Era final de 2012. O dia amanheceu chuvoso, mas mesmo assim resolvi ir pra hípica. Me surpreendia o quanto aquele lugar me fazia bem -mesmo depois de terminar com Bruno seis meses atrás ali mesmo, somente meu cavalo ouviu nossa terrível discurssão-. Não pude montar Argus, então ajudei Frederico a alimentar os outros cavalos, depois trocamos a água e demos comida pra todos eles. Já não tinha mais o que fazer ali, mas não queria voltar pra casa e ficar lá praticamente sozinha, nem mesmo Ivone estava lá, tinha saído de férias. Escovei Argus repetidas vezes, só parei quando meu celular tocou, era meu pai.
Antes de atender fiquei imaginando o que ele queria comigo, não era comum receber ligações dele sem ter acontecido alguma coisa no mínimo grave, depois de muito tocar, atendi o telefone.
_Oi pai, aconteceu alguma coisa? -Perguntei de imediato.
_Oi Sophia, não aconteceu nada. -Ele riu- Eu e sua mãe vamos almoçar em casa hoje.
_É sério?
_É sim, e não devemos demorar muito pra chegar, você está em casa?
_Não, mas já vou embora. Te vejo em casa.
_Até daqui a pouco.
Desliguei e fiquei parada ao lado de Argus, minha intuição, meu sexto sentido ou qualquer coisa me diziam que esse almoço não era sem algum motivo. Meus pais raramente almoçavam em casa e quando o faziam era porque precisariam de mim pra alguma coisa.
Se Ivone estivesse ali falaria que eu estava exagerando, riria de mim e me pediria pra não ter um infarto precoce por causa de um simples almoço com meus pais.
Mas eu sabia que aquilo não era atoa...
Sai da hipica, peguei meu carro e fui embora. Passei em uma padaria e comprei uma torta de morango pra sobremesa, mesmo achando que aquilo não era sem nenhuma razão maior. Pouco depois cheguei no prédio, peguei o elevador e fui pro apartamento.
Cumprimentei Antônia que estava colocando algumas coisas no lugar, coloquei a torta na geladeira e subi pro meu quarto, tomei um banho e coloquei um vestido solto, fui até a piscina e fiquei da sacada olhando o movimento lá em baixo. Cerca de dez minutos depois meus pais chegaram.
_Sophi! -Ouvi minha mãe chamar.
_Tô descendo. -Respondi.
Passei no meu quarto e peguei o celular, logo depois desci.
_Oi mãe, oi pai. -Dei um beijo no rosto deles e me joguei no sofá.
_Oi Sophi! -Meu pai respondeu.
_Então, qual é o motivo desse almoço? -Perguntei ironicamente e vi minha mãe olhando na mesma hora pro meu pai.
_Nada, nós só queriamos ficar mais tempo ao seu lado. -Minha mãe respondeu automaticamente.
_Tudo bem. -Fingi acreditar- Seja qual for o motivo, eu comprei a sobremesa.
Antônia avisou que o almoço estava pronto e fomos pra cozinha. O celular do meu pai tocava a todo instante, mas ele não atendia.
Fiquei o almoço todo esperando meu pai falar alguma coisa do tipo "queremos você conosco num jantar", "preciso que você passe o final de semana com a filha mais nova de um amigo meu", ou então que eu largasse a faculdade de veterinária e fizesse administração, pra ajudar em seus inúmeros negócios ou até mesmo que eu voltasse com Bruno. Mas ele o tempo todo fez elogios sobre minha última competição no hipismo.
_Vou pegar a sobremesa. -Falei e me levantei da mesa.
Peguei a torta, e voltei pra mesa. Retirei os pratos e coloquei outros limpos.
_Sophia, nós temos uma novidade pra te contar. -Meu pai falava calmamente.
_Eu já suspeitava. -Ri.
_Bom eu recebi uma proposta excelente a algum tempo atrás e venho estudando a ideia desde então. E depois de muito pensar, conversar com sua mãe, e várias reuniões eu decidi aceitar essa proposta, que é abrir um shopping.
_Nossa pai, isso é ótimo. -Falei empolgada com a notícia, mas percebi que não era só isso- Eu acho...
_Então, nós também achamos ótimo e por isso eu resolvi aceitar. E nós vamos nos mudar daqui Sophia.
Nesse momento senti um frio subir por todo o meu corpo, tudo em mim alertava de que aquilo não era bom.
_Mu... Mudar? Pra onde? -Falei já sentindo um nó na garganta.
_Nós vamos pro Paraná Sophi! Isso não é ótimo? -Meu pai falava feliz.
_Vocês dois vão, eu não vou. -Falei séria, olhando pro meu pai.
_Mas é claro que não! -Ele alterou a voz.- Você também vai, você vai ficar com a sua família.
_Mas vocês nunca foram minha família! -Me levantei- Vocês nem sabem direito sobre o que eu gosto ou não de fazer, vocês dois nunca estão em casa e agora acham que é só chegar aqui e falar que nós vamos embora e fica tudo bem? A pelo amor de Deus, vocês nem sabem o que significa família. -Eu estava gritando e olhando acusadoramente pros dois.
_Sophia Bonnier cala a boca! -Meu pai se levantou e apontou o dedo no meu rosto.
_Não calo! Não calo e ponto! Vocês não são minha família, a Ivone e as meninas são minha família, o tio Beto também mas vocês? Nunca foram! Eu não vou embora daqui, eles são importante demais pra mim, vocês não entendem?
_Sophia nós entendemos, mas você também tem que entender nosso lado. -Minha mãe falava tentando amenizar a situação.
_Que lado? O lado ambicioso de vocês? Eu não vou. -As lágrimas escoriam pelo meu rosto.
_Eu não te dei alternativa Sophia, você vai e não se fala mais sobre isso.
_Eu sou maior de idade, eu estudo, eu posso muito bem trabalhar e deixar de doar o dinheiro que eu ganho competindo, eu vou ficar.
_Você pode ficar, mas eu não vou te dar um centavo, vou vender aquele seu cavalo e o apartamento vai ser alugado, você não vai conseguir trabalhar e pagar sua faculdade. Como eu já disse, você não tem alternativa.
_Pelo amor de Deus Otávio, não fala assim. -Minha mãe o interrompeu.
_Eu odeio vocês.
Passei a mão no rosto tentando secar as lágrimas, olhei uma ultima vez pra minha mãe e saí do apartamento, batendo a porta com força.
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Oi leitoras!
Obrigada pelos comentários, próximo capítulo após comentários...
Qualquer coisa é só procurar no facebook da fic. Beijos
Amors, por favor#curtam essa página→ http://www.facebook.com/pages/Fanfic-Eu-acreditava-que-nada-iria-mudar/443539549049263 precisamos da ajuda de vocês!! Obrigada
Antes de atender fiquei imaginando o que ele queria comigo, não era comum receber ligações dele sem ter acontecido alguma coisa no mínimo grave, depois de muito tocar, atendi o telefone.
_Oi pai, aconteceu alguma coisa? -Perguntei de imediato.
_Oi Sophia, não aconteceu nada. -Ele riu- Eu e sua mãe vamos almoçar em casa hoje.
_É sério?
_É sim, e não devemos demorar muito pra chegar, você está em casa?
_Não, mas já vou embora. Te vejo em casa.
_Até daqui a pouco.
Desliguei e fiquei parada ao lado de Argus, minha intuição, meu sexto sentido ou qualquer coisa me diziam que esse almoço não era sem algum motivo. Meus pais raramente almoçavam em casa e quando o faziam era porque precisariam de mim pra alguma coisa.
Se Ivone estivesse ali falaria que eu estava exagerando, riria de mim e me pediria pra não ter um infarto precoce por causa de um simples almoço com meus pais.
Mas eu sabia que aquilo não era atoa...
Sai da hipica, peguei meu carro e fui embora. Passei em uma padaria e comprei uma torta de morango pra sobremesa, mesmo achando que aquilo não era sem nenhuma razão maior. Pouco depois cheguei no prédio, peguei o elevador e fui pro apartamento.
Cumprimentei Antônia que estava colocando algumas coisas no lugar, coloquei a torta na geladeira e subi pro meu quarto, tomei um banho e coloquei um vestido solto, fui até a piscina e fiquei da sacada olhando o movimento lá em baixo. Cerca de dez minutos depois meus pais chegaram.
_Sophi! -Ouvi minha mãe chamar.
_Tô descendo. -Respondi.
Passei no meu quarto e peguei o celular, logo depois desci.
_Oi mãe, oi pai. -Dei um beijo no rosto deles e me joguei no sofá.
_Oi Sophi! -Meu pai respondeu.
_Então, qual é o motivo desse almoço? -Perguntei ironicamente e vi minha mãe olhando na mesma hora pro meu pai.
_Nada, nós só queriamos ficar mais tempo ao seu lado. -Minha mãe respondeu automaticamente.
_Tudo bem. -Fingi acreditar- Seja qual for o motivo, eu comprei a sobremesa.
Antônia avisou que o almoço estava pronto e fomos pra cozinha. O celular do meu pai tocava a todo instante, mas ele não atendia.
Fiquei o almoço todo esperando meu pai falar alguma coisa do tipo "queremos você conosco num jantar", "preciso que você passe o final de semana com a filha mais nova de um amigo meu", ou então que eu largasse a faculdade de veterinária e fizesse administração, pra ajudar em seus inúmeros negócios ou até mesmo que eu voltasse com Bruno. Mas ele o tempo todo fez elogios sobre minha última competição no hipismo.
_Vou pegar a sobremesa. -Falei e me levantei da mesa.
Peguei a torta, e voltei pra mesa. Retirei os pratos e coloquei outros limpos.
_Sophia, nós temos uma novidade pra te contar. -Meu pai falava calmamente.
_Eu já suspeitava. -Ri.
_Bom eu recebi uma proposta excelente a algum tempo atrás e venho estudando a ideia desde então. E depois de muito pensar, conversar com sua mãe, e várias reuniões eu decidi aceitar essa proposta, que é abrir um shopping.
_Nossa pai, isso é ótimo. -Falei empolgada com a notícia, mas percebi que não era só isso- Eu acho...
_Então, nós também achamos ótimo e por isso eu resolvi aceitar. E nós vamos nos mudar daqui Sophia.
Nesse momento senti um frio subir por todo o meu corpo, tudo em mim alertava de que aquilo não era bom.
_Mu... Mudar? Pra onde? -Falei já sentindo um nó na garganta.
_Nós vamos pro Paraná Sophi! Isso não é ótimo? -Meu pai falava feliz.
_Vocês dois vão, eu não vou. -Falei séria, olhando pro meu pai.
_Mas é claro que não! -Ele alterou a voz.- Você também vai, você vai ficar com a sua família.
_Mas vocês nunca foram minha família! -Me levantei- Vocês nem sabem direito sobre o que eu gosto ou não de fazer, vocês dois nunca estão em casa e agora acham que é só chegar aqui e falar que nós vamos embora e fica tudo bem? A pelo amor de Deus, vocês nem sabem o que significa família. -Eu estava gritando e olhando acusadoramente pros dois.
_Sophia Bonnier cala a boca! -Meu pai se levantou e apontou o dedo no meu rosto.
_Não calo! Não calo e ponto! Vocês não são minha família, a Ivone e as meninas são minha família, o tio Beto também mas vocês? Nunca foram! Eu não vou embora daqui, eles são importante demais pra mim, vocês não entendem?
_Sophia nós entendemos, mas você também tem que entender nosso lado. -Minha mãe falava tentando amenizar a situação.
_Que lado? O lado ambicioso de vocês? Eu não vou. -As lágrimas escoriam pelo meu rosto.
_Eu não te dei alternativa Sophia, você vai e não se fala mais sobre isso.
_Eu sou maior de idade, eu estudo, eu posso muito bem trabalhar e deixar de doar o dinheiro que eu ganho competindo, eu vou ficar.
_Você pode ficar, mas eu não vou te dar um centavo, vou vender aquele seu cavalo e o apartamento vai ser alugado, você não vai conseguir trabalhar e pagar sua faculdade. Como eu já disse, você não tem alternativa.
_Pelo amor de Deus Otávio, não fala assim. -Minha mãe o interrompeu.
_Eu odeio vocês.
Passei a mão no rosto tentando secar as lágrimas, olhei uma ultima vez pra minha mãe e saí do apartamento, batendo a porta com força.
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Oi leitoras!
Obrigada pelos comentários, próximo capítulo após comentários...
Qualquer coisa é só procurar no facebook da fic. Beijos
Amors, por favor
4 comentários:
To muito anciosa pela proximo capitulo ! posta logo amore hihi *--* . @fcamorpormek
continua nega por favor estou adorando.bjs
mt booom , to amando a historia =D @minhavidacomLS
Eita que ela tem o gênio forte.
Yana
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