sua confiança, já que da primeira vez foi tão difícil, não esperava que essa vez fosse mais fácil.

_Luan... -ela disse limpando os olhos- eu preciso que você me dê licença...

_Mas você não disse se...

_Se eu te desculpo? -ela disse me interrompendo-  Eu quero que saiba que eu estou magoada com você, e não quero mais pensar nisso. Eu quero que você vá embora daqui! -Disse gritando por fim-.

Senti meu coração aos pedaços.

_Você está...terminado... comigo? -disse gaguejando-.

_Estou falando pra você ir embora! -Gritou mais uma vez-.

Sai dali pior do que quando eu cheguei. Não olhei pra trás pra vê-lá, não queria arriscar não tirar a cena que veria da minha cabeça depois quando eu começasse a me martirizar.

_Luan?

_Oi? -vi que era Otávio, e respirei fundo esperando uma briga-.

_O que aconteceu? Ouvi Sophia gritar com você.

_Eu acho que a gente terminou.

_É... -ele pareceu sem graça, ou tão feliz que ficou sem jeito de demonstrar- você acha?

_Ela me disse pouca coisa.

_Talvez não tenha terminado. Conheço minha filha, sei que quando ela está nervosa ela prefere não dizer nada, porque acabaria dizendo por impulso e se arrependeria depois.

_Talvez seja isso mesmo. -forcei um sorriso-.

_Quer que eu fale com ela?

_Não, não precisa. -Fiquei com vergonha só de pensar em Sophia contando os motivos da nossa primeira briga-. Acho que ela não mudaria de ideia.

_O senhor está bem? -Traduzindo: que diabos você está falando comigo numa boa? Mas não disse, claro-.

_Estou sim. Estou em horário de almoço.

_Cadê a dona Cristina?

_Foi ao supermercado, volta daqui a pouco. Por que você não espera ela chegar?

_Ah, acho que não da!

_Por que? Fica pra almoçar com a gente. Nosso primeiro almoço em família.

_É... então eu vou ali em casa pra avisar minha mãe, pra ela não ficar esperando.

_Tudo bem, vou esperar. Mas venha mesmo!

  Fechei a porta meio que ainda absorvendo tudo que tinha acabado de acontecer. Desde a conversa com Sophia até a conversa com Otávio.
  Entrei em casa e corri para o banheiro enxaguar o rosto na tentativa de aliviar a tensão que eu estava sentindo. Queria ter encontrado alguém em casa, mas minha mãe tinha deixado um bilhete dizendo que tinha saído e já voltava. Achei meio engraçado o bilhete que ela deixara em cima da minha cara, fazia tanto tempo que ela não fazia isso. Foi a primeira vez no dia, que eu consegui rir um pouco.
Vi que já tinham se passado 15 minutos e fiquei pensando se iria ou não pra esse almoço, que segundo Otávio era de família. Queria entender o que estava se passando na cabeça dele pra me tratar daquele jeito, mas não foi preciso pensar muito pra perceber a saia justa que ele tinha me deixado. A situação constrangedora que ele me colocou justo no momento que eu e Sophia não estávamos bem.
 Bati na porta e fui recebido por Cristina.

_Que bom que você veio! -Ela sorriu e me abraçou-. Vem, estamos te esperando. Como você está? -disse sentando-se e apontando para que eu fizesse o mesmo-.

_Estou bem. -Menti-.

_Otávio foi buscar Sophia, demora um pouco. Mas ela vem logo.

  Tinha me arrependido totalmente de estar ali, aquele não era o dia nem o momento certo pra isso. Sophia apareceu na porta minutos depois com Otávio, seu rosto se fechou na primeira olhada que deu em mim. Aquilo não era um bom sinal.

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Esperamos que vocês estejam gostando.
Esperamos também os comentários -que são importantíssimos- de vocês.

domingo, 20 de outubro de 2013

ɞ Capítulo Setenta E Cinco ʚ

  Acordei com uma mensagem de Luana, ela perguntou se eu tinha visto o que o Luan tinha postada em sua rede social, corri para o instagram para ver o que era.
  Li cada frase com lágrimas nos olhos. Em cada palavra, ela fazia com que eu gostasse cada vez mais dele, cada gesto de carinho, ficava guardado em um lugar reservado em meu coração que era só dele e que ninguém tiraria.
  ''Te amo'' foi a única coisa que eu consegui mandar no torpedo para ele, pensei em escrever na foto, mas se eu mandasse por lá todos veriam e eu queria que só ele soubesse, que essas poucas palavras, apesar de curtas tinham um significado imenso.
  Não conseguia mais dormir depois que eu vi a foto, não somente por estar contente que mesmo longe, o Luan me tinha em seu pensamento e principalmente em seu coração. Mas também por saber que hoje seria um dia muito importante para o meu futuro. A cirurgia. Estava com medo pra falar a verdade, como o médico disso, depois dessa cirurgia poderia-se saber quanto por cento eu teria de voltar a andar e também como seria a intensidade dos meus tratamentos. Queria ter Luan aqui comigo, ele passava uma confiança incrível que eu jamais entenderia, mas eu entendo também que os motivos dele estar com atraso no trabalho, era por minha causa. Se eu não tivesse inconsciente naqueles dias, teria mandado com certeza ele cumprir com sua agenda. Mas de certa forma eu não o culpava. Ele estava ocupado.
Acordei as 09 horas, nem tinha percebido a hora que eu acabei dormindo, só sei que não demorou muito depois de mil pensamentos.

_Bom dia! -Luana e Gabriel entraram no quarto com uma bandeja enorme no colo-

_Saiam daqui, acabei de acordar! -Joguei o edredom por cima da cabeça-.

_Sabemos que você é linda quando acorda! -Gabriel disse tirando o edredom da minha cabeça-.

_Eu nem escovei os dentes!

_Come primeiro, e depois você escova. -Gabriel falou-.

_Não, não é assim que eu faço. Eu acordo, escovo os dentes e depois como.

_Mas não tem lógica, você poupa tempo do meu jeito! -ele riu e sentou do meu lado-.

_Fala ai, você tem ótimos amigos. Olha que bandeja maravilhosa que fizemos pra você! -Luana disse-.

_Quem vê pensa que eu vou comer tudo isso.

_Quanto egoísmo menina, viemos comer com você!

_Ah, desculpa! -tentei empurra-ló da cama-.

_Como você está, amiga? -Luana disse-.

_Bom, com medo.

_Quando você vai pro hospital? -Gabriel falou, após pegar uma maça-.

_13 horas.

_Por que tão cedo?

_Não faço ideia.

_O Luan vem pra cá? -Gabriel perguntou meio dentre uma grande mordida na maça-.

_Não, ele não pode. Daqui alguns dias só.

_Vamos estar aqui pra ajudar na sua recuperação. -Ele disse- não vamos sair do seu lado um minuto só!

  Continuamos a comer, era bom estar com eles. Era eles que passavam a maior parte do dia comigo, posso dizer que se meus pais passavam antigamente 8 horas comigo -na mesma casa, sem falar comigo essas horas todas- hoje em dia, eles estão comigo quase 12 horas -e falando comigo-. Incrível como quando acontece coisas ruins, as pessoas se unem. Sempre desejei aquela união, mas queria que fosse por outros motivos.
  Minha mãe me ajudou a arrumar as coisas para ir para o hospital, a cada minuto que se aproximava de estar lá, meu coração apertava mais. Luan tinha me ligado, senti que ele estava estranho, devia estar tão nervoso quanto eu. Foram comigo para o hospital: pai, mãe, Luana e Gabriel.

_Doutor, a cirurgia é de risco? -Perguntei quando ele entrou no quarto dizendo que daqui a pouco seria a cirurgia-.

_Toda cirurgia é de risco. Será demorada, mas temos certeza que a recuperação será boa.

  Não me lembro como a conversa acabou, tinha certeza que acabei dormindo por causa daquela gelatina e aquele suco que eles me ofereceram. Ótima maneira de sedar as pessoas. Acordei depois de algum tempo, meio cansada pra falar a verdade. Não sabia se passaram-se 1, 2 ou 3 horas depois da minha última conversa com alguém. Não tinha ninguém na sala junto comigo, o que eu estranhei bastante. Olhei pras minhas pernas, pouca coisa tinha mudado, a sensação era a mesma: de impotência. Mas dessa vez sabia que era por causa dos remédios. Olhei para uma cruz, com Jesus Cristo pregado na parede e fiz um pequena oração.
   Algum tempo depois, recebi a enfermeira que estava de cara fechada e não tinha me respondido onde estaria meus pais. Depois de mais um tempo -o tempo passava lentamente, poderia ter se passado 30 minutos, a mais para mim parecia que tinha sido 3 horas- chegou meus pais e o médico. Ele disse algumas coisas, que sinceramente eu tinha entendido pouco, meus pensamentos estavam lentos, poderia ser os remédios que tinha recebido da enfermeira. Só sei que passei a noite e mais um pedaço do dia seguinte no hospital.
   Fui para casa, e fui diretamente para o meu novo -e nada agradável- quarto que era inteiramente adaptado.
   Os dias foram que prosseguiram foram monótonos, e depois de dias, eu tive a presença da pessoa que mais me fazia feliz.

_Senti tanto a sua falta! -Disse tentando abraçar Luan de um jeito que saiu como desajeitado-.


_Como você está, amor? -ele colocou minha franja de lado-.


_Eu tô me recuperando ainda....


_Quando você vai saber se a cirurgia foi boa ou não?


_Ela foi boa, mas os resultados ainda não tenho. Como foi seus dias?


_O mesmo de sempre.


_O que foi Luan?


_Nada amor... -ele deu um sorriso que não era dele, era forçado-.


_Luan, você tem alguma coisa pra me contar? Me conta. Você está tão diferente nos últimos dias...


_Sophia, o que eu fiz não foi certo. Mas, eu te amo.

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Comentem com o user de vocês amores, ai pra quem não mandamos os capítulos passaremos a mandar. Queremos sempre a opinião de vocês, esperamos que estejam gostando!

terça-feira, 15 de outubro de 2013

ɞ Capítulo Setenta E Quatro ʚ

_Vai com Deus Luan. -Stella me abraçou, e foi embora-.

_É... você está pronto? -Roberval disse pausadamente após ela sair do quarto-.

_Cara, não precisa me olhar dessa jeito.

_Ué, eu só vim te chamar.

_Fica na sua! -Peguei meu celular em cima da cama, e sai-.

Não estava acreditando no que tinha acabado de fazer, não tinha traído só a Sophia, mas tinha traído a mim mesmo com a fraqueza do momento. Estava arrependido de todas as maneiras possíveis. O pior, é que eu não sabia se poderia contar pra Sophia, o certo seria, mas... ela já está tão mal com tudo que está acontecendo, que algo desse tipo, só faria com que as coisas piorassem.

_Alô?

_Oi Luan! -Ouvir sua voz doce, me fazia um bem inacreditável-. Como você está?

_Estou bem, só um pouco cansado! E você?

_Estou bem, só um pouco entendiada. Amanhã é a cirurgia.

_Amanhã? Pensei que seria daqui alguns dias.

_Não, amor. É amanhã. -Sua voz parecia desanimada-. Queria ter você aqui comigo.

_Me desculpa? -senti meu coração ficar em pedaços-.

_E pelo o que?

_Bom... por tudo. Principalmente por não estar ai nesse momento tão importante, quando prometi que estaria sempre.

_E você está, está em meus pensamentos e em meu coração a cada minuto, a cada batida do meu coração. Quando eu fecho os olhos... Você está aqui comigo.

_Te amo, viu? Agora eu preciso desligar, vou entra na van, no caminho não pega muito bem. E depois vou pro Rio de Janeiro.

_Mas e as fotos de hoje, você não vai me mandar?

_É verdade, eu vou mandar!

_Vou escolher algumas, de todas as que você me mandou, pra fazer um álbum pra guardar pra mim!

_E nesse álbum terá fotos, nossas?

_Tenho certeza que sim.

Nos despedimos e segui para a van. Roberval me olhava de canto de olho, e senti que ele estava querendo dizer algo, mas não dizia. Pensei em falar pra ela, mas não seria por telefone dizer coisas desse tipo. O remorso já batia, e tomava conta de mim. Sentia vontade de voltar no tempo, e mudar o que tinha acontecido, em outros momentos tentava ignorar o que tinha acontecido. Se desse apagaria da memoria.

_Ta pensando no que? -Roberval interrompeu meus pensamentos-.

_Em nada.

_Como você fica tão concentrado, pra não pensar em nada?

_Como se você não soubesse no que eu estou pensando...

_E Luan!

_Não quero ouvir o que você tem a dizer, eu sei o que eu faço da minha vida.

_É bom que saiba mesmo, nem todo mundo perdoa o que as outras fazem. E ainda mais quando elas fazem bem ciente das coisas.

Aquela eu engoli seco. De certa forma, ele tinha razão.
Desci da van, e fui para o aeroporto, atendi uma galera que se encontrava ali e embarquei para o Rio de Janeiro. Fui para o hotel, e não tive tempo de descansar o tempo que eu queria, então, logo comecei a me arrumar para ir para o show.
Já no camarim, tirei a foto da roupa que eu estava -calça preta, camiseta preta, colete jeans claro e um tênis meio verde, meio amarelo- para mandar para Sophia, para saber se estava aprovado.
''Com certeza, está maravilhoso.'' Estava aprovado.
 Fui para a coletiva de imprensa e como sempre, foi bastante agitado. Pra falar a verdade, eu estava bem disperso. Não estava elaborando as respostas direitos, quando tal pergunta me fez ficar de coração apertado:

_Sua namorada sofreu um acidente recentemente, como ela está e como o relacionamento de vocês está depois do ocorrido?

_ Bom, ela está bem. Está ainda um pouco abalada com o resultado do acidente, e logo ela fará mais alguns procedimentos que eu tenho certeza que tudo vai dar certo.

_E o relacionamento de vocês, como está?

_Estamos bem unidos, na verdade. Estou sempre tentando acompanha-lá, e vai dar tudo certo.

_Segundo algumas pessoas que te virão hoje, disseram que você está de cara fechada. E anda evitando algumas pessoas. O que está acontecendo Luan? -Outra pessoa perguntou-.

_Olha, eu tento atender todo mundo que eu consigo, é claro que não consigo atender todos. Eu não evito ninguém, pelo contrário, mesmo cansado eu procuro estar junto com as pessoas que vão para os lugares para me ver.

A coletiva continuou por mais 25 minutos,  algumas das perguntas eram pretensiosas. Porém, já tinha experiência de saber contornar o assunto.
E do nada, Sophia tomou conta de meus pensamentos. Tive vontade de dizer para o mundo, o quanto eu a amava, o quanto ela era especial pra mim. Então, antes do show, escolhi uma das fotos que eu mais gostava -a que eu tinha mostrado para Stella- e fiquei usando os minutos que antecedia o começo do show, para pensar em algo tão bonito quanto ela. Não sei se ela gostaria, mas era o que eu estava sentindo e com certeza, enquanto o nosso amor vivesse, eu sempre sentiria.
''Eu queria poder te dizer sem palavras, eu queria poder te cantar sem canções, queria viver morando em sua teia, seu sangue correndo em minha veia, seu cheiro morando em meus pulmões... Cada dia que passo sem sua presença, sou um presidiário cumprindo sentença, sou um velho diário perdido na areia, esperando que você me leia, sou pista vazia esperando aviões...''
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Cadê nossas leitoras maravilhosas que viviam comentando? Será que teremos 6 comentários nesse capítulo? Digam o que estão achando! Capítulos emocionantes estão a espera de vocês!

sábado, 12 de outubro de 2013

ɞ Capítulo Setenta E Três ʚ

 _É... -disse levantando constrangido- o que você ta fazendo aqui? -peguei e vesti a primeira camiseta que encontrei no guarda-roupa.

_Não está me reconhecendo não, é?

_Desculpa, espera só um minuto.

Fui para o banheiro e peguei o short que tinha ali. Vesti e dei uma passada de mão no cabelo pra ajeitar. Não fazia a mínima ideia de quem tinha acabado de entrar no quarto, mas a pessoa era bem familiar.

_Pronto... Voltei.

_E então, lembra de mim? -ela se aproximou, e sentou em uma cadeira que eu nem lembrava de ter visto-.

_Olha, desculpa. Mas não consigo lembrar. -Confessei-.

_É a Stella Luan...

_Não precisa dizer mais nada, é claro que eu lembro de você agora! -Abracei-a-.

_As vezes é chato você ver muita gente, acaba esquecendo de algumas.

_Não é chato, acredite. Mas eu tento lembrar do máximo de gente que puder. Mas me conta, o que veio fazer aqui?

_Ah, a Lorena...Lembra da Lorena? -Arqueei a sombrancelia- Ta, você não lembra dela. Mas ela estava na mesma balada que a gente aquela vez, e ela acabou ficando com o Roberval. E ele mandou sms pra ela, e acabei vindo junto pra te ver...

_Ah, que bom!

_Desculpa entrar sem bater, o Roberval me disse que você já estaria pronto e então eu subi.

_É, era pra eu estar pronto mesmo. Mas acabei me atrasando.

_Me conta Luan, como anda a sua vida? -Ela disse me puxando para sentar ao seu lado-.

_Ah, na mesma. Tudo que você já deve imaginar.

_Namorando muito?

_Sim.

_Pegador desde sempre, né? -ela riu-.

_Não, mas agora é pra valer. Estou namorando mesmo, faz faz algum tempo.

_E você nem me conta nada? Me mostre uma foto dela.

_Aqui -peguei o celular e mostrei a foto que eu mais gostava de nós dois-. O nome dela é Sophia, tem 20 anos e mora em Londrina. No meu condomínio, da para acreditar? Coisa de Deus.

_Nossa, ela é muito linda Luan. Parabéns e parabéns também pelo namoro de vocês. Você merece ser feliz. E ela com certeza deve estar feliz, por tê-lo.

_Não sei se ela está feliz, pra falar a verdade. -Pela primeira vez, lembrei de como as coisas estavam e como a realidade machucava algumas vezes-.

_O que está acontecendo, Luan?

_Ah, nada não.

_Você pode confiar em mim, tô vendo que você precisa desabafar.

_Realmente eu preciso, queria fazer isso com a minha mãe como sempre fiz. Mas vou demorar pra vê-la.

_Então me conta...

_É que a Sophia sofreu um acidente há alguns dias.

_Mas ela está bem?

_Está sim. Porém está numa cadeira de rodas, e ela tem sim chance de voltar a andar. Mas ainda pode demorar a acontecer ou não pode acontecer.

_E você está sofrendo com isso?

_Sofro com o sofrimento dela, vejo que ela está infeliz. Eu tento fazer de tudo para que ela se sinta bem, como se nada tivesse acontecido...Mas não posso ignorar o que aconteceu e principalmente ela não consegue ignorar. Eu não sei mas o que eu faço, esses são só os primeiros dias. Eu queria estar com ela lá, mas eu tenho que estar aqui. Me torturo pensando nas coisas, eu só... eu só queria estar com ela. Mas a distância impede.

_Vai vê-la sempre que puder.

_Eu vou fazer isso, claro. Mas tô vendo que não verei ela pelos próximos dias. Perdi muito compromisso, e mesmo quando estou em casa aparece mais algum e eu tenho que sair independente da hora pra cumprir a agenda. Agora ta tudo acumulado, e nesses dias ela fará a cirurgia e eu não estarei com ela. E será nesse momento que tudo pode se resolver, pra bem ou não.

_Você está fazendo tudo que pode, tenho certeza. Mas Luan, ela com certeza é uma pessoa que sabe como sua vida é, ela sabe como você vive e como sua rotina é de imprevistos. Ela vai saber lidar com isso.

_A Sophia é maravilhosa, você precisa conhecê-la.

_Tenho certeza que é sim. -Ela sorriu-.

_Obrigada por ter aparecido, você não sabe como eu precisava falar isso pra alguém. Estou me sentindo melhor. -Sorri e ela fez o mesmo-. Preciso me arrumar agora, bora ir na rádio com a gente?

_O Roberval já tinha chamado... Mas aceito sim! -Ela riu-. Vou descer pra você se arrumar.

_Tudo bem.

Tirei a roupa que estava e coloquei um camiseta polo xadrez vermelha, uma calça jeans e um tênis azul que eu tinha acabado de comprar. Desci e na recepção já estava todo mundo esperando, cumprimentei a Lorena que era amiga da Stella, e fomos para a van. Eles foram na frente e eu fui atender as pessoas que se encontravam ali. Era gratificante demais, sempre ir em algum lugar e ter pessoas que estão a sua espera. No caminho para a rádio, fiquei olhando os presentes que tinha ganhado. Ganhei uma camiseta preta que tinha uma cruz na frente, iria usar com certeza. Li algumas das cartas, e acabei entrando no twitter pra seguir a dona da carta. Mas antes de seguir, acabei vendo que ela estava online, e vi que estava postando algumas coisas. Como o caminho era longo, decidi ler o que ela postava.
Ela estava contando como foi me ver, a alguns minutos antes. Pela forma que falava, percebi que estava muito feliz. E saber que eu era o motivo de sua felicidade, era maravilhoso. Queria poder guardar o sorriso dela num cantinho especial do meu coração.
Cheguei na rádio, e terminei de arrumar as coisas para começar. Foi maravilhoso como sempre, apesar de ser para uma quantidade menor de pessoas, as que estavam ali não deixaram a desejar. Fez valer a pena cada minuto.

_Parabéns! Foi maravilhoso. -Stella me abraçou no termino da apresentação-.

_Obrigado! Vocês vão para o hotel agora?

_É, vamos sim né Lô? -ela olhou para a amiga- temos que pegar nossas coisas que estão lá.

_De lá a gente vai pra onde, testa?

_Pra cidade maravilhosa!

_Bora lá então!

Voltamos para o hotel, e lá as coisas já estavam arrumadas para irmos para o Rio.

_Vim me despedir de você. -Stella abriu a porta e entrou no quarto-.

_Ah, sim. Logo a gente se vê! -Sorri e abracei-a-.

_Com certeza!

Ela me abraçou e depois me encarou, puxando minha cabeça em sua direção. Confesso, que no começo resisti. Mas aos poucos, desisti de resistir e continuei com os beijos. Os beijos eram urgentes, suas mãos eram rápidas e percebi que aos íamos caminhando para a direção da cama.

_Luan, está pronto? -Santo Roberval, esse sabe exatamente aparecer na hora certa-.

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O que será que vai acontecer agora ein? Queremos saber o que vocês estão achando!
Agradecemos pelos comentários! E sejam muito bem vinda as leitoras novas. Esperamos que continue nos acompanhando. Beijos!

Nossa Senhora Aparecida, rogai por nós, nos cubra com seu manto de amor guiando nossos passos e iluminando nossos caminhos.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

ɞ Capítulo Setenta E Dois ʚ

Acordei pela manhã e tive vontade de correr para abrir as cortinas como toda as manhãs. Mas esta manhã foi diferente de todas as outras. Acordei, olhei para minha perna e tentei movê-las. Em vão. Decidi logo em seguida que não queria chorar logo cedo, acreditava que quando isso acontecia pela manhã o resto do dia seria baseado em lágrimas. Mas vendo a  situação em que eu me encontrava, percebi que isso não passava de mais uma daquelas coisas bobas que a gente acreditava que fazia diferença na nossa vida. No dia anterior, Luan e eu ficamos ali... juntos. Enquanto acariciava seu rosto de leve, fiquei pensando no futuro que teríamos. Nosso futuro estava como uma neblina: não conseguia ver muito, não sabia o que nos aguardava.
Caminhávamos sem saber onde estávamos pisando. Essa semana, ele teria que passar longe. Eu o entendia, claro. Mas queria que ele estivesse ali comigo.

_Preciso terminar o que esses dias eu não consegui fazer, minha assessora está enlouquecendo de tanto que eu estou faltando nas coisas...

_Tudo bem, eu te entendo... -Eu o entendia mesmo, não estava fazendo drama-.

_Agora, eu só vou terminar o que semana passada eu não consegui. Mas prometo que vou voltar. Você vai me esperar?

_Para todo o sempre.

_Você acredita nessas coisas de para sempre, mesmo? -ele disse ficando sério de uma vez-.

_Ah... e você, acredita?

_Sinceramente?

_Com toda a sinceridade que você tiver.

_Quando eu era criança, eu acreditava no para sempre. Depois, tive minha fase de adolescente revoltado. Você passou por isso, tenho certeza. Nesse momento, eu não acreditava. Mas, então eu passei a viver diferente de qualquer outro adolescente. Passei a ter uma rotina totalmente diferente, passei a conviver  com pessoas que queriam apenas estar ao meu lado, queria apenas a minha atenção. Confesso pra você, que demorei a entendê-las. Passei dias, de verdade, passei dias tentando entender o que elas sentiam por mim. Teve momentos, que eu pensei que era apenas a vontade de estar do lado de alguém, em outros, estar ao lado de alguém que tinha fama. Mas, você deve estar pensando: o que isso tem a ver com o ''para sempre''.

_É.. confesso, o que tem a ver? -ri.

_Bom, eu descobri que elas não queriam apenas estar ao meu lado por estar, ou então estar ao meu lado por fama. Elas estavam ali por amor, sabe aqueles amor de mãe e filho? Nunca tinha escutado falar de outro sentimento tão puro, tão belo e sincero como este. Mas então, eu passei a ter comigo fãs. Cara, os meus
fãs não são só simples fãs. Eles são os melhores que eu já vi, é sério. Não é porque são meus fãs, mas eu falo isso porque eu já fui fã, e eu não me interessava tanto como elas se interessam por mim. Eu nunca passaria o que elas passam por mim. Sabe o que fazem elas fazerem isso? Um amor puro, sincero e um amor que não é egoísta. Um amor que me fez acreditar no para sempre.

_Queria que boa parte de suas fãs ouvissem o que eu acabei de ouvir. Você sabe como lidar com elas, não é? Isso que é maravilhoso em você. Você as trata  igual por igual.

_Eu poderia ficar um dia todo falando de como eu me sinto em relação á elas, tentando descrever o que elas são pra mim. Mas sabe quando o amor é demais e você procura palavras para descrever o que você sente, mas nada chega tão perto? É assim... eu não tenho fãs, eu tenho anjos. Fãs são anjos que veio a terra
para cuidar e fazer alguém a pessoa mais feliz do mundo. E eu sou a pessoa mais feliz do mundo por terem anjos comigo.

Acordei pela manhã, e vi que o sol já estava forte. Acho que já não era tão manhã assim... olhei para o relógio e marcavam 15:52 hrs. Até que por hoje, eu acordei cedo. Sem ninguém me chamando, ou telefonando... Um dia comum. Não tão comum para um cara que faz show a semana toda, dorme as 05 da madrugada basicamente, e vê todos os dias muitas pessoas que gostam de você.
Olhei pro lado e vi que meu café da manhã estava ali, pelo visto logo eu teria que ir para algum lugar... uma rádio, ou gravar um programa, ou voar pra outro estado. Mas, sinceramente. Eu não queria estar aqui, eu queria estar era com ela... Sophia. Sophia estava sendo forte, tão forte que eu nunca pensei que seria. Ela está encarando bem a situação, pelo menos quando eu estou perto. E eu, ah...eu também estou tentando encarar a situação, mas a realidade é que eu não consigo. Tento ajudar, tento fazer de tudo... Mas faltam forças, quando estou longe penso que tudo está na pior. Mas vê-la deitada, ou sentada em uma cadeira de rodas parecia o mesmo. Mas, como sempre ela fazia arder em meu coração o amor que eu sentia por ela.

_Luan...você vai precisar se desdobrar em três hoje! -Roberval chegou falando sem rodeios-.

_Já me desdobrei em mais, boi.

_Você tem um programa de 2 horas para gravar, uma rádio de 1 hora e 30 minutos e um show.

_Pelo menos é tudo aqui, né?

_Só a rádio, o show e o programa é no Rio de Janeiro.

_Porque está tudo tão acumulado? Geralmente, vocês distribuem essas coisas na semana. -Falei passando a mão no rosto na tentativa de espantar a sonolência-.

_Você faltou em muitos compromissos ultimamente, era o que dava pra fazer. Luan, você não pode mais fazer isso.

_Eu não vou faltar, eu sei.

_E se continuar nesse ritmo, você vai sair com fama de irresponsável.

_Acordou bem ein? Ta com vontade de brigar, por que não pode. Ta com falta de muié? -levantei e fui tomar banho-.

_Para de fugir da realidade Luan, o que anda acontecendo com você?

_Você anda pegando no meu pé demais, nunca vi igual. -Gritei do banheiro-.

_Já volto, vou na recepção. E por favor, toma esse banho logo que a gente já está atrasado!

Tomei meu banho normalmente, demorei uns 15 minutos a mais só de pirraça.
Acabei de tomar banho, fui pro quarto trocar de roupa... Mas estava com um pouco de preguiça, então vesti a cueca me enrolei na toalha de novo e me joguei na cama. Todo largado.
A porta se abriu, como sempre Roberval não perdia aquele costume não bater.
Mas... não era ele. Eu conheço esse rosto, mas não estou lembrado de onde...

_Luan? -Ela disse surpresa ao me ver-.

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Falem pra nós, o que vocês estão achando? É desmotivante não termos o retorno da parte de vocês. E pra quem escreve, isso é muito importante.
Será que teremos bastantes comentários, nesse capítulo? Se tivermos, postaremos em breve o próximo.
Agradecemos a paciência.


terça-feira, 1 de outubro de 2013

ɞ Capítulo Setenta E Um ʚ

Para a minha surpresa, pensei que iria embora naquele mesmo dia. Mas continuei no hospital até o dia seguinte.

_Sophia, demos aos seus pais o horário e o dia da cirurgia de semana que vem, esperamos que você fique de repouso e que por favor não tente nada. Você pode acabar agravando a situação. A partir da cirurgia e de como você ficará poderemos decidir a intensidade dos seus novos tratamentos.

_Tudo bem Doutor, não vou tentar nada não... até porque não quero ficar pior do que já estou, se é que isso ainda é possível.

_Você vai ficar bem logo. -Para a minha surpresa ele sorriu na tentativa que eu fizesse o mesmo, mas foi em vão-.

_Sophia, já compramos sua cadeira de rodas. -Meu pai disse com a voz diferente do normal, percebi que ele tinha ficado tão abalado quanto eu-.

_Não achamos nenhuma motorizada, mas vamos comprar. -Falou minha mãe, na tentativa de me animar-.

_De qualquer jeito eu vou ter que ficar sentada, que diferença terá? O bom é que meus braços terão algo pra fazer. -Falei sarcasticamente-.

Meu pai abriu a porta e voltou com a cadeira. Me senti meio atordoada ao ver ela, eu sabia que teria que usa-lá, mas vê-lá ali e saber que era para mim me aterrorizava um pouco. Nunca em nenhum momento da minha vida, passou pela minha cabeça que um dia eu estaria ali...no colo do meu pai, para me sentar numa cadeira de rodas. Inválida e com poucas chances de voltar a um dia a ficar de pé.
Luan continuava a me visitar, tive algumas conversas com  minha mãe desde que acordei, e segundo ela desde o dia do acidente não teve um dia, mesmo por pouco tempo que ele não esteve ali para saber como eu estava. Fiquei pensando como ele estava se desdobrando, e como ele com certeza estaria muito mais cansado com essa rotina de ir me visitar; tadinho, isso era apenas o começo daquela nossa nova vida, de uma vida que eu não sabia se iria aguentar. Digo isso, pois sempre vivi solta por ai, sempre fui uma pessoa muito ativa, e ainda mais que eu era imperativa demais, não podia ficar parada um minuto sequer. Como por exemplo, como vou conseguir viver sem o hipismo? Eu praticava o hipismo por muitos motivos, mas dentre alguns, eu me sentia mais forte quando estava montada, sentia que nada poderia me parar. Agora, teria que aprender a viver com as minhas limitações.
Sai do hospital empurrada por Luan, aquela cena jamais vou esquecer. Na minha direta estava minha mãe, na esquerda meu pai e atrás de mim o cara que me completava. Quantas vezes desejei aquele momento, todos nós reunidos. Mas nunca pensei que quando fosse acontecer esse momento, eu estaria naquela situação.
Meu pai mais uma vez me pegou no colo e me colocou dentro do carro. Minhas pernas perderam força, perderam vida. Era estranho tentar mover um músculo e não conseguir. Por mais que eu tente descrever qual é a sensação, jamais chegaria ao ponto exato. Esperei pela entrada de Luan no carro, mas vi que ele entrou no seu e foi atrás de nós junto para o condomínio. Luan e a sua gentiliza de não querer forçar a barra com os meus pais.
A última vez que eu sai de casa, nunca pensei em retornar em uma cadeira de rodas, mas cá estamos nós.

_Licença ... -meu pai disse ao envolver os braços sobre mim, para colocar-me na cadeira-. Prontinho.

_Surpresa! -Gritaram quando entramos na sala-.

E não foi uma surpresa somente para mim, foi surpresa para nós todos. Os que gritaram, e para nós que chegamos. Estavam grande parte dos meus amigos ali. Encontravam-se ali Luana, Gabriel, Bruna, Bruno, Marizete, Amarildo, minha treinadora e meus colegas do hipismo também.

_Sophia... -Bruna correu para meu rumo- Luan, porque você não me avisou que... você ta na cadeira por causa da cirurgia, não é?

_Aqui estão as flores da sua família lá do Rio... -disse a empregada logo parando ao me ver sentada em uma cadeira de rodas-.

_Obrigada. -Disse ao pegar as flores e ler o pequeno cartão que contia ali.

''Esperamos que você fique bem. Estamos torcendo pela sua melhora. Não conseguimos ir ai, por termos visitas em casa. Estamos morrendo de saudades de você. Fica com Deus, te amamos.''

_Ninguém vai falar nada? O que aconteceu? -Bruna disse exaltada-.

_Desculpa Bruna. -Expliquei-. É... eu estou melhorando, mas a questão de eu estar na cadeira não é por causa da cirurgia, sim é, mas é porque agora eu não vou... -as lágrimas escaparam contra a minha vontade-. Eu não vou mais...andar. -Disse por fim relutando com as palavras-.

Ouvi suspiros atrás de mim, e ecoaram pela sala toda. Nunca me senti tão envergonhada por terem pena de mim.

_Gente, desculpa, eu não quero ser indelicada. Espero que vocês me entendam, mas eu vou subir...quer dizer, vão me levar para o meu quarto, eu estou cansada. Podem continuar a comemoração pela minha volta, mas desculpem. Eu não estou me sentindo bem...

_Filha, você pode dormir aqui no quarto de visitas.

_Eu quero o meu quarto mãe...

_Vamos ter que desmonta-ló e trazê-lo para cá.

_Não mãe, eu não quero meu quarto aqui embaixo. -Disse nervosa-.

_Podem deixar que eu a levo pra lá. -Luan percebendo meu nervosismo nos interrompeu-.

_Obrigada Luan.

Luan ficou bons minutos parado na frente da cadeira tentando pensar um modo de me pegar sem que me machucasse...

_Você não vai me machucar, pode ficar tranquilo. -Falei não só pra ele, mas para a plateia que nos observava em silêncio-.

Com as mãos fortes ele passou uma das mão por minhas costas e passou a outra por debaixo das minhas pernas. Me levantou e colocou contra seu peito. Passei a mão por volta do seu pescoço, para me arrumar para que ficasse mais fácil para ele a subida das escadas.
Para nossa sorte, após subirmos as escadas a porta estava entreaberta.
Com toda delicadeza do mundo, ele me colocou na cama. Não cansado apenas de fazer aquilo, jogou o edredom por cima de mim.

_Você não pode ficar doentinha agora, precisa ficar boa para fazer a cirurgia.

_Desculpa o trabalho que eu te dou.

_Eu faço por amor. -Ele disse se deitando em meu colo, com o corpo torto na cama-. E amor, é o que não falta.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

ɞ Capítulo Setenta ʚ

_Bom, tivemos algumas suspeitas do que havia acontecido com você após o acidente. O acidente causou um estrago enorme, não só no seu carro, mas em você também... -Seus olhos sobre mim era um olhar penoso- Suspeitamos que você não iria ficar com apenas aranhões, até que no entanto, você teve que passar pro vários procedimentos. E até mesmo uma cirurgia.

_Por favor doutor, fala de uma vez... -minha mãe implorou, não só por ela, mas por mim também-.

_Você vai ficar bem, espero que não se esqueça disso.

_Tá... -foi o que eu consegui dizer apenas-.

_Chegou até em mim, que você se questionou sobre suas pernas, o porquê delas estarem dormentes. Certo?

_Certo, não é Doutor?

_Não Sophia... após a primeira cirurgia, suas pernas ficaram dormentes sim, mas por causa do remédio,  a cirurgia foi feita logo após sua entrada no hospital. Passaram-se vários dias, e suas pernas deixaram de ficar dormente. Agora elas estão assim porque você teve uma lesão medular. Ou seja, você perdeu o controle e a sensibilidade dos seus membros inferiores.

Não, eu ainda estava em coma. Eu estava em coma e estava prestes a acordar daquele acidente, eu estava sonhando...ou melhor, tendo pesadelo. Eu estava tendo pesadelo, e logo eu iria acordar, sair dessa cama e voltar pra casa e andando.

_Ela o que? -meu pai disse o que eu não consegui dizer.

Eu olhei em minha volta e vi pessoas tão desoladas, perplexas e desacreditadas quanto eu. Nosso espanto foi tanto, que demonstramos isso com o silêncio, com o semblante mais apavorado que alguém já viu na vida.

_Ela está Paralitica.

Vi que não era somente eu que entrava em uma grise interna. Que entrava num choro sem fim.  Eu não acreditara no que tinha acabado de ouvir. Minha vontade era de pegar aqueles exames e mostrar para ele que ele estava errado, que os efeitos da dormência de minhas pernas ainda continuava, e que logo acabaria. Eu estava em choque. Como iria continuar assim? Minhas pernas são tudo pra mim,sem elas ficarei também sem uma das coisas que eu mais amava na vida. O hipismo.

_Ela ainda teve sorte de não ficar tetraplégica, pois ela teve lesões na região lombar que geralmente causa a tetraplegia... Eu sei que vocês estão em choque, mas ainda temos esperanças. Não é o fim Sophia, você ainda pode continuar a andar...

_Quando? Eu nunca mais vou levantar de uma cadeira de rodas, se eu sair é só para morrer e ir para o caixão! -Gritei sem medo de demonstrar toda minha fúria-.

_Você vai receber tratamentos após outra cirurgia que foi marcada. Sabemos que você quer andar logo, então ela será daqui alguns dias.

_Existe essa possibilidade? -Falou meu pai-.

_Sim, existe. Existem vários tipos de Paraplegia, a dela constatamos que é a reversível...

_Mas de quanto tempo?

_Bom, é reversível, mas não temos um tempo exato.

_Ou seja, eu nunca mais vou andar na vida. -Falei desolada-.

_Sophia, eu preciso conversar com os seus pais.

_Não me trate como uma criança, eu não sou uma.

_Eu sei que não é, mas você precisar absorver tudo. Vou deixa-lá aqui um instante com o Luan, e já volto.

Olhei para Luan após eles saírem da sala. Vi que ele ficou sentado e cabisbaixo no pequeno sofá que tinha no canto da sala. Eu queria saber o que se passava em sua cabeça, ser seus pensamentos, mas eu não estava conseguindo nem por em ordem os meus.
Ele se levantou e vi que seu rosto estava vermelho. Nunca tinha presenciado algo como aquele momento. Eu nunca fiquei tão desolada em toda minha vida, nunca senti tanto medo em minha vida.

_Ei... -Ele disse segurando minha mão-. Vai ficar tudo bem, você vai vê. -Uma lágrima caiu, naquele momento-.

_Você também não acredita nisso, não é?

_Eu acredito que tudo vai ficar bem.

_Luan, as coisas não eram pra ser assim.

_Você vai lutar, e eu vou estar com você.

_Eu não sei se quero lutar, as chances são poucas.

_Mas elas existem...

_Eu não sei o que vai ser de mim Luan...

_Poderia ter sido pior, meu amor. Você poderia ter me deixado aqui sozinho...

_Mas nesse momento, eu estaria cuidando de você.

_Eu vou estar ao seu lado, eu te prometo. Em todos os momentos, todos os dias...vou virar dois se for preciso, para estar aqui com você. Te ajudando.

_Eu tô com medo Luan...

_Não fica, eu estou aqui.

Ele me deu um abraço desajeitado. Um abraço acolhedor e protetor. Naquele momento, me senti forte. Senti que nada iria me machucar, que ele estaria me protegendo.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

ɞ Capítulo Sessenta e Nove ʚ

Não queria abrir os olhos, não queria saber o que tinha acontecido... minhas lembranças eram vagas, não conseguia me lembrar de muita coisa. Só sabia que meu corpo estava entorpecido, provavelmente de muita quantidade de remédios que eu devo ter tomado.
Não sabia distinguir se era dia ou noite, só sabia que fazia frio e tinha pouco cobertor sobre mim.
Senti que minhas mãos estava segurando outra. Tomei uma boa dose de coragem para abrir os olhos, não somente para ver quem estava ali comigo, mas também para acordar para a realidade, para dar continuação a minha vida... para enfrentar meu pai e para saber o que tinha acontecido.

_Luan... -disse apertando a mão daquele menino que se encontrava com a cabeça encostada na cama e com o cabelo todo bagunçado-.

_Sophia...Meu Deus. Eu não tô acreditando. Você ta bem? O que ta sentindo? -Acho que ele não percebeu que eu estava meio grogue e despejou várias perguntas ao mesmo tempo e se engasgando com todas elas-.

_Eu..não acredito que tudo isso aconteceu... -disse ao perceber sua preocupação e por perceber que o acidente foi muito mais intenso do que eu imaginava-. Cadê minha mãe e meu pai? Luan... me perdoa.

_Fica calma, você ta bem... -ele me olhava com os olhinhos brilhando-.

_Luan... -eu não queria aparentar fraqueza na sua frente, mas a situação estava tão complicada que eu deixei de me importar com o que ele estivesse pensando sobre mim...sobre minha falha-.

_Eu te amo tanto, eu senti tanto sua falta... -ele chorava tão desesperadamente, que eu não sabia como agir...-.

_Porque eu não posso levantar para te abraçar? -Disse segurando em seu rosto para que ele não pudesse desviar o olhar do meu-.

_Mas você pode... eu estava com tanta saudade.

_Minhas pernas... -coloquei as mão sobre elas- eu não estou sentindo-as.

Ele ficou tão perplexo quanto eu.

_Luan?

_Calma Sophia, são os remédios...

_Luan... o que aconteceu?

_Você ficou vários dias em como, meu amor... -ele apertou minhas mãos-.

_Dias? -disse quase sem acreditar no que acabara de ouvir-.

_Foram dias terríveis, foram dias da culpa me consumindo... foram dias imaginando o que aconteceria com você, conosco.

_Luan, eu não imaginava tudo isso...

_Calma, você precisa tomar mais remédios.

_Mas Luan, as minhas pernas... minhas pernas! -disse repetidas vezes- eu não estou sentindo-as.

_Olha, você confia em mim? -Disse tão nervoso quanto eu-.

_Confio... -falei após um grande suspiro-.

_Então ó -ele se aproximou o máximo que pôde de mim- suas pernas devem estar dormentes por causa de algum medicamento, eu vim aqui por vários dias e vi eles te dando muitas coisas e dando várias injeções em você... Então ta explicado, ta bom? Vai dar tudo certo.

_Eu queria levantar para te abraçar...

_Luan...Sophia! -A enfermeira me olhou espantada e só assim eu vi que o Luan tinha razão, o acidente foi de grande proporção-. Luan, você deveria ter nos avisado que ela acordou.

_Desculpa, é que ela acabou de acordar...

_Luan, seu horário acabou. Vou chamar os médicos e logo após os pais. Você verá ela apenas amanhã agora.

_Amanhã?

_É Luan, amanhã. Vem...

_Eu volto ta bom? Eu sempre voltarei pra você... -disse ele me dando um beijo e logo após outro na testa- eu te amo.

_Eu te amo muito!

Ele virou as costas e de repente uma sensação de medo se apoderou de mim, parece que ele tinha levado consigo toda minha fé, minha força e minha coragem.
Olhei para um relógio e vi que eram 19:30, esperei que meus pais estivessem no hospital para vim me vir, pois se demorassem muito, só iria conseguir vê-los amanhã. Já que o horário de visitas acaba as 20 horas (Com certeza o regulamento do hospital não tinha mudado desde a primeira vez que eu vim aqui um dia desses).
Quando estava quase pegando no sono, ouço a porta abrir.

_Minha filha... -minha mãe correu para o meu lado largando meu pai sozinho na porta-.

_Mãe... -senti as lágrimas tomarem conta dos meus olhos-.

_Como você está? Eu fiquei tão preocupada.

_Só com o corpo meio dormente...

_Seu médico não virá hoje, só amanhã cedo. Ele está em cirurgia, e amanhã trará seus diagnósticos. -Disse meu pai interrompendo o que minha mãe ia dizer-.

_Entendi... -disse vendo que nada entre nós tinha mudado. Ele continuava sendo o mesmo, apesar de tudo-.

_Você vai ficar melhor querida...

_Eu espero...

Ficamos conversando por volta de 25 minutos, o horário como eu imaginava acabara logo. Eles me prometeram voltar amanhã cedo no primeiro horário. Fiquei feliz por saber que meus pais, tinham largado tudo para estar aqui comigo -bom, eu imaginava isso-.
Fiquei triste por ficar sozinha, precisava da presença de alguém ali comigo. Mas o sono logo veio e eu dormi sem nem fazer esforço como era de costume.
Acordei ás 09:30 e vi que meus pais estavam ali já, fiquei pensando quanto tempos eles ficaram me esperando acordar!

_Bom dia, minha vida! -minha mãe veio me abraçar-.

_Bom dia mãe! -sorri para ela- bom dia pai. -disse infelizmente secamente-.

_Bom dia... como você está?

_Tô melhorando, e o senhor?

_Não muito bem, pra falar a verdade. Já comecei o dia empacado.

_Otávio... -minha mãe nos interrompeu-.

_O que aconteceu?

_Ah, o cantorzinho está lá fora. Acredita que ele queria entrar primeiro que a gente? Até parece!

_Porque não entraram juntos?

_Porque somos seus pais e ele não é nada seu.

_Otávio, não! -Minha mãe o repreendeu-.

_Ele é meu namorado, queria você ou não. Aceitando ou não. Passei da fase em que você permitia meus namoros.

_Você depende de mim. Queria você ou não, aceitando ou não. -Ele me imitou na última frase-.

_Tudo bem, vou dar minha cara a tapa, não vou mais depender de você. Ou você aceita esse namoro, ou você não vai me ver dentro da sua casa.

_Vai sobreviver de vento? Vai pagar a faculdade como? Vai sustentar seu hipismo até quando? A água vai bater e você vai voltar...

_Tenho dinheiro que dá para eu voltar para casa das minhas primas, lá eu tenho certeza que não vão dizer que eu dependo deles.

_Sophia, não precisa de tudo isso... -minha mãe falou-.

_Cansei de viver assim, ou vocês aceitam o Luan ou eu pego minhas coisas e vocês só vão ficar sabendo que eu estou bem, pois nem para onde eu vou eu quero que vocês fiquem sabendo.

_Isso tudo é por causa dele? Vale mesmo a pena? Aonde já se viu, você mal o conhece. Ta pensando o que da vida? Bateu a cabeça forte demais, por isso ta com isso na cabeça? Você vai ser sempre dependente de mim, ou você aceita as minhas condições ou você pode morar do outro lado do planeta.

_No outro lado do planeta deve ser melhor que isso aqui, nesse inferno! Cansei de ser humilhada todos os dias, cansei de você fazer de mim o que você quiser. Você não quer uma filha, você quer mais alguém em quem possa mandar. Você está tão acostumado a mandar no seu trabalho, que quer fazer isso comigo também. Eu já tolerei demais, eu passei dos meus limites! -Gritei com ele-.

_Você é a pessoa mais ingrata desse mundo, você deveria ter aprendido já como são as coisas. E esse acidente, tomara que sirva pra você colocar alguma coisa na sua cabeça e tirar esse moleque da cabeça. Porque você é tão irresponsável quanto ele. É culpa de vocês, você estar aqui.

_Culpa dele? -berrei, literalmente- você está se tornando a pior pessoa do mundo pai. Ou melhor, eu nunca quis enxergar como você era. Se eu estou aqui hoje, se tudo isso aconteceu foi por sua culpa. Por esse seu pensamento nojento, por você ter pensamentos de um homem da caverna. Mas eu aposto que até eles, pensam mais que você. Sai desse terno, para de se achar um pouco. Eu não vou mais me submeter á suas gracinhas. Você nunca gostou de mim, e se você sentir um pouco de afeto sobre mim, o menor que seja, me aceita em primeiro lugar e depois aceita o Luan... eu não aguento mais tudo isso, eu não aguento. Cheguei no meu limite. -disse exausta-.

O silêncio predominou.

_Acabou o momento de vocês, desculpem. Temos outra visita. -A enfermeira nos disse ao abrir a porta-.

_É o Luan? -disse falando para enfermeira mais olhando para meu pai-.

_Sim, ele pode entrar?

_Pode sim! Não é mesmo, pai?

_É que... a gente precisa conversar... -disse ele pausadamente-.

_Tem certeza que ele não pode entrar pai?

_Pode sim... -Ouvi aquelas palavras e senti um alivio enorme no peito, não era apenas um ''pode sim'' significava também que o Luan e eu estaríamos bem agora. Estaríamos juntos e felizes sem ninguém e nada para nos atrapalhar.

Meus pais saíram do quarto, e eu logo contei entusiasmada para Luan o que tinha acabado de falar com os meus pais, ele ficou tão feliz quanto eu. Tão contente e radiante que eu não aguentava mais ficar naquele hospital, queria apenas levantar dali e viver intensamente cada minuto da minha vida.

_Bom dia... -o médico disse interrompendo nossa conversa- como está a nossa paciente?

_Morrendo de vontade de escovar o dente pra falar a verdade, mas os remédios estão me fazendo mal, não me deixam levantar...

_Bom, vim falar sobre isso.

_Aqui estão os papeis... Mas espera só um minuto, vou chamar seus pais. -Ele voltou após alguns minutos com eles-. Bom Sophia, não tenho uma notícia muito boa para te dar.

A perplexidade se encontrava tanto em mim, quanto nos meus pais e em Luan.

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Desculpem a demora. Esperamos que gostem e que comentem! 



quarta-feira, 4 de setembro de 2013

ɞ Capítulo Sessenta e Oito ʚ

Parece que Sophia era quem dava cor para o mundo, e vê-la ali...inconsciente parecia que os dias não passavam, que os dias não tinham sentido. Quando estava ao seu lado, tudo o que eu mais desejava era ver o brilho de seus olhos, seu sorriso contagiante e provar da sua vontade de viver. Eu a olhava e não conseguia acreditar que tudo aquilo tinha acontecido, que nossas vidas foram interrompidas de tal forma. Eu fazia planos para nós antes de dormir, e agora tudo o que restava era aquela menina imóvel na cama de um hospital e a vontade de trazê-lá de volta pra mim...
Eu já não conseguia dormir, dia após dias era pesadelos que se fazia presente em minhas noites. Eu não conseguia afastar aqueles pensamentos... Eu não podia fazer nada e isso era o que estava acabando comigo. São nesses momentos que eu tinha certeza que dinheiro não comprava nada, que ele não passava de uma mera ilusão.
Minha relação com Otávio ia de mal a pior, lembro-me que desde o dia que eu o agredi minha relação com a mãe de Sopia também mudara. Parecia que Otávio tinha o poder de estragar tudo aquilo que ele colocava as mãos.

_Eu quero que você se afaste dela Luan, foi por sua causa que tudo isso aconteceu. Eu estava cega, não queria acreditar mas agora com a minha filha assim, consigo ver que você não é o que ela merece.

_Por favor...Eu preciso continuar aqui perto dela...tenta me entender.

_Eu quero que você me prometa, que quando ela acordar você vai se afastar dela. Só prometendo que eu vou permitir que você continue vê-lá.

_Eu...prometo. -Não, eu não prometo. Eu tinha esperanças de que quando Sophia acordasse tudo iria mudar. E que ela conseguiria mudar a opinião deles...E para eu estar ali ao lado dela foi preciso mentir, mesmo contra minha vontade. Mas estar ao lado dela, valeria qualquer esforço-.

Foi então, que desde aquele dia eu entrava e saia do quarto dela sem nenhuma palavra dos pais dela. Eu ficava uns 30 minutos sempre que podia. Eu sentava ao seu lado e segurava sua mão e contava para ela como eram os meus dias, meus show's...era disso que ela gostava de ouvir, e tinha também as fotos que eu mostraria tudo para ela depois. Em certos momentos, eu sentia que a minha menina estava melhorando, que ela me ouvia e que ela iria sair dessa. Eu nunca pensei que um dia eu passaria por algo parecido, e não sabia lidar com aquilo... foi em meus fãs -como sempre- que eu buscava refúgio, era bom receber palavras de conforto de quem nos quer bem... elas me entendia como nunca. Eu nunca iria conseguir entender a relação que nos tínhamos. Era surreal.

_Você poderia estar indo para uma cidade comigo agora, indo acompanhar um dia de rotina meu. -Disse enquanto passava a mão em seu rosto-. Você iria amar ver as meninas te dando carinho. Você nem provou do verdadeiro assedio delas, elas são perfeitas...são tão parecidas com você. -Uma lágrima escapou-. Volta pra mim...-apertei sua mão-.

_O Doutor está a sua espera juntamente com os pais dela em sua sala. Por favor, me acompanhe.-A enfermeira disse entrando no quarto atrapalhando meus pensamentos-.

Não sei se foi fruto da minha imaginação, mas senti firmeza em suas mãos...senti que ela tentava apertar meus dedos...

_Moça...

_O que foi?

_Ela...

_Ela vai ficar bem.Vem...

Eu não sabia explicar o que tinha acabado de acontecer, não sei se foi real ou não...

_Bom dia. -O Dr. me recebeu com aperto de mão- Bom, faz 15 dias que estamos fazendo exames na Sophia. Gostaria que vocês me acompanhassem até o quarto dela para que eu possa dizer quais são os resultados.

_Doutor...eu estava lá agora pouco...-disse pausadamente- eu acho que... é que...ela...

Passamos mais uma vez por aqueles corredores silenciosos que me causavam arrepios, um turbilhão de pensamentos me dominavam e eu não sabia o que estava esperando. Notícias boas ou ruins?.
Enquanto caminhava, sentia minhas pernas amolecerem e minhas mãos encharcadas de suor. Eu tentava imaginar o que os exames diziam, e eu só conseguia imaginar ela bem...

_Entrem... -e mas uma vez, ali estava eu...mal esperava pra sair daquele quarto junto dela- Bom, temos notícias boas para vocês. E outras que preferimos contar quando outros exames forem finalizados. Então, a Sophia é uma garota muito forte e recebeu o tratamento perfeitamente. Dentre os próximos dias já esperamos que ela acorde.

_Ai meu Deus... -Juliana disse-.

_Obrigada meu Deus. -Otávio disse num tom de alívio-.

E eu fui tomado pela surpresa, e aquela notícia me tirou todas as palavras. Tudo dentro de mim estava em festa.

_Como o Luan foi interrompido em seu momento de visita, quero que termine e deixe os pais entrarem aqui tudo bem Luan? -Dr. disse.

_Tá... -foi o que consegui dizer, apenas-.

Quando eles saíram corri para sentar ao lado dela. Para me acalmar e também para ser o primeiro a dizer mesmo que ela não escutasse, que ela estava fora de perigo.
Segurei sua mão e coloquei a cabeça na beirada da cama. Eu não sabia o que fazer, sentia vontade de gritar para os quatro cantos do mundo que tudo estava bem, eu queria gritar...pular. Eu queria tê-lá de volta.
Meus pensamentos começaram a virar borrões e não tinha mais coerência alguma no que pensava. Cochilei ali.

_Luan... -senti um aperto na minha mão-.

Pensei que aquela voz fosse em meus pensamentos...Mas eu quase não acreditei quando abri os olhos e vi seus olhos de encontro ao meu.

_Sophia...Meu Deus. -Dei um salto, e fui beija-lá..-Eu não tô acreditando. Você ta bem? O que você ta sentindo?

_Eu...não acredito que tudo isso aconteceu... -disse ela pausadamente e chorando-. Cadê minha mãe e meu pai? Luan me perdoa...

_Fica calma, você ta bem...

_Luan...

_Eu te amo tanto, eu senti tanto sua falta...-deixei que as lágrimas tomassem conta de mim-.

_Porque eu não posso levantar para te abraçar? -disse ela colocando as mãos em meu rosto-.

_Mas você pode... eu estava com tanta saudade.

_Minhas pernas Luan, eu...não estou sentindo-as.


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Cadê vocês comentando? Da um desânimo pra gente isso... Não queremos leitoras fantasmas. Queremos saber a opinião de vocês! 

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

ɞ Capítulo Sessenta e Sete ʚ

Existem alguns momentos na vida em que a dor parece ser mil vezes maior do que você pode suportar. Mas eu precisava ser forte... Não por mim e sim pela Sophia.
Esse foi meu único pensamento com algum nexo após aquela ligação. A pior que eu já havia recebido; quando o celular tocou atendi rápido, estava preocupado com ela e senti o coração apertar quando uma voz bem diferente falou comigo. Não deram muitos detalhes, mas todo aquele barulho em volta indicava que algo não estava bem. Anotei o nome do hospital em que ela seria levada e lutei pra me manter firme.

_Luan! Luan, fala comigo cara! O que aconteceu? Tô ficando preocupado. -Roberval me chamou.

_A Sophia... Ela sofreu um acidente de carro vindo aqui pra cidade.

_Meu Deus! Como ela tá? Quem te avisou?

_Eu não sei mas parece que foi sério. -Senti um nó na garganta- Deve ter sido alguém do resgate e acho que o último número que ela atendeu foi o meu.

_E os pais dela? Você tem que avisar eles, porque provavelmente não tão sabendo ainda.

_Eu vou pro hospital agora do caminho você liga e avisa eles pra mim. -Falei enquanto pegava uma roupa bem discreta, um óculos e um boné.

_Tá bom. Te encontro lá em baixo em cinco minutos. -Roberval falou antes de fechar a porta.

Peguei minhas coisas e joguei na mala, troquei de roupa e desci para a recepção onde o pessoal estava.

_Nós vamos com você e o Guto vai ficar e resolver algumas coisas.

_Tudo bem Rober. Vamos logo.

O caminho parecia ser infinito, mas depois de tantos minutos chegamos ao hospital. Eram tantas pessoas entrando e saindo preocupadas com outras coisas que a minha presença ali passou totalmente despercebida e eu agradeci por isso.
Pedi informações sobre a Sophi, mas ninguém me falou nada apenas nos deixaram em uma sala de espera. E tudo que eu menos precisava naquele momento era ver o pai da Sophia e como se ele soubesse disso entrou na sala. Fingi que não o tinha visto e continuei com a cabeça baixa apoiada nas minhas mãos.

_O que esse moleque tá fazendo aqui? -Ele falou alto o suficiente pra que eu ouvisse.

Apenas levantei a cabeça e o encarei mas preferi ignorar, não precisava de mais problemas, porém Otávio estava disposto a me provocar.

_Sai daqui, vai embora. A culpa disso tudo é sua. -Ele parou na minha frente e apontou o dedo no meu rosto, ele estava alterado, parecia ter chorado.

_Olha Otávio, eu sei que aqui não é o lugar pra isso então por favor para.

Olhei ao redor para ver se alguém faria alguma coisa para controla-ló mas as pessoas que estavam ali, não estavam preocupados com um escândalo.

_Ta vendo esse cara aqui gente? -Otávio apontou para mim- esse cara é o infeliz que fez tudo isso acontecer. Estão vendo esse ''moleque'' atrás desse óculos escuro? Esse é o cara mais imprestável nessa vida, acha que só porque tem muito dinheiro no banco quer ser melhor que todo mundo e sai por ai iludindo a filha dos outros e no dia seguinte esquece que ela existe.

Senti uma facada em meu peito, como uma pessoa consegue tirar suas próprias conclusões em relação á alguém sem ao menos saber um pouco dela? Eu continuei de cabeça baixa esperando alguém fazer algo, eu não podia... não devia falar nada pra ele. Ele mal sabia das coisas, o que eu sinto por ela e ela por mim... Eu fechava os olhos com toda força que eu possuía e esperava eu acordar desse pesadelo...

_ Se minha filha morrer, a culpa vai ser sua! -ele berrou para que todos ali escutassem-.

_Sabe de uma coisa? -caminhei ao seu encontro, mas duas pessoas o seguravam para que ele se acalmasse e imediatamente senti mãos sobre mim também- Eu jurei por mim e pela Sophia que não iria falar nada e que não deixaria cair na sua conversa. Mas parabéns -tirei o óculos- eu não sei como a Sophia te aguenta, eu não sei como você consegue ter uma família tão bonita sendo uma pessoa tão sem caráter e tão machista e que se acha o dono da verdade e da razão...

_Luan... -Roberval disse na tentativa de me conter-.

_Se alguma coisa acontecer aqui, a culpa não será minha...e sim sua, eu quero que sua consciência pese e que você carregue esse remorso para toda sua vida. Eu tentei de todas as formas falar com você, tentar fazer você entender as coisas...mas a Sophia -uma lágrima escorreu- a Sophia sempre me dizia que iria falar com você, mas ela tinha medo -gritei- medo de você! Quem merece ter um pai dentro de casa e se sentir intimidada? Pelo pouco que eu sei de você...

_Você não sabe nada sobre mim. -Ele gritou-.

_Você é o cara que acha que dinheiro compra as coisas, compra amor, afeto, carinho e atenção. Você disse que eu tenho muito dinheiro no banco, sim eu concordo com você... mas sabe de uma coisa? Eu trocaria todo esse dinheiro, apenas para receber de quem me ama um abraço por dia, um gesto de carinho e atenção, estar com todos que eu amo a todo momento.Você é um cara tão mal vivido que eu com meus vinte e poucos anos sei que nessa vida, dinheiro é apenas ilusão... dinheiro um dia vai embora, mas sabe o que não vai? O amor das pessoas. O amor que você tentava comprar dela, seu dinheiro vai embora...você vai embora e ela vai ficar com as lembranças de um pai tão... pai? Me desculpa, pai pra mim é como o meu...Você não merece ser chamado de pai. Você não é homem, porque homem é quem honra esse papel.

_Eu não quero mais confusão nesse hospital. Ou vocês ficam quietos ou então eu vou ser obrigados a mandar vocês todos para a rua. -Disse o Doutor que chegou-.

_Desculpa... -disse me redimindo.

_Tenho duas notícias! -disse e rapidamente um circulo se fechou ao redor do Doutor-. Uma boa e outra infelizmente ruim...mas esse é o primeiro diagnóstico temos muitos outros a fazer agora, porém não queremos deixar vocês desamparados e sem notícias.

_Fala... -alguém disse e eu não reconheci quem era-.

_Bom, a notícia boa é que a Sophia vai melhorar...só que com o tempo.

_Melhorar do que? -Otávio disse-.

_Sua filha está em coma induzido e não temos previsão de quando ela irá acordar... -o silêncio predominou- mas como eu disse esse é o nosso primeiro disgnóstico. Temos muitos recursos e graças ao avanço tecnológico vamos ter a Sophia de volta. O acidente foi bem feio... -Vi que enquanto ele falava, Otávio se sentou e ficou cabisbaixo-. (...) ela vai ficar bem.

Corri para a primeira cadeira que vi, minhas pernas pareceram que perderam a vida...amoleceram de tal forma que eu pensei que iria cair de joelhos ali mesmo. A minha Sophia... a minha menina, tantos planos fizemos...

_Foi por sua culpa! -Gritou Otávio em meio as lágrimas interrompendo meus pensamentos-.

Tudo aconteceu em questão de segundos, e sem pensar levantei e fui em direção á ele e com toda a raiva e desespero que estava sentindo dei um murro nele que minhas mãos chegaram a doer. A força foi tanta que tirei sangue da sua boca.


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E ai, o que acharam do capítulo? Contem para nós, o que vocês acham que acontecerá nos próximos capítulos? Será que a Sophi terá mais algum problema? 
Beijos, esperamos que gostem e que comentem! 

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

ɞ Capítulo Sessenta e Seis ʚ

Faltava pouco mais de um mês para o Natal. Aquela altura Luan já havia anunciado que estava namorando e não foi nem um pouco fácil. Decidi que iria dar um tempo nas competições já que a faculdade exigia cada vez mais de mim e quando tinha algum tempo livre queria ficar perto de Luan.
O dia amanheceu bonito em Londrina, aquela quinta-feira prometia ser agitada. Teria minha ultima competição, numa cidade vizinha naquele dia, estava treinando bastante e Luan me apoiava em tudo. Era quase meio dia, quando meu celular tocou.

_Bom dia! -Falei risonha.

_Bom dia amor, preparada pro dia de hoje?

_Depende em qual parte, se for a competição tô tranquila, se for pela matéria na revista, nenhum pouco.

_Fica calma, as meninas já sabem que nós estamos juntos e até apoiam. -Luan falava calmo.

_Não é por elas, não mesmo. Suas fãs são incríveis! Mas é pelo meu pai...

_Eu ainda acho que você devia ter contado pra ele, eu ia ai, falava com ele... Talvez ele entendesse! Eu não sou esse monstro todo que ele acha.

_Eu sei, eu sei amor. Mas de qualquer jeito agora já era.

_Tomara que dê tudo certo. -Luan falou.

_Vai dar, eu tenho certeza. Te vejo na competição?

_Com certeza! Vou do hotel direto pra lá, vou torcer muito por você.

_Obrigada! Então até mais tarde.

_Beijo, eu te amo.

_Te amo mais. -Ri e desliguei.

Segundos depois ouvi a porta da sala ser aberta com força, e um barulho maior ainda saiu quando a fecharam.

_Sophia! -Meu pai gritou e pelo seu tom de voz as coisas estavam péssimas.

Desci as escadas e meu pai me encarou.

_O que foi? -Perguntei.

_O que foi? É isso. -Ele jogou a revista no chão perto do meu pé.

 As coisas seriam mil vezes mais complicadas do que nos piores momentos em que eu havia imaginado contar isso ao meu pai.

_Eu e o Luan estamos namorando a algum tempo pai. -Falei num tom de voz ainda calmo.

_Isso me parece obvio! Você não me contou, fiquei sabendo por uma revista! A minha secretária fez questão de comprar e me mostrar, todos os meus funcionários que te conhecem vieram me fazer mil perguntas sobre o Luan Santana. -Ele gritava.

_Mas você não me deu escolha pai! Desde o primeiro momento você resolveu simplesmente odiar o Luan por causa do acidente, você não podia nem sequer ouvir o nome dele aqui e queria que eu chegasse e falasse que eu gosto dele?

_Ah, então agora a culpa disso tudo é minha? -Ele falou irônico.

_Não tem ninguém culpado, aliás não precisa fazer todo esse escândalo.

_É por ele que você está abandonando o hipismo! -Meu pai voltou a gritar- Eu sempre banquei essa sua vidinha de luxo, com cavalos, estudos, viagens, tudo o que você sempre quis mas você simplesmente jogou tudo pro alto por causa de um cantorzinho que deve te trair com qualquer vadia que vê na rua.

_Não fala assim! -Gritei.- Eu amo o Luan, mas não estou abandonando o hipismo, muito menos por causa dele. Só to dando um tempo por causa da faculdade... E ele não me trai, eu sei disso e você também saberia se desse a ele a oportunidade de mostrar quem ele realmente é.

_Termina com ele. Vá morar em outro país, eu te dou a quantia em dinheiro que você quiser. -Meu pai falou.

_Como é que é? Você acha que tem algum dinheiro no mundo que compra os meus sentimentos ou os substitui? Eu posso ir morar na lua que não muda em nada o que eu sinto.

_Você só tem vinte e um anos, não sabe o que é gostar de alguém.

_E você tem quase cinquenta e nunca soube amar pai. Acha que o dinheiro está acima de qualquer coisa, que o dinheiro comprar o amor.

_Mas foi graças ao meu dinheiro que você fez tudo que fez até hoje.

_E foi graças a esse seu dinheiro nojento que eu cresci sem a presença dos meus pais, que eu passei vários aniversários sem vocês, que eu almocei a vida toda praticamente sozinha, que eu passava mal e ai pro hospital com a Ivone e vocês nem ficavam sabendo! -Limpei as lágrimas.

_Quanto drama. -Meu pai falou seco.

_Drama é o que você faz em relação ao meu namoro!

_Você não entende Sophia! Quem você é? E quem você vai ser? Você tem todo um futuro brilhante pela frente, e depois que ficar com esse cara vai ser só mais uma namoradinha de um famoso, só mais uma vadia que ele levou pra cama.

_Eu te odeio! Eu te odeio Otávio! Te odeio com todas as minhas forças. -Gritei e meu pai deu um tampa em meu rosto.

Aquela foi a gota d'água, corri até o meu quarto peguei uma mochila qualquer e coloquei roupas, peguei minha bolsa com meus documentos, a chave do carro, dinheiro e desci.

_Sophia. -Meu pai gritou quando me viu correndo porta a fora.

Peguei o carro e sai em alta velocidade do condomínio, mas assim que cheguei na rua reduzi a velocidade. Meu telefone tocava insistentemente, era Luan. Tentava parar de chorar e respirava fundo tentando me acalmar mas era em vão, olhei meu rosto no retrovisor e ele estava inchado e completamente vermelho, era possível ver as marcas dos dedos do meu pai.
Andei quase oito quilômetros, já estava na saída da cidade e meu telefone continuava chamando. Parei no sinal e atendi.

_Oi Luan. -Falei em meio aos soluços.

_Sophia? Sophia? Por que você tá chorando? Por que você não atendeu? -A voz de Luan era preocupada.

_Meu pai... Eu... Ai foi horrível. -Comecei a chorar.

_Onde você tá Sophi?

_Tô no carro, parada no sinal.

_Sophia você tá muito nervosa pra dirigir.

_Eu sei, vou desligar porque o sinal abriu e já te ligo.

_Tudo bem, eu vivo você.

_Eu te vivo Luan.

O sinal finalmente ficou verde, com a imagem do meu pai na minha cabeça, pisei fundo no acelerador, sem perceber que um caminhão ainda atravessava correndo o cruzamento.
O outro veículo se chocou contra o meu com um estrondo ensurdecedor, espalhando cacos de vidros e lascas de metal por toda parte. A armação da porta, destroçada e retorcida, explodiu para dentro em direção ao meu corpo no mesmo instante em que o air bag foi acionado. Me debati contra o cinto de segurança. a cabeça sendo jogada de um lado para o outro à medida que o carro começava a girar pelo cruzamento. Vou morrer, pensei, mas não consegui reunir fôlego suficiente para produzir qualquer som.
Quando o carro enfim parou, precisei de um instante para entender que ainda estava respirando.
A última coisa que me lembro foi de levar a mão ao meu rosto e depois ver que ela estava suja de sangue. E assim fui perdendo a consciência...

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Oi leitoras! A fic agora vai tomar um rumo diferente... 
Não vou falar muito pra não estragar a "surpresa"
Enfim comentem? seis comentários e postamos o próximo capítulo
☺ ♥

domingo, 11 de agosto de 2013

ɞ Capítulo Sessenta e Cinco ʚ

Sai enfurecido dali, com raiva por saber que a Sophia tinha omitido esses detalhes comigo. Fiquei com dó de Bruna, por não saber disso. Fui a procura de Sophia mais rápido que nunca, a raiva fluía sobre minhas veias, e eu estava louco para saber a explicação.
Avistei ela, e ao lado suas primas dançando.

_Ei..-puxei seu braço-.

_Não acredito -ela se virou surpresa- você está aqui! -Ela se jogou em meus braços, e esqueci da raiva e afaguei seu cabelo-.

_Vem cá...-puxei seu braço e fomos para um canto-.

_Luan, você ta me apertando!

_Desde quando você conhece o Bruno?

_Luan...

_Eu acho que se eu sou seu namorado, esses detalhes tem que ser contados. E a Bruna? você não pensa nela? Se eu estou me sentindo traído, imagina ela? Eu acho que, você não deveria ter escondido isso de mim!

_Luan, para! A Bruna sabe, e não existe nada entre nós! Ele é um amigo...

_Que legal, além de ser traído por você, agora também por ela?

_Luan, você não ta vendo que assim você está estragando meu dia? Para! -ela virou as costas e saiu-.

Seu olhar ao virar as costas, foi devastador. Me senti um completo idiota por esse ciúme. Mas eu estava, ainda estou...não sei que estou sentindo, mas o sentimento de traição invadia meu peito. Eu não era orgulhoso, ainda estava com raiva mas essa raiva não era maior do que meu amor por ela. Fui atrás dela e vi que ela estava sentada cabisbaixa.

_Ei...-levantei seu rosto- me perdoa?

_Eu...-seus olhos estavam vermelhos, ela chorava-.

_Vem cá...-levantei-a e á a abracei- me perdoa por ser um completo idiota, me perdoa por meu ciúme...-sussurrei em seu ouvido, ela olhou em meus olhos e me beijou-.

_Luan, você tem que entender que se eu não contei nada é porque não fazia diferença pra mim, ele pra mim agora é um grande amigo, como sempre foi. E além do que, ele é namorado da Bruna...sua irmã! Você não acha realmente que eu iria trair ela desse jeito e mais ainda, você?

_É que o ciúme me deixou cego...me perdoa, eu não sabia nem o que fazer na hora.

_A Bruna também não tem culpa, ela ficou do mesmo modo que você... -ele arqueou a sobrancelha-. só que menos nervosa, a Bruna é compreensiva ela esperou eu responder.

_Desculpa por te machucar...

_Você ta aqui, agora está tudo bem...

_Minha dama de vermelho linda...-peguei em sua mão, e a rodei-. vim aqui, para comemorar...Te trouxe um presente para a comemoração, mas agora ela também servirá como um pedido de desculpas...-. Tirei do bolso do blazer um embrulho e a entreguei...

_Que linda essa pulseira Luan, obrigada! -ela esticou os braços para que eu pudesse coloca-lá-.

_Não sei se reparou, mas ela tem dezesseis pingentes...E eles significam o dia em que nos conhecemos, o dia em que você entrou na minha vida e fez de mim uma pessoa melhor...

Nos beijamos ali mesmo, sem importar com quem tivesse ou com o que achariam, naquele momento tê-la em meus braços era o mais importante.


Ele estava tão lindo ali, com aquele blazer branco e uma camiseta rosa -eu amava quando ele usava aquela cor, ele ficava mais lindo do que era-. Estar abraçada e sentindo sua respiração leve junto a minha, fez com que o que tinha acabado de acontecer, ficasse para trás. Eu não o culpava por essa explosão, vi que de certa forma eu errei em não contar. Mas Luan era bem compreensivo -apesar de explosivo, as vezes- e me entendeu.
A pulseira que ele acabara de me dar, era linda. Tão perfeita com aqueles pingentes pequenos e fofos delicadinhos, que a tornavam magnificas.

_Ah... -ele parou no meio da dança-. estava esquecendo do principal. -ele deu uma gargalhada gostosa-.

Fomos para um lado do salão que desse para conversarmos bem...

_Bom... -ele pegou meu braço- cada um desses pingentes significam algo que me lembram você, e que eu quero para nós-.

_Ai Luan... -meu coração parecia que tinha mil borboletas e meu coração batia sem rumo-.

_Esse pingente -ele pegou uma estrela- significa o brilho dos seus olhos. Foram eles, que me prenderam a você desde o primeiro dia que te conheci. -ele sorriu, e eu retribui a espera da continuação- Esse número dezesseis é bem óbvio né? -ele sorriu-.

_E esse número cinco?

_Uma vez, você me disse que gostaria de ter cinco filhos, e que queria a casa bem cheia. Bom, eu vou adorar ter três mocinhas com um olhar encantador e um sorriso contagiante feito o seu.

_Porque três meninas? Quero quatro!

_Ta louca? Cinco muié pra eu tomar conta? Três ta ótimo, os meninos vão me ajudar a cuidar de vocês!

_Vai ter tempo, agora termina de falar. Esse cavalinho, é o Argus? indiquei o pingente para ele-.

_Esse cavalinho, é sim o Argus. -Ele sorriu- Argus é o que te acompanha a tempos, te proporcionou momentos bem bacanas e inesquecíveis e bom... ele é uma das suas felicidades, e se você está feliz eu fico 10 vezes mais. -Ele nem esperou a resposta -que eu nem tinha elaborado uma, pra ser sincera e já recomeçou a falar-. Lembra do que eu lhe disse para fazer quando sentisse saudade de mim?

_Claro...

_Então, quando a saudade apertar, olhe para a Lua -ele indicou o pingente- olhe para o mesmo céu que dividimos, e assim tudo se tornará mais fácil de compreender. E esse casal aqui, ta vendo? Esses somos nós dois, agora, amanhã...amanhã mais uma vez, e até o último suspiro meu.

_Você ta enganado. -ele ficou surpreso-. Você e eu, seremos para além dessa vida!

_E esse coração...é o meu.-Ele indicou um pingente perfeito em forma de coração-.  E esse outro pingente em forma de chave, significa que só você tem a chave do meu coração... Esse ''L'' é a inicial do meu nome e esse ''S'' é a inicial do seu. Esse símbolo do infinito, é que eu quero que sejamos o quanto dure o nosso amor, e o simbolo da paz, é a paz que eu desejo para nós dois. Essa clave, tem o significado da inspiração que você me proporciona. Essa flor, é o primeiro presente que eu te dei...lembra?

_Você é incrível...

_Calma, tem mais... Bom, essa casinha é o chalé lá no RS, lá é o lugar que mas me faz pensar em você. Essa coroa, é porque você é a minha princesa!

_Você é perfeito...eu nem sei como agradecer!

_Você é afobada, calma...

_Tem mais? Pelas minhas contas já deram dezesseis pingentes.

_E você sabe o que ela forma?

_O que?

_Para mim, uma aliança.

Ele roubou todas as minhas palavras. Fiquei martelando, pensando no que falar mas sinceramente, Luan me surpreendia demais.
Joguei-me em seus braços, e nos beijamos.

_Te amo. -sussurrei-.

_Eu amo você, mil vezes mais. -Ele disse-.

Nem estava prestando atenção nas músicas, mas os primeiros acordes da música que iniciou fez com que eu puxasse Luan para dançar...

_Você conhece essa música? -falei-.

_Han...conheço, mas não consigo lembrar o nome...

_Just a Kiss...

_A primeira música que ouvimos juntos...

_No carro ainda, não é?

_Sim, e eu sempre a ouço para lembrar de você!

Ele esticou o braço para que eu pudesse rodar, após rodar, voltei para perto dele. Para sentir seu perfume, seu toque, sua respiração... para sentir o amor que ali existia entre nós.


quinta-feira, 8 de agosto de 2013

ɞ Capítulo Sessenta e Quatro ʚ

Sexta-feira chegou, e para a minha surpresa bem rápido, não sei se era por eu ter passado todos os dias ao lado de Luan ou pelo fato do casamento de Amanda ser amanhã e eu estar super ansiosa. Além do que, segunda-feira já começaria tudo de novo, faculdade, hípica... então, apesar de cansativos, eu estava ansiosa para voltar. Para ver meus colegas que eu via apenas lá, e fazer o que eu amava.

_Manda um abraço para eles Sophi. -Minha mãe disse após eu fazer o check-in e indo para o avião rumo ao Rio de Janeiro.

_Pode deixar mãe! -Viagem de negócios, já estava acostumada a ouvir isso-.

_Diga a eles que pedimos desculpas, eles sabem que não podemos ir... não é por falta de vontade, mas o trabalho anda exigindo muito de nós... -meu pai disse.

_Como sempre exigiu, né? -as palavras escaparam de minha boca, e meu pai me deu um olhar de repreensão e ao mesmo tempo significava que ele não queria discutir aquilo... pela milésima vez-.

_Chega lá, e vê se dorme. Você vai chegar tarde, não quero saber que você amanheceu com os olhos vermelhos amanhã...

_Ta bom mãe, ta bom... -senti que meu celular vibrou no bolso da calça, olhei para ver quem era e involuntariamente surgiu um sorriso em meus lábios.
''Queria poder ir me despedir de você, te abraçar e principalmente estar ao seu lado. Nos vemos segunda-feira, se Deus quiser...já estou com saudades, te amo''.
Luan deixava meu coração descompensado com apenas duas frases.

Despedi de meus pais mais uma vez, e fui para o avião. Uma hora e 20 minutos estava na cidade maravilhosa, estava na minha terra. Fui recebida pelas melhores primas e amigas do mundo, claro a Amanda não estava, por motivos óbvios. Pegamos um táxi, e fomos para a casa do tio Roberto, a casa estava cheia de parentes, aquele clima de descontração e felicidade era contagiante e contrariando minha mãe fui dormir tarde e rezei para o dia seguinte até o anoitecer meus olhos não ficassem acabados.
No dia seguinte, a euforia e a ansiedade era tanta que levantamos cedo. Amanda, já estava no pique faz tempo, conversei com ela pelo telefone e pude perceber seu nervosismo.

_Te vejo no altar...-disse á ela.

_Eu também vou te ver, madrinha linda! -ela riu e após desligamos os telefones.

Fomos todas as mulheres da casa no mesmo salão, fazer tudo o que tínhamos direito. Maquiagem, escova, manicure e pedicure.
Terminamos de nos arrumar, e as meninas estavam deslumbrantes. Não é porque é minha família não, mas Deus foi generoso ein? Estavam linda de dar inveja.
Me olhei no espelho, e modesta a parte eu estava bem elegante com meu vestido vermelho, adorei tanto as rendas que tive que pedir para algumas das meninas tirar uma foto dele para guardar e por no meu diário que eu costumava escrever.


_Ta tudo tão perfeito...-disse no carro e antes de me encontrar com Bruno-.

_Está mesmo, quero meu casamento como esse. A Amanda caprichou. -Isadora falou-.

_Ta chegando, daqui a pouco é você a entrar -Nicole disse e parecia bem nervosa-.

_O Bruno ta ali fora já? -falei preocupada.

_Está sim, e com a namorada dele... -Nic disse.

_Ela é linda né? -falei-.

_Bem linda mesmo. -Concordarão.

_Será que ela não vai ficar com ciúminho de ver vocês dois no altar?. -Isadora disse rindo.

_Ela sabe que meus sentimentos por Bruno estão bem resolvidos.

_E você só tem olhos para o Luan...-Nicole acrescentou-.

_Só falta ele para isso aqui ficar mais perfeito...-falei com um certo aperto no coração-.

_Vamos entrar, boa sorte! -Elas disseram-.

_Obrigada! -sorri e também desci do carro-.

Ali fora, não tinha mais nenhum convidado. Somente os padrinhos, os pais dos noivos e o noivo.

_Você ta linda. -Bruno colocou o braço para trás para que eu pudesse colocar meu braço nele...-.

_Obrigada. -sorri-.

A moça deu um sinal para nós, e de repente vi a igreja toda nos olhando e senti minhas bochechas corando. A decoração estava maravilhosa, nunca tinha ido em um casamento tão lindo e perfeito... parecia aqueles casamentos de filmes de hollywood. Enquanto caminhávamos rumo ao altar, reconheci algumas pessoas que não via a anos, vi também aquelas que só tinha visto a última vez antes de eu ir para Londrina e vi os sorrisos -enormes por sinal- das minhas primas. Meu olhar passou por Bruna, e vi que o seu olhar em nós não era de desaprovação ou ciúme era de uma pessoa que estava feliz ao estar ali presente em ver a concretização de um amor. Logo após entraram a Juliana -mãe de Amanda- e o pai de Pedro, e depois Pedro com sua mãe.
Depois dos exatos 15 minutos, olhei para o fundo da igreja e vi um sorriso estonteante, um olhar que brilhava... um vestido branco dos sonhos e alguém que visivelmente estava transbordando felicidade.
Amanda estava linda, muito mais que eu pensei... Todos olharão boquiaberto, principalmente Pedro, que enquanto ela caminhava a seu encontro, uma lágrima desceu de seus olhos, a noiva viu e gesticulou com a boca ''tô chegando, me espera''. Pronto, aquilo fez com que eu chorasse...Eu era emotiva demais, e em casamentos triplicava.
Roberto entregou Amanda no altar para ele e ele a recebeu com um beijo na mão.
O Casamento prosseguiu conforme o esperado, e sem nenhum imprevisto. Tudo foi lindo e maravilhoso, e eu passei a cerimônia toda quase chorando. Bruno me olhava com um olhar desesperador, mas eu me contive é claro, para não rir.
Após o casamento, todos foram cumprimentar e desejar felicidades ao noivos -que por sinal, ficavam lindos juntos-.
Fomos todos para a festa. Meu Deus, quem foi que fez aquela decoração? Estava tão lindo quanto a igreja. Com toda a certeza do mundo, Amanda estava orgulhosa.


Estava no Rio de Janeiro, e sem nenhum compromisso. Tinha acabado de chegar de um show, e estava bem de madrugada...nesse momento, a festa do casamento estava ainda rolando.
Levantei, peguei o celular e pensei em ligar para a Sophia para perguntar se poderia ir até ela.
Não, pensei... voltei a me jogar na cama.
Eu precisava ver ela hoje, e esse seria o momento. Hoje era dia dezesseis, e esse dia era importante eu não saberia se iria vê-la atarde, o que era improvável.

_Bruna, me passa o endereço de onde é a festa? Ta bom, aham anoitei. Não, não conta nada pra Sophi...Tudo bem, tchau.

Falei para o Roberval chamar o motorista da van, e foi ele quem me levou para a festa. Cheguei lá, e vi as luzes, aquilo ainda estava bem animado...
Cheguei, entrei na portaria e fui barrado. Como assim? Eu ri por dentro.

_Eu sou o Luan Santana, sou amigo dos noivos.... e como estava fazendo show, só deu pra chegar agora...

_Tudo bem, desculpa. -O segurança disse sem graça- pode entrar. -Como sempre agradeço, hoje também agradeci por ser famoso e saber que o tal do ''Luan Santana'' tem sim, prioridades. E sim é bom, claro-.

Entrei no salão e vi que não tinha tanta gente, mas tinha um pouco. Ainda estava movimentado. Parei o primeiro rapaz que vi. Perguntei a ele se ele sabia onde a Sophia estava, e enquanto ele respondia vi que a câmera que estava em sua mão, mostrava uma foto da Sophia e de Bruno no altar. Desde quando eles se conheciam a tal ponto de chegarem a ser padrinhos de casamento?

_O que essa moça é desse rapaz? -disse como se não quisesse nada-.

_Hoje em dia eu não sei, mas antigamente eles eram namorados.

_Ah, obrigado. -Eu explodi por dentro-.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

ɞ Capítulo Sessenta e Três ʚ

Os dias se passaram lentamente, com momentos bons e ruins. Ruim somente por nunca ter me acostumado com a ausência de Luan e bom por saber que daqui há alguns dias eu estaria perto dele, no aconchego de seus braços, o lugar que se tornou minha morada preferida. Todas as noites eu peço que Deus me ajude a entender e aceitar as coisas que eu não posso mudar. Como, por exemplo, essa saudade absurda que eu sinto dele, e essa vontade incontrolável de correr os milhares de quilômetros que nos separam apenas para dizer um ''eu te amo'' olhando em seus olhos.
Mesmo com sua ausência, eu procurava sempre me manter ocupada para que a saudade desse um tempo, e parasse de me perturbar. Porém era em vão.
O Casamento de Amanda estava chegando e como eu seria madrinha, estava cada vez mais preocupada em busca de um vestido a altura. Eu era complicada demais para roupas em ocasiões especiais, e nesse casamento eu estava literalmente me descabelando.

_Entra... -disse abrindo a porta para a Bruna-.

_Me desculpa estar aqui na sua casa a essa hora. -disse ela abrindo um sorriso enorme-.

_Esse seu sorriso... me conte, o que está preparando?

_Bom, amanhã quero você em casa para almoçar com a gente.

_Tudo bem, aceito o convite. Mas qual o motivo desse almoço senhorita?

_É surpresa pra você, só a Mamusca sabe. Então, quero te ver lá linda e maravilhosa, ok? -ela disse entusiasmada.

_Tudo bem, estarei lá sem falta.

Acordei logo cedo e olhei logo para o celular para ver se tinha alguma mensagem de Luan, mas não tinha nenhuma. Pelo que eu o conheço, ele não mandou só pelo fato de não querer me acordar. Já era para ele estar em casa, mas com essa rotina de imprevisto, só Deus sabia o momento que ele voltaria para casa.
Levantei e fui para o guarda-roupa arrumar algo para ir no almoço que Bruna me convidara, estava ansiosa e curiosa ao mesmo tempo, tentei persuadi-lá a me contar porém era em vão.
Tomei um bom banho e fui vestir a roupa que tinha escolhido -uma regata vermelha, uma saia branca e um cinto fino por cima e uma sapatilha dourada-. Fiz alguns cachos em meus cabelos e como era um almoço passei apenas pó, um bom rímel e um batom. Coloquei o restante dos acessórios e fui para a casa de Bruna.
Toquei a campainha e fui recebi por um sorriso maravilhoso, um sorriso que fazia com que meu mundo todo ficasse perfeito. Joguei-me em seus braços e nos beijamos ali mesmo, nem se quer nos importamos com as pessoas que estavam ali nos observando.

_Eu estava com tanta saudades de você... -disse abraçando-o mais uma vez-.

_Você não faz ideia do quanto eu preciso de você, todos os meus dias ao meu lado.

_Luan, vai deixar a menina na porta? -Marizete falou.

Entrei e cumprimentei a todos.

_E então, posso saber o motivo desse almoço? -disse após dar um abraço em Bruna.

_Calma, o motivo já chega.

Fiquei sentada no sofá junto com o restante da família a espera de algo, ou alguém. A maior parte do tempo, falava com Luan. Ele me contava todos os detalhes, todos os momentos e me contava algumas das surpresas que estava fazendo para nós, seus fãs.
A campainha tocou, todos nós levantamos e a Bruna foi correndo abrir a porta.

_Pronto,chegou quem faltava. -Disse ela envolvida nos braços do...Bruno?

_Oi gente... -seu olhar parou em mim, e sorriu alegremente-.

_Gente, esse é o Bruno... meu namorado!

_Não acredito! -Falei demostrando todo meu aprovamento e felicidade ao saber desse namoro-.

_Ô Cara, cuida da minha irmã viu? Se não fizer isso, eu ranco todos os seus ossos -Luan disse e todos nós rimos-. É verdade, fica rindo ai...

_Vou fazê-la muito feliz, assim como ela tem proporcionado a mim momentos que jamais esquecerei. -Bruno disse olhando especialmente para Marizete e Amarildo.

_Obrigada por fazê-la feliz! -Marizete deu um abraço acolhedor nele.

_Faça ela feliz, ela merece mais do nunca. -Amarildo disse cumprimentando-o.

Depois daquela breve apresentação e felicitações, fomos almoçar. A todo momento, a conversa que embalava nosso almoço, era uma daquelas que a barriga chegava doer. Marizete e Amarildo contava para mim e Bruno história da infância de Luan e Bruna, e claro enquanto ríamos eles ficaram constrangidos.
Aproveitei a oportunidade que Marizete chamou Bruno e Luan para ajudá-los fui conversar com Bruna que estava na beira da piscina.

_Fiquei muito feliz ao saber desse namoro. -disse enquanto sentava na espreguiçadeira-. Bruno é um rapaz ótimo, tenho certeza que vocês serão muito felizes.

_Desde quando você o conhece?

_É...desde a infância...já namoramos antes... -disse com receio.

_O que? -ela disse alto demais-.

_Pensei que soubesse...eu já tinha comentado dele antes.

_Mas não desse Bruno exatamente! -vi que ela disse isso com certa dúvida, ou até mesmo raiva-.

Luan e Bruno saíram exatamente nesse momento na porta, e vi que pararam para conversar.

_Sabe Bruna, eu tenho certeza dos meus sentimentos pelo Bruno. Nosso namoro já passou, e o que restou desse sentimento, foi a amizade que apesar de tudo, sempre existiu. Bruno é uma pessoa maravilhosa -disse tirando a franja do rosto e levantando a cabeça e olhando para Luan- Mas escrevi uma nova história para mim, e nela aparece seu irmão, que é uma pessoa que me completa...ou melhor dizendo, me transborda. Tudo que eu tenho e que me falta, o Luan vem completa e acrescenta. Hoje, ele se tornou meu tudo. A pessoa que faz com que eu acorde todos os dias, e faz meus dias valerem a pena...

_Me desculpa... -ela me abraçou- obrigada por além de tudo, ser uma boa amiga e ser a pessoa que faz meu irmão feliz.

Passamos o dia todo juntos, os três casais. Aquele momento estava tão perfeito e completo, que a única coisa que faltava era minhas primas e meus pais. Se eu os tenho junto a mim, tudo estava completo.


_Ei, até amanhã. -ele disse baixinho- eu te amo. -Nos beijamos ali mesmo na porta de casa com o risco dos meus pais verem-.

_Vem cá... -coloquei o dedo em sua boca, para que ele não perguntasse nada, puxei sua camiseta e subimos a escada para rumo ao meu quarto -morrendo de medo que meus pais acordassem-. Luan me olhava com a cara de um menino que estava fazendo arte, de certa forma, estávamos mesmo fazendo-.

_Ta doida? E se seus pais acordarem? -ele falou quando eu estava abrindo a porta do meu quarto, nesse momento agradeci pelo quarto dos meus pais serem bem longe do meu-.
Com uma de suas mãos ele segurou meu queixo e com a outra ajeitou uma mecha de cabelo que teimava em desarrumar o coque mal feito que improvisei, depois deslizou o polegar em minhas maças.Segurei firme na gola de sua camisa, fechando os olhos em seguida. Foi quando senti seus lábios tocando os meus e o corpo inteiro responder. Parecia que cada mínima parte de mim o reconhecia e, além disso, desejava aquele momento mais do que qualquer outra coisa. Joguei minhas mãos em seu pescoço e as suas percorriam minha nuca. Aquele, com certeza, foi o beijo mais apaixonado que já dei em toda minha vida e eu sentia o mesmo com relação a ele. Seu toque delicado, seu carinho, seu jeito de me tratar.
 Ele me olhou com doçura. E me abraçou. E eu fechei os olhos, porque só queria sentir os seus abraços. E então me deu um beijo na testa e sussurrou para que ninguém mais ouvisse: ''Eu te amo''.