ɞ Capítulo Vinte e Nove ʚ

Mas de repente, Luan foi sumindo e soltando a minha mão... Então eu acordei! Abri os olhos e o vi ao meu lado dormindo, fiquei me perguntando até onde era real e em qual momento havia se tornado sonho e eu não havia percebido.
Confesso que fiquei o observando por longos minutos, mas não quis arriscar, preferir ir embora e achar um jeito de entrar na minha casa. Levantei e fui pegar as minhas coisas que eu havia deixado em um canto daquele quarto só não me lembrava de onde exatamente, até que fiz barulho e Luan acordou.

_Desculpa ter te acordado! Já tô indo embora. -Falei quando vi que ele estava olhando pra mim.

_Não tem problema, já são quantas horas?

_Mais de onze da manhã. -Peguei minhas sandálias.

_Nossa. -Ele levantou.

_Eu durmi muito rápido ontem? -Perguntei.

_Quando eu saí do banho você ainda tava acordada mas não demorou nem cinco minutos pra dormir.

_Ah! -Ri- Sonhei com você essa noite. -Falei pra saber qual seria sua reação.

_Sonhou com o que?

_Não me lembro direito. -Menti- Luan, eu vou embora acho que a Maria ainda tá lá em casa então eu tenho que correr.

_Tudo bem,  eu te levo até a porta.

Concordei e ele vestiu uma blusa, descemos as escadas sem trocar uma palavra sequer. Assim que chegamos na sala, todo mundo estava lá e nos encararam com os olhos arregalados, o pior de tudo foi a cara de espanto da sua mãe pra nós dois.

_Bom dia! -Falei pra todos e eles responderam.

_Sophia você dormiu aqui? -Marizete perguntou.

_Sim... por insistência do Luan.. -Disse tremendo por dentro.

_Pensei que tinha dito pra você que ela ia dormir aqui, mãe. -Luan interrompeu.

_Não, você deve ter chegado tarde, nem ouvi a hora que você chegou. -ela disse, enquanto os outros nos olhavam.

_Mãe, depois a gente conversa, a Sophia precisa ir, e eu vou acompanha-lá. -Percebi que Luan ficou constrangido, em dar explicações na frente de todo mundo.

_Me desculpa qualquer coisa dona Marizete -falei, olhando pra ela- tchau gente -olhei para o restante da pessoas que me olhavam sem dizer nada.

_Que isso querida, venha aqui qualquer dia pra conversarmos. -ela me abraçou.

Enquanto caminhávamos pra casa, Luan olhava pra baixo e sorria.

_Que foi? -falei.

_Ah, não é nada..

_Você está sorrindo demais...

_A expressão da minha mãe não sai da cabeça, tadinha..

_Você devia ter falado que não aconteceu nada. -falei constrangida.

_Fica tranquila, chegando em casa eu conto pra ela, ela acredita em mim.

_Tomara que eles não fiquem com má impressão de mim.

_Fica tranquila, já falei.

_Pronto. -apontou para casa- está entregue.

_ Muito obrigada. -cheguei perto da porta e ouvi barulhos lá dentro-. Quer entrar?

_ Não, ta tudo bem. Tenho que ir, depois nós falamos ok? -ele se aproximou, me abraçando e dando um  beijo em meu rosto.

Fiquei olhando ele ir para casa, a cada vez que ele tocava em mim, meu corpo estremecia, eu sentia meu coração congelar, sentia que de algum modo ele me completara.
Ao entrar em casa, dei de cara com os meus pais, -pra minha enorme surpresa- eles estavam sentados no sofá com expressões sérias demais, e eu sem entender porque fiquei com medo. Tentei passar reto e ir pro meu quarto, mas os olhares de acusação me impediram de fazer isso.

_O que foi? -Me aproximei deles.

_Você tem algo para nos contar? -Meu pai falou.

_Não que eu saiba. -Arqueei as sobrancelhas.

_ Onde você estava até agora? -ele disse com tom autoritário.

_ Pai, vou tomar banho e depois conversamos.

_ De modo algum, vamos conversar agora.

_ Ótavio.. -minha mãe disse tentando acalma-ló.

_ O que está acontecendo? Não estou entendendo nada!

_ O que você estava fazendo na casa desse irresponsável ? -ele se levantou do sofá.

_ Não começa, por favor.

_ O que você ta pensando? Eu quero você longe dele.

_ Você não manda em mim, eu já tenho mais 18 anos, eu cuido da minha vida.

_É maior de idade, mas mora dentro da minha casa.
_ Quer que eu saia? Eu saio se quiser!

_ Eu quero que você me explique o que estava fazendo na casa desse moleque!

_ Ótavio, deixa a menina. -minha mãe colocou as mãos sobre o ombro dele.

_ Pai, ele é um amigo. Só isso! É difícil de entender?

_ Que seja só isso, só isso.

_ E porque essa implicância com ele?

_ Você se esqueceu do que ele fez com você?

_ Foi um acidente, você sabe disso. Quer saber? Deixa você achar o que quiser, você gostando ou não, ele vai continuar sendo meu amigo, você faz tantas coisas que eu não gosto e que já cansei de reclamar, mas nem por isso você deixou de fazê-las, ou mudou.

_ Sophia! -minha mãe disse alto.

_ Eu tô cansada de reclamar, de você pai. Não é mais nem da minha mãe, ela ao contrário de você está querendo meu bem, está melhorando, como prometeu. Mas e você? Você a cada dia que passa, deixa de ser pai pra mim. Você só me critica e briga comigo quando está em casa, só isso.

_ Vai pro seu quarto agora! -ele disse furioso.

_ Queria que você me compreendesse e me apoiasse, queria ter você ao meu lado. Entendo os motivos da sua ausência, prometi a mim mesma que nunca mais iria pedir pra você passar mais tempo ao meu lado, porque será em vão. Mas pai, pensa no que você está fazendo.. eu amo você demais, mais eu não vou aceitar mais o que você faz comigo, se for preciso...tiro você da minha vida!

Entrei em meu quarto e me joguei na cama, estava desnorteada, sabia que essa última conversa teria consequências, eu não estava suportando mais o rumo que tudo isso estava tomando, se eu tivesse minhas primas ao meu lado, seria mais fácil de suportar, mas eu não as tinha mais, e aqui eu não tinha em muita gente em quem confiar, então eu me sentia muito sufocada.
Tomei um banho e dormi, não tinha a intenção de sair daquele quarto tão cedo.

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Oooi! Postei esse agora e se tiver 6 comentários posto mais um hoje ainda, prometo! E não rolou beijo! A Sophia estava sonhando haha mas não nos matem ok?? kkkk o beijo vem antes do q vcs imaginam...