terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

ɞ Capítulo Vinte ʚ

Aquele momento conseguiu ser mais constrangedor do que os outros, talvez pela proximidade em que ficamos. Me virei pra frente segundos depois, e ele logo em seguida fez Argus andar novamente.

_Você é... -Luan tentava perguntar alguma coisa depois de longos minutos de silêncio.

_Sim eu sou sua fã. -Sorri ao falar aquilo- Mas não do tipo que sabe até seu tipo sanguíneo, ou que tem fã-clube, e todas essas coisas... Mas eu admiro suas atitudes, te acho uma pessoa incrível, e suas músicas são perfeitas. Ah e eu também sei o dia do seu aniversário.

_Você é tão... Diferente! -Queria ter visto sua expressão pra saber se aquilo era bom ou ruim.

Luan não falou mais nada, pouco depois paramos em baixo de uma enorme árvore que tinha ali e ele desceu do cavalo,  me ajudando a fazer o mesmo.

_Posso te pedir uma coisa? -Falei parando em frente a ele.

_Claro.

Na verdade não era um pedido, abracei Luan com força por todas as tentativas em vão e pela necessidade que tive por aquele abraço ao longo do tempo.

_Esperei demais por isso. -Falei depois de soltá-lo.

_Você podia ter falado isso antes. -Luan riu.

_E você me achar uma louca que pulou na frente do seu carro só pra chamar sua atenção? Não.

_Eu não tinha pensado nisso. -Ele deu uma risada.- Mas me explica direito essa história de doar o dinheiro que você ganha.

_Tá vamos sentar ali.

Apontei pra árvore e sentamos no chão mesmo.

_Então, quando eu era menor de idade eu não podia mexer no dinheiro sem a autorização dos meus pais, eu nunca precisei desse dinheiro e eu não sabia o que fazer pensei em várias coisas mas nada em benefício de ninguém a não ser o meu e a Ivone sempre me ensinou a dividir, a doar, mas eu não pensei nisso. E no final de 2010 eu li uma matéria falando que você doava o dinheiro das vendas dos seus cd's e dvd's e então eu resolvi doar meu dinheiro das competições.

_Quem é Ivone? -Luan perguntou arqueando uma sobrancelha.

_Minha segunda mãe. -Sorri ao lembrar dela.- Ela cuidou de mim quando eu era criança, e ficou trabalhando com a gente até meu pai revelar que nós íamos mudar.

_Você não queria vim né?

_Pra falar a verdade não... Minha vida toda ficou no Rio, a faculdade, as meninas, a Ivone...

_Mas pensa pelo lado bom, se você não tivesse vindo você não teria me conhecido. -Ele mesmo não aguentou e começou a rir e eu o acompanhei.

_É, tem razão. -Falei recuperando o folego. Teve uma vez que eu quase te abracei.

_Sério? Quando?

_No seu cruzeiro.

_Você foi? Não acredito.

_Nós fomos! Eu, Isadora, Amanda e Nicole. São minhas primas, mas somos como irmãs.

_Mas o que aconteceu que o abraço só ficou no quase?

_Os seguranças te tiraram de lá... Mas depois eu te vi, de longe! Eu te gritei e você acenou. -Ri lembrando do momento.

_Nossa... -Ele deu aquele sorriso torto, que era simplesmente perfeito.

_No cruzeiro nós conhecemos o Pedro e a Marina, o Pedro namora a Amanda até hoje.

_Que massa isso cara! Nunca imaginei que alguma coisa assim pudesse ter acontecido.

_É...

Quando ia continuar o assunto, Milena apareceu ao longe e assobiou, acenando com a mão pra que nós dois voltássemos.

_Vamos? -Luan se levantou e estendeu a mão.

_Vamos. -Segurei sua mão e ele me puxou.- Dessa vez eu vou subir primeiro.

Caminhei até Argus e tirei a corda de um pequeno galho e subi.

_Tchau. -Ri e olhei pra Luan que estava parado ali perto.

_Sophia, não faz isso. -Ele entendeu o que eu iria fazer.

Apenas fiz Argus correr e deixei Luan pra atrás gritando meu nome e falando que eu iria cair, pouco mais a frente parei e vi Luan correndo em nossa direção.

_Sophia! Espera, é longe!

Eu não conseguia nem responder, só sabia rir das caretas que ele fazia enquanto corria. Joguei um beijo no ar e ele balançava as mãos como se não quisesse o beijo, aquilo deveria ser filmado pra todos verem.
Saí correndo com Argus novamente, aquela pra mim era a melhor sensação que existia, era irresponsabilidade minha estar ali com o braço quebrado porque podia me machucar mais ainda, mas não me importei nem um pouco com isso.

_Me chamou Milena? -Falei parando com Argus ao seu lado.

_Bom, eu já vou embora. Me passa seu email que eu vou te mandar tudo sobre a competição e também sobre o projeto que te falei.

Falei meu email e ela anotou rapidamente.

_Seu amigo foi embora?

_Não, tá vindo ai. Vou ver se ainda tenho prática nisso.

_Sophia, cuidado. -Milena falou, observando pra onde eu olhava.

Não respondi, apenas fiz Argus entrar na hipica e comecei a andar, não fiz muita coisa por medo, mas pulei bastante obstáculos.

_Você é muito boa nisso. -Luan falou enquanto levava Argus de volta.

_Ah, brigado!

_Mas eu não esqueci o que você fez, vai ter troco.

Despedimos de Milena e voltamos pro condomínio, Luan me deixou em frente a minha casa e foi embora.
Resolvi ligar para Gabriel, tinha sido muito grossa com ele mas ele não me atendeu.
Subi pro meu quarto, tomei um banho e me joguei na cama, só acordei com minha mãe me chamando.

_Sophia, nós trouxemos pizza, vem comer!

_An? -Esfreguei os olhos e vi que ainda era oito da noite.

Desci com minha mãe e fomos até a cozinha onde meu pai abria uma garrafa de vinho, fiquei extremamente feliz de vê-los ali.

_Trouxe pizza à moda, sua preferida. -Meu pai falou.

_Que bom que vocês vão ficar em casa essa noite.

_Estou tentando cumprir o prometido.

_Como foi seu dia hoje? -Minha mãe perguntou passando uma taça de vinho a mim.

_Foi ótimo! Almocei na casa do Luan e depois nós fomos a hípica.

_O que? -Meu pai perguntou.

_Não começa Otávio. -Minha mãe o repreendeu.

_Estou falando da taça de vinho na mão dela Cristina.

_Ela não é criança, sabe muito bem se deve ou não tomar o vinho.

Fiquei olhando os dois naquela pequena discurssão sobre mim, mas a verdade era que meu pai não havia gostado nem um pouco de saber que eu havia almoçado com a família de Luan e depois ido pra hipíca com ele.

_Tudo bem, vamos comer a pizza? -Ri dos dois.

Conversamos durante muito tempo mas o cansaço me venceu. Dormi a noite toda e só acordei no sábado bem cedo porque meu celular tocava insistentemente.

_Alô? -Falei com a voz rouca e sem nem olhar quem era.

_Bom dia! Desculpa te acordar mas passo ai em vinte minutos pra te pegar.

Dei um pulo e sentei na cama quando reconheci a voz de Luan.

_Como assim? Onde nós vamos?

_Vinte minutos! Tchau Sophia!

______________________________________________________________

Comentem?? Haha beijos e até qualquer hora!

Nenhum comentário: